Honda CG 160, Biz, Pop e Bros lideram a lista das motos mais vendidas do Brasil; veja ranking completo

Antes vista só como transporte simples, a moto virou protagonista nas ruas do Brasil. Em 2025, quebrou recordes de venda, colocou a Honda CG 160 no topo e mostrou que até os modelos elétricos, mesmo tímidos, estão crescendo rápido entre os motores a combustão.
Publicado por Pablo Silva em Motos e Notícias dia 10/04/2025

O primeiro trimestre de 2025 começou com um desempenho histórico para o mercado de motocicletas no Brasil. Segundo os dados divulgados pela Fenabrave, foram emplacadas 473.927 motos zero quilômetro entre janeiro e março, estabelecendo um novo recorde para o setor e superando a antiga marca de 2008, que era de 435.789 unidades. O crescimento em relação ao mesmo período de 2024 foi de 9,63%, demonstrando a força do segmento no cenário atual.

Pontos Principais:

  • Primeiro trimestre de 2025 teve mais de 473 mil motos emplacadas.
  • Honda CG 160 lidera as vendas gerais e supera até a Fiat Strada.
  • Mercado de motos elétricas cresce 104%, mas segue com 0,7% de fatia.
  • Honda domina o ranking com 7 modelos entre os 10 mais vendidos.
  • Fenabrave projeta mais de 2 milhões de motos vendidas em 2025.

As motos se consolidam como um meio de transporte cada vez mais popular no país. A combinação de preços mais acessíveis, economia de combustível, facilidade de manutenção e agilidade no trânsito tem impulsionado a demanda. Além disso, o uso intensivo de motocicletas por entregadores e motoristas de aplicativos, somado à baixa qualidade do transporte público em muitas regiões, contribui para essa preferência.

O mercado de motos no Brasil começou 2025 em alta, com 473 mil unidades emplacadas no trimestre. Foi o melhor início de ano da história, superando o recorde anterior de 2008.
O mercado de motos no Brasil começou 2025 em alta, com 473 mil unidades emplacadas no trimestre. Foi o melhor início de ano da história, superando o recorde anterior de 2008.

Com esse ritmo, a Fenabrave projeta que o total de emplacamentos supere a marca de 2 milhões de unidades até o fim de 2025. Em meio ao avanço expressivo dos modelos a combustão, os modelos elétricos ainda representam uma parcela pequena do mercado, mas mostram crescimento constante.

Panorama das vendas no primeiro trimestre

A liderança do setor segue nas mãos da Honda, com amplo domínio entre os modelos mais vendidos. A Honda CG 160, por exemplo, registrou 104.216 unidades vendidas no período, mantendo sua posição como a moto mais emplacada do país, posto que ocupa desde 1976. O modelo tem se mostrado resistente ao passar do tempo, consolidando sua presença tanto no uso urbano quanto no cotidiano de trabalho.

Em seguida aparecem a Honda Biz, com 62.370 unidades, e a Honda Pop 110i, que atingiu 53.063 emplacamentos. Outros modelos da marca também figuram no ranking, como a NXR 160 Bros (40.692), CB 300F (15.352), PCX 160 (12.808) e XRE 300 (9.584). A Yamaha também aparece com força, especialmente com a YBR 150 (12.420) e a XTZ 250 (9.811).

O crescimento da Mottu Sport 110I, com 13.306 unidades no trimestre, chama a atenção por estar fortemente associada ao mercado de aluguel para entregadores. A moto ganhou espaço rapidamente ao se alinhar com a demanda por mobilidade e renda alternativa.

Desempenho em março e comparação com os carros

Somente no mês de março de 2025, foram emplacadas 166.014 motocicletas, um aumento de 6,45% em relação a fevereiro. Em comparação com março do ano passado, a alta foi de 8,74%. A CG 160 seguiu como a líder isolada, com 35.423 unidades vendidas. A Honda Biz aparece na segunda posição, com 21.367, seguida pela Pop 110i ES, com 18.586 emplacamentos.

O desempenho da CG 160 não se destaca apenas entre motos, mas também quando comparado com os veículos de quatro rodas. No mesmo mês, o carro mais vendido do Brasil, a Fiat Strada, teve 29.298 unidades emplacadas, número bem inferior ao da moto da Honda. Esse dado reforça o papel das motocicletas como principais veículos de transporte individual em muitas regiões.

