Mercadante diz que Brasil tem que criar carros híbridos, não só importar elétricos

O Brasil busca desenvolver sua própria indústria de carros híbridos, em vez de apenas importar elétricos, através da política Nova Indústria Brasil. Com foco na transferência de tecnologia, o país quer