Ex-agentes da PRF são condenados a mais de 23 anos de prisão pela morte de Genivaldo Santos em Sergipe

Após dois anos, ex-policiais rodoviários federais foram condenados pela morte de Genivaldo Santos, ocorrida durante uma abordagem em Sergipe, em 2022.
Publicado por Alan Corrêa em Local dia 7/12/2024

Após mais de dois anos do caso que resultou na morte de Genivaldo dos Santos, de 38 anos, durante uma abordagem policial em Umbaúba, Sergipe, os ex-policiais rodoviários federais William Noia, Kleber Freitas e Paulo Rodolpho foram condenados. O julgamento encerrou-se na madrugada deste sábado, 7 de dezembro de 2024, com penas que variam de 23 a 28 anos de prisão.

Pontos Principais:

  • Os ex-policiais foram condenados por diferentes qualificações de crimes.
  • A abordagem resultou na morte por asfixia de Genivaldo em 2022.
  • O julgamento incluiu mais de 100 horas de depoimentos e perícias.
  • Os réus estão presos desde 2022 e foram demitidos da PRF em 2023.

William Noia foi condenado a 23 anos, um mês e 9 dias de prisão por tortura seguida de morte e homicídio culposo, enquanto Kleber Freitas recebeu a mesma pena pelos mesmos crimes. Já Paulo Rodolpho foi sentenciado a 28 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado, após ser absolvido do crime de tortura.

Ex-policiais rodoviários federais foram condenados pela morte de Genivaldo dos Santos, ocorrida em 2022, em Sergipe. As penas variam entre 23 e 28 anos de prisão, conforme a participação de cada um.
Ex-policiais rodoviários federais foram condenados pela morte de Genivaldo dos Santos, ocorrida em 2022, em Sergipe. As penas variam entre 23 e 28 anos de prisão, conforme a participação de cada um.

Genivaldo foi parado por estar pilotando uma motocicleta sem capacete. Ele foi detido e colocado no porta-malas de uma viatura, onde uma granada de gás lacrimogêneo foi detonada. Segundo a perícia, ele ficou exposto a gases tóxicos por mais de 11 minutos em um espaço confinado, resultando em um colapso pulmonar que causou sua morte.

A perícia realizada pela Polícia Federal concluiu que a concentração de ácido sulfídrico nos gases foi significativa e agravada pelo esforço físico e estresse da vítima durante a abordagem. A investigação também incluiu uma vistoria na viatura utilizada no dia do incidente.

O julgamento, que durou 12 dias, contou com o depoimento de 28 testemunhas, entre elas familiares da vítima, peritos e especialistas. Foram analisados aspectos técnicos, como o impacto dos gases utilizados, além de depoimentos de testemunhas oculares e defesa dos réus.

A irmã de Genivaldo, Laura Santos, afirmou que, embora a condenação seja um alívio, não há felicidade no resultado, destacando o impacto emocional do caso para a família.

Os réus estavam presos desde outubro de 2022 e foram oficialmente demitidos da Polícia Rodoviária Federal em 2023, por decisão do Ministro da Justiça. Além disso, a Justiça Federal determinou que a União pague indenizações à família de Genivaldo, totalizando R$ 1,4 milhão.

A morte de Genivaldo teve repercussão internacional, com organizações como a ONU pedindo respostas sobre o ocorrido. O caso destacou a necessidade de revisão nas práticas de abordagem policial e gerou debates sobre o uso da força pelas autoridades.

Fonte: G1 e CNN.