Conheça o carro que foi um fracasso no Brasil, mas virou sucesso na Síria

O Kia Rio, modelo que não foi bem recebido no Brasil, é amplamente utilizado na Síria devido à sua durabilidade e fácil manutenção. A realidade do mercado automotivo sírio é marcada por restrições e adaptações devido ao conflito.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 11/12/2024

O Kia Rio, um carro que teve vendas fracassadas no Brasil e foi retirado do mercado, é um dos modelos mais utilizados na Síria. O veículo se destaca no país por sua confiabilidade, baixo custo de manutenção e disponibilidade de peças de reposição, características essenciais em um cenário de infraestrutura comprometida.

Pontos Principais:

  • Kia Rio é amplamente utilizado na Síria, apesar de fracassar no Brasil.
  • Carro é valorizado por custo acessível, manutenção barata e peças disponíveis.
  • A maioria dos carros na Síria são usados, com mercado de novos quase inexistente.
  • Indústria automotiva local depende de montagem e importação de componentes.

Antes do início do conflito na Síria, a aquisição de um Kia Rio usado era uma prática comum. Os preços variavam entre US$ 10 mil e US$ 13 mil, com opções de financiamento acessíveis para a população. No entanto, com a guerra, o mercado automotivo local foi drasticamente reduzido, e menos de cem veículos novos foram vendidos no primeiro semestre de 2024. A maioria deles foi de utilitários da Hyundai, que também é proprietária da Kia.

O Kia Rio, fracasso no Brasil, é amplamente usado na Síria. Sua durabilidade, custo de manutenção baixo e peças acessíveis tornam o modelo viável em um cenário de conflito - Reprodução / Redes Sociais
O Kia Rio, fracasso no Brasil, é amplamente usado na Síria. Sua durabilidade, custo de manutenção baixo e peças acessíveis tornam o modelo viável em um cenário de conflito – Reprodução / Redes Sociais

A indústria automotiva síria se mantém ativa por meio de fábricas locais, como Sham e Hamisho, que se concentram na montagem de carros. Peças básicas, como motores, são importadas principalmente do Irã e da China, enquanto componentes mais simples, como chassis, são produzidos localmente.

As marcas sul-coreanas e japonesas dominam a região devido às restrições comerciais enfrentadas por fabricantes dos Estados Unidos e da Europa. Como resultado, veículos dessas origens, como as picapes Toyota, são comuns até mesmo em zonas de conflito. Em contrapartida, marcas como Ford e Chevrolet são menos vistas por conta dos embargos econômicos.

Além das dificuldades econômicas, o acesso a carros novos na Síria é limitado. Para muitos, a importação de veículos usados é a única opção viável. Apesar disso, o Kia Rio continua sendo uma escolha importante, mostrando como um modelo de automóvel pode ter diferentes percepções de mercado dependendo da região e das condições locais.

Embora o conflito tenha afetado diretamente a economia e a infraestrutura do país, o Kia Rio reflete uma realidade de adaptação e resiliência da população síria, que busca soluções práticas para enfrentar os desafios diários.

Fonte: UOL, AutoEsporte e iG.