Estado de SP vai ter isenção de IPVA para carros híbridos, elétricos ficam de fora

Estado de São Paulo aprova isenção de IPVA por dois anos para carros híbridos flex ou a etanol, com valor de até R$ 250 mil. Medida exclui carros elétricos, mas beneficia modelos a hidrogênio. Entenda as implicações do projeto que segue para sanção do governador.
Publicado em Notícias dia 12/12/2024 por Alan Corrêa

Carros híbridos terão isenção de IPVA no estado de São Paulo pelos próximos dois anos. A decisão foi tomada em votação na Assembleia Legislativa, com 53 votos favoráveis e 10 contrários. A medida, que ainda precisa de sanção do governador Tarcísio de Freitas, beneficia exclusivamente veículos híbridos flex ou movidos a etanol, com valor de até R$ 250 mil, e também modelos movidos a hidrogênio.

Pontos Principais:

  • A isenção vale até 2026 para híbridos flex ou movidos a etanol com valor até R$ 250 mil.
  • Carros elétricos não estão incluídos no benefício estadual, mas mantêm descontos na capital paulista.
  • Após 2026, a alíquota de IPVA será gradualmente aumentada até atingir 4% em 2030.
  • Veículos pesados movidos a gás natural, biometano ou hidrogênio terão isenção até 2029.

O projeto de lei, de autoria do governo estadual, visa reduzir emissões de gases poluentes e incentivar a produção de veículos movidos a energia renovável. A isenção, no entanto, é restrita a modelos híbridos flex e a etanol, deixando de fora os carros 100% elétricos, o que gerou críticas de parlamentares e da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).

Segundo o texto aprovado, após o período de isenção, o IPVA será cobrado progressivamente, começando com 1% em 2027 e chegando a 4% em 2030. A medida também prevê a isenção para ônibus e caminhões movidos exclusivamente a gás natural, biometano ou hidrogênio, de 2025 a 2029. No entanto, veículos pesados elétricos não foram contemplados.

Na cidade de São Paulo, o desconto no IPVA e a isenção do rodízio continuam sendo aplicados aos veículos elétricos, apesar de o benefício estadual não os incluir. O projeto também colide com outra proposta em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, que busca retirar benefícios de híbridos no rodízio e no IPVA.

Críticas ao projeto ressaltam a exclusão de carros elétricos e o potencial incentivo ao consumo de gasolina em veículos flex. A ABVE argumenta que a proposta não atende adequadamente à descarbonização e pode prejudicar a indústria paulista, especialmente a fabricação de ônibus elétricos. A entidade pede revisão do texto aprovado, visando incluir incentivos mais amplos e isonômicos.

A justificativa do governo estadual para a proposta é fomentar o mercado de tecnologias híbridas e movidas a hidrogênio, além de atrair investimentos na indústria automotiva de energia limpa. Ainda assim, o projeto tem gerado debates sobre sua eficácia ambiental e econômica, especialmente considerando as tecnologias que ficaram de fora.

A votação revelou a preferência do governo por híbridos flex, sob o argumento de que o etanol é uma alternativa mais limpa que a gasolina. No entanto, especialistas destacam que a exclusão de veículos elétricos vai na contramão de políticas ambientais mais robustas.

Se aprovado pelo governador, o texto entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025. A isenção de impostos para carros híbridos pode movimentar o mercado automotivo no estado, mas as implicações ambientais e fiscais continuam sendo discutidas.

Fonte: Governo-SP e AutoEsporte.