O Ford EcoSport, lançado no Brasil em 2004, foi um dos primeiros SUVs compactos a ganhar destaque no mercado nacional. Baseado na plataforma do Ford Fiesta, o modelo rapidamente se tornou popular entre os consumidores. Seu sucesso inicial incentivou outras montadoras a desenvolverem seus próprios veículos do mesmo segmento, moldando o mercado de SUVs compactos no país.
Pontos Principais:
Com o tempo, o Ford EcoSport passou por diversas atualizações, incluindo uma segunda geração lançada para tentar manter sua competitividade. No entanto, a decisão da Ford de encerrar sua produção no Brasil afetou ainda mais a trajetória do modelo, que, apesar de ter sido amplamente comercializado, apresentou problemas recorrentes em alguns componentes mecânicos, gerando insatisfação entre os proprietários.
As principais reclamações registradas sobre o EcoSport envolvem o câmbio automatizado Powershift e a correia dentada do motor 1.5 de três cilindros, introduzido nas últimas versões do veículo.
O câmbio Powershift, uma transmissão automatizada de dupla embreagem, foi uma das principais fontes de queixa entre os proprietários do Ford EcoSport. Esse tipo de câmbio, adotado em diversos modelos da marca, foi alvo de críticas devido à sua falta de confiabilidade. Relatos de superaquecimento da transmissão, especialmente em situações de trânsito intenso ou longas viagens, são frequentes.
Os consumidores apontam que, ao longo do uso, o sistema pode apresentar uma mensagem de “transmissão superaquecida” no painel, obrigando o motorista a parar o veículo e aguardar para que o sistema se resfrie. Isso causa transtornos significativos, principalmente quando a situação ocorre de forma inesperada.
Proprietários também relataram dificuldades em obter reparos cobertos pela garantia estendida. Muitos relataram que, mesmo com o problema manifestando-se antes dos 60 mil km, os reparos foram negados, com custos de reparação estimados em valores superiores a R$ 10 mil, gerando insatisfação e levando consumidores a acionarem juridicamente a montadora.
Outro ponto de reclamação recorrente é o motor 1.5 de três cilindros, que foi introduzido na linha EcoSport pouco antes de a Ford encerrar a produção do modelo no Brasil. Os proprietários relatam problemas com a correia dentada, que se rompe prematuramente, comprometendo o funcionamento do motor.
Casos de rompimento da correia com menos de 60 mil km são frequentes, com relatos de falhas que resultam em perda de potência, trepidações no motor e emissão de fumaça escura pelo escapamento. Esses sintomas indicam falhas graves no sistema de tração do veículo, que afetam diretamente a dirigibilidade e a segurança do carro.
Apesar de a correia dentada ser uma peça projetada para durar cerca de 160 mil km, muitos proprietários do EcoSport relatam que o componente não dura nem metade desse tempo. Isso leva a custos elevados de reparo, estimados em cerca de R$ 8 mil, além da recusa frequente de reparos dentro do período de garantia contratual.
Em resposta às críticas dos consumidores, a Ford afirmou que se compromete com a satisfação dos clientes, realizando atendimentos individuais para avaliar as demandas específicas de cada proprietário. A montadora mencionou que, mesmo em casos onde o veículo já está fora do prazo de cobertura da garantia contratual, pode oferecer atendimentos em cortesia.
A Ford também destacou que mantém bons índices de avaliação no portal Reclame Aqui, sustentando o selo RA1000, a classificação mais alta possível na plataforma. Segundo a montadora, essa nota reflete o esforço da empresa em manter um relacionamento positivo com os consumidores e melhorar seus produtos e serviços constantemente.
No entanto, o número de queixas registradas, tanto no Reclame Aqui quanto em outros portais de defesa do consumidor, demonstra que, apesar das medidas tomadas, os problemas mecânicos e os custos elevados de reparo continuam sendo um ponto de atrito entre a Ford e os proprietários do EcoSport.
Os problemas registrados no câmbio Powershift e no motor 1.5 de três cilindros do Ford EcoSport afetaram diretamente o valor de revenda do veículo. Apesar de ter sido um dos pioneiros no segmento de SUVs compactos no Brasil, esses defeitos recorrentes fizeram com que o modelo perdesse competitividade em relação a outros veículos da mesma categoria.
No mercado de usados, o EcoSport passou a ser visto com cautela pelos compradores, que priorizam veículos com histórico de manutenção mais confiável. A depreciação acelerada e os custos de manutenção mais elevados também são fatores que têm afastado potenciais compradores, tornando o modelo uma opção menos atrativa para quem busca um SUV compacto.
Mesmo assim, o Ford EcoSport continua presente no mercado de seminovos, com unidades disponíveis a preços mais acessíveis. Para quem está disposto a arcar com os possíveis custos de manutenção, o veículo ainda oferece uma boa experiência de condução, com bom espaço interno e versatilidade típica dos SUVs.
Fonte: ReclameAqui (1 e 2) Ford, Wikipedia, OAntagonista e AutoEsporte.