As posições das montadoras no ranking das maiores fabricantes de carros do mundo podem mudar rapidamente. Um exemplo notável dessa dinâmica é a recente ascensão da BYD, uma montadora chinesa de veículos, que superou a Ford e agora ocupa a quarta posição na lista das maiores fabricantes de automóveis do mundo. Os dados são provenientes de um levantamento realizado pela TrendForce, uma empresa especializada em mercado automobilístico.
A ascensão da BYD como a quarta maior fabricante de carros do mundo é um testemunho de seu compromisso com a inovação e a expansão global. O sucesso da montadora chinesa é impulsionado por seu desempenho no mercado chinês em crescimento e sua entrada em mercados internacionais, incluindo a Europa.
No topo desse ranking, a Toyota continua a ser a líder incontestável, com uma fatia de 9,8% do mercado mundial. De acordo com o levantamento da TrendForce, a Toyota conseguiu vender impressionantes 5,5 milhões de automóveis nos 37 principais mercados do planeta. O domínio da Toyota é uma constante nesse cenário, refletindo sua reputação pela qualidade e inovação de seus veículos.
Atrás da Toyota, a Volkswagen ocupa a segunda posição, com 6,5% do mercado global. A montadora alemã é uma presença consistente nos principais mercados do mundo e continua a atrair consumidores com uma variedade de modelos atraentes. Em terceiro lugar, encontramos a Honda, com uma participação de 4,9% do mercado global. A Honda mantém uma forte base de clientes leais, graças à sua confiabilidade e eficiência.
A notícia que mais chama a atenção neste momento é a ascensão meteórica da BYD, uma montadora de veículos elétricos com sede na China. Em agosto, a BYD ultrapassou a Ford e se tornou a quarta maior fabricante de carros do mundo, com uma fatia de 4,8% do mercado global. Esse feito foi alcançado graças a um aumento de 5% nas vendas em relação ao mês anterior.
Um fator chave para o sucesso da BYD foi o mercado chinês em expansão. Em agosto, a China registrou a venda de 1,9 milhão de carros, de acordo com a Associação de Automóveis de Passageiros da China (CPCA). A BYD lidera em seu mercado doméstico, com uma impressionante participação de 12%. Além disso, a empresa está expandindo suas operações e exportando veículos para outros mercados, incluindo a Europa.
A expansão da BYD para a Europa gerou preocupações tanto entre os fabricantes locais quanto entre as autoridades. O Parlamento Europeu lançou uma investigação para avaliar os subsídios do governo chinês que estão ajudando a reduzir os preços dos produtos da BYD e de outras montadoras chinesas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou preocupação com a concorrência desleal no mercado de carros elétricos.
Ela declarou que “os mercados globais estão agora inundados com carros elétricos mais baratos e seus preços são mantidos artificialmente baixos por enormes subsídios estatais.” Essas preocupações refletem a importância crescente do mercado de veículos elétricos e o desejo de garantir condições de concorrência justas.
No Brasil, a BYD também está causando um impacto significativo no mercado de carros elétricos. A montadora lidera o mercado de veículos elétricos no país com seu modelo Dolphin, um hatch compacto com um preço inicial competitivo na faixa dos R$ 150 mil. A introdução do Dolphin desencadeou uma guerra de preços entre as montadoras que buscam enfrentar a concorrência da BYD.
A empresa chinesa está em processo de assumir uma fábrica que era da Ford em Camaçari, Bahia, e anunciou um investimento massivo de R$ 3 bilhões para construir um complexo que incluirá um centro de pesquisa e desenvolvimento. A produção está programada para começar no final de 2024.
Além disso, a BYD planeja lançar o primeiro híbrido plug-in a etanol do Brasil a partir desse centro de pesquisa e desenvolvimento. Esse anúncio reforça o compromisso da BYD em trazer soluções inovadoras para o mercado automobilístico brasileiro.
O executivo Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD, enfatizou que o aumento de impostos sobre carros elétricos, que tem sido discutido por algumas empresas instaladas no Brasil, é apenas um boato. Ele afirmou que o governo ainda não tomou nenhuma decisão nesse sentido e que a BYD não está preocupada com essa possibilidade.
Baldy também compartilhou que o assentamento da pedra fundamental para a fábrica em Camaçari está programado para o próximo dia 9 de outubro, marcando o início formal do processo de adaptação da fábrica da Ford para as operações da BYD. A previsão é que a fábrica comece a produção no final de 2024, após passar por reformas e adaptações.
*Com informações da UOL, Autoesporte e OlharDigital.