Carlos Tavares renuncia ao cargo de CEO da Stellantis; sucessor será anunciado em 2025

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, renunciou ao cargo no último domingo (1º). A empresa será comandada interinamente por John Elkann, enquanto busca um sucessor, com anúncio previsto para 2025.
Publicado por Alan Corrêa em Negócios dia 2/12/2024

Carlos Tavares, CEO da Stellantis desde 2021, anunciou sua saída imediata no último domingo, 1º de dezembro. A renúncia foi comunicada após meses de pressões internas e externas que vinham desafiando a gestão do executivo. Com sua saída, a Stellantis, responsável por marcas como Fiat, Peugeot, Jeep e Citroën, será liderada interinamente pelo presidente do conselho administrativo, John Elkann. A empresa afirmou que o nome do novo CEO será divulgado no primeiro semestre de 2025.

Pontos Principais:

  • Carlos Tavares renunciou após liderar a Stellantis desde sua criação em 2021.
  • A transição de liderança será conduzida interinamente por John Elkann.
  • O anúncio do próximo CEO está previsto para o primeiro semestre de 2025.
  • Pressões sobre eletrificação e desacordos estratégicos marcaram a saída do executivo.

O grupo Stellantis foi formado pela fusão entre a Fiat Chrysler e o Grupo PSA em 2021. Desde então, Tavares ocupava o cargo de CEO, enfrentando desafios como a reestruturação de marcas e a transição para a eletrificação. Nos últimos meses, entretanto, divergências com investidores, sindicatos e concessionárias dos Estados Unidos criaram um ambiente de instabilidade. A empresa também registrou queda nas vendas e lucros em 2024.

Carlos Tavares deixa o cargo de CEO da Stellantis após meses de divergências internas. John Elkann assume interinamente, enquanto a empresa busca um novo líder até o primeiro semestre de 2025.
Carlos Tavares deixa o cargo de CEO da Stellantis após meses de divergências internas. John Elkann assume interinamente, enquanto a empresa busca um novo líder até o primeiro semestre de 2025.

O presidente do conselho, John Elkann, destacou em sua declaração oficial o papel de Tavares na formação e consolidação da Stellantis, além de sua contribuição em reviravoltas anteriores na PSA e Opel. Ele assegurou que a transição será conduzida de forma a garantir a continuidade da estratégia corporativa.

A decisão ocorre em meio a um cenário desafiador para a indústria automotiva, especialmente na Europa. A eletrificação, um dos principais focos das montadoras, enfrenta obstáculos como vendas abaixo do esperado e mudanças nas regulamentações. O lobby de montadoras resultou em flexibilizações nos prazos para a proibição de motores a combustão, inicialmente prevista para 2035, algo que gerou descontentamento por parte de Tavares.

No início do ano, o executivo criticou as mudanças no cronograma, afirmando que a indústria se preparava há anos para os novos limites e que alterações de última hora poderiam prejudicar o planejamento das empresas. Apesar disso, o avanço lento das vendas de veículos elétricos e a pressão por cortes de custos impactaram não só a Stellantis, mas também outras gigantes como a Volkswagen.

A Stellantis agora busca redefinir suas metas e superar o momento de crise. Marcas como Jeep e Ram, que pertencem ao grupo, estão investindo em tecnologias de maior eficiência, enquanto a Leapmotor, outra integrante do conglomerado, reportou crescimento nas vendas.

Carlos Tavares começou sua carreira em 1981, na Renault, passando pela Nissan antes de ingressar na PSA em 2014. Em 2020, assumiu a liderança do grupo Stellantis, sendo fundamental para sua criação e expansão. Com sua saída, a empresa inicia uma nova fase em busca de estabilidade e renovação estratégica.

Fonte: QuatroRodas e RevitaCarro.