A preferência pela CG 160 está associada ao custo-benefício, agilidade no trânsito e histórico de confiabilidade. O modelo se tornou uma escolha frequente tanto para deslocamentos urbanos quanto para atividades profissionais de entrega e serviços gerais.

  • Honda CG 160: 35.423 unidades
  • Honda Biz 125: 21.367 unidades
  • Honda Pop 110i ES: 18.586 unidades
  • Honda NXR 160 Bros: 14.244 unidades
  • Mottu Sport 110I: 8.004 unidades
  • Honda CB 300F Twister: 5.448 unidades
  • Yamaha YBR 150: 4.574 unidades
  • Honda PCX 160: 4.342 unidades
  • Yamaha Fazer 250: 3.509 unidades
  • Honda XRE 300: 3.436 unidades

Elétricas ganham espaço, mas ainda são minoria

Embora o mercado esteja majoritariamente dominado por motos a combustão, os modelos elétricos registraram crescimento expressivo no comparativo anual. Foram 3.452 unidades emplacadas no primeiro trimestre, frente às 1.686 registradas em igual período de 2024. O avanço de 104,74% ainda representa uma fatia pequena do total — apenas 0,7% — mas aponta uma tendência de mudança gradual.

O principal desafio das motos elétricas segue sendo o custo inicial, aliado à baixa oferta de modelos com autonomia compatível com os usos mais exigentes, como entregas em grandes cidades. Além disso, a infraestrutura de recarga ainda não cobre todas as regiões com eficiência, o que limita sua adoção em massa.

Mesmo assim, há espaço para crescimento. Fabricantes e startups têm investido em ampliar o portfólio de veículos eletrificados, com foco em modelos leves e urbanos. O aumento no preço dos combustíveis fósseis também impulsiona o interesse por alternativas mais baratas no uso contínuo.

Honda CG 160: pontos positivos e negativos

A Honda CG 160 lidera com folga, mantendo seu posto histórico desde 1976. Em março, ela emplacou 35 mil unidades, superando até a Fiat Strada, o carro mais vendido no país.
A Honda CG 160 lidera com folga, mantendo seu posto histórico desde 1976. Em março, ela emplacou 35 mil unidades, superando até a Fiat Strada, o carro mais vendido no país.

A Honda CG 160 permanece como um dos pilares do mercado brasileiro. Com motor de 162,7 cc, potência de 15,1 cv e câmbio de cinco marchas, é projetada para uso urbano, com desempenho adequado à proposta. A suspensão dianteira telescópica e o sistema de freios CBS colaboram para um uso estável em vias irregulares.

Entre os pontos positivos, destacam-se a economia de combustível, com médias próximas a 45 km/l, e a confiabilidade do conjunto mecânico, que exige manutenção básica e tem ampla rede de peças e serviços. O conforto também é adequado para um uso diário moderado.

Em contrapartida, a CG 160 oferece poucos recursos tecnológicos em comparação com modelos mais recentes. Outro ponto de atenção é o desempenho em estradas, que pode ser limitado quando há necessidade de ultrapassagens ou uso com garupa em trechos mais longos.

Expectativas para 2025 e projeções

Com o ritmo atual, as previsões da Fenabrave indicam que o Brasil deve alcançar a marca de dois milhões de motocicletas emplacadas ainda em 2025. A demanda segue aquecida, puxada por motofretistas, entregadores autônomos e novos usuários que migram do transporte público para alternativas individuais.

O comportamento do consumidor também tem mudado. Há uma busca maior por motos de baixa cilindrada, econômicas e fáceis de manter. Modelos intermediários, como a CG 160, continuam a liderar pela versatilidade, enquanto opções mais acessíveis, como a Pop 110i, crescem no segmento de entrada.

Apesar dos desafios logísticos e estruturais, o setor segue em crescimento. A concorrência deve se intensificar com a chegada de novas marcas e tecnologias, incluindo uma lenta, porém progressiva, penetração de motos elétricas no mercado nacional.

Fonte: Agenciabrasil, G1 e AutoPapo