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Dicas para comprar um carro usado ou semi novo

Com o preço dos carros subindo dia após dia, para muitas pessoas o único modo de trocar de carro é comprar um usado ou semi-novo (carro com até dois anos de único dono). Mas muita gente sente insegurança para pagar um valor tão alto sem ter um mínimo de garantia. Por isso decidimos escrever essa matéria, para dar algumas dicas de como comprar um carro usado sem se meter numa fria.
Publicado em Notícias dia 22/09/2018 por Alan Corrêa

Com o preço dos carros subindo dia após dia, para muitas pessoas o único modo de trocar de carro é comprar um usado ou semi novo (carro com até dois anos de único dono). Mas muita gente sente insegurança para pagar um valor tão alto sem ter um mínimo de garantia. Por isso decidimos escrever essa matéria, para dar algumas dicas de como comprar um carro usado sem se meter numa fria.

Faça uma boa pesquisa e não tenha pressa

O brasileiro normalmente não tem paciência para pesquisar as coisas e muitas vezes acaba comprando errado. Com carro isso é bem mais sério, pois os valores são altos. Uma compra bem feita requer paciência e dedicação na pesquisa. Esse conselho vale tanto para a compra de carro 0km quanto semi-novo ou usado, mas especialmente quando o carro já passou pelas mãos de outra pessoa que não conhecemos.

Depois de feita uma boa pesquisa, selecione as melhores opções e analise o histórico do carro, saiba se ele possui manual e se as revisões foram feitas em dia na autorizada e dê preferência a carros que ainda estejam dentro da garantia.

A tentação de comprar um carro importado semi-novo pelo mesmo preço de um carro nacional 0km pode ser grande, bem grande. Mas é preciso colocar na ponta do lápis quanto vai custar para manter um carro de nível superior e se vale a pena ter essa gasto no orçamento todo mês.

Teste o carro antes de comprar

Absolutamente indispensável testar o carro antes de comprar. É a coisa mais normal do mundo pedir para dar umas voltas com o veículo para “sentir” como ele se comporta. O ideal seria levar um mecânico de sua confiança para fazer uma avaliação mais profissional. Mas se isso não for possível, anda um pouco com o carro e tente notar se o volante e o câmbio está vibrando demais, se o pedal do freio está com muita folga, se há algum barulho exagerado.

Prefira modelos mais vendidos no mercado nacional

Aqui o conselho é muito mais financeiro do que técnico. Prefira modelos que tenham alto índice de procura no mercado. Quando você compra um carro semi-novo e fica com ele por dois, três ou quatro anos, no momento de vendê-lo já será um carro usado e de segundo dono, o que dificulta um pouco a venda e desvaloriza o carro. Se além disso o modelo tiver baixa procura, poderá ser bem complicado passá-lo pra frente.

O ideal é informar-se sobre os modelos que estejam mais no gosto dos brasileiros e optar por eles. Existem sites e revistas especializados que ajudam a descobrir quais são esses modelos.

De quem comprar?

Aqui existem dois campos diferentes que devem ser analisados: lojas e particulares.

Comprar de uma loja, a rigor, é mais seguro do que de um particular desconhecido. As chamadas multimarcas trazem uma série de garantias para os clientes, pois já fazem um bom filtro de carros que tenham muitos problemas, afinal eles querem ter estabilidade em seus negócios e querem evitar as reclamações e outras dores de cabeça. Além disso, quando se compra de uma loja, o cliente está amparado pelo Código de Defesa do Consumidor.

Pelo contrário, se a compra é feita de um particular, a lei que rege essa transação é o Código Civil, e qualquer desentendimento deverá ser levado ao Juiz, um processo deverá ser aberto e será necessária a contratação de um advogado. Tudo mais complicado e mais caro.

Mas pode ter suas vantagens comprar de particular. Em primeiro lugar o preço, que será mais baixo do que na loja já que esta visa lucro, enquanto aquele apenas quer vender o carro. Outra vantagem será se você conseguir comprar de um amigo de confiança ou de um parente também de confiança. Nesse caso, a procedência do carro será conhecida e a chance de o negócio dar errado será muito menor.

Cheque a situação do veículo

E importante, em qualquer situação, checar a situação do veículo. Saber se ele não é roubado ou desaparecido, se existem débitos pendentes, se o chassi e o motor são originais, etc.

São várias as formas de obter as informações sobre débitos ou pendências jurídicas. Uma delas é através do aplicativo “Sinesp Cidadão” por onde, apenas digitando a placa do carro, pode-se saber sobre a regularidade da situação do carro.

Outra forma é através do site do DETRAN, mas neste caso além do número da placa é preciso o CPF ou CNPJ do proprietário, além do número do RENAVAN para ver com detalhes quais são os débitos (multas, licenciamento, etc.).

Quanto ao chassi, a forma mais garantida é realizar uma vistoria. Também é um procedimento bastante comum pedir ao proprietário que antes da transação seja feita uma vistoria para saber se o chassi e motor são originais do veículo. Caso o proprietário se negue a isso, cuidado!, pode ser uma fraude. Fuja!

Como identificar se um carro foi batido ou passou por enchente?

É importante também saber se o carro já teve algum acidente e de que proporções, bem como se já passou por enchentes, o que desvalorizaria muito o veículo numa futura venda.

Não é muito fácil saber se o carro já foi batido, especialmente se tiver passado por uma boa funilaria, mas alguns detalhes poderão ajudar. Por exemplo, verificar o alinhamento das portas e do capô é crucial. Se houver desalinhamento a possibilidade de aquele carro ter sofrido algum acidente é alta.

Outro detalhe é quanto à pintura. Se você notar que em alguma parte do carro – uma porta por exemplo – tiver uma tonalidade de pintura diferente do restante, também são altas as chances desse carro ter precisado de reparos mais sérios.

E por fim, verifique os parafusos da lataria. Quando são originais de fábrica eles estão pintados da mesma cor da lataria. Se forem de outra cor significa que forma trocados.

Para saber se um carro passou por enchente o método mais fácil é perceber se existe algum odor estranho. Mesmo com uma boa higienização dificilmente o cheiro sai completamente. Analise também o estofamento e tente notar algo que não esteja bem, como o desbotamento exagerado da cor do tecido ou sinal de barro em lugares onde o acesso é mais difícil, que pode significar sinal de enchente.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é quanto ao estado geral de conservação do carro. Se a aparência dele não estiver boa significa que o dono não é tão cuidadoso, e podem existir problemas ocultos que trarão dor de cabeça no futuro.

Mas repetimos aqui o conselho de levar um mecânico de confiança para ajudar na observação desses detalhes. Um olho profissional é capaz de perceber coisas que um leigo na matéria nunca veria. E depois disso tudo, insistimos, faça uma vistoria.

*Com informações do Procon-SP, Pref.SP e Juiz de Fora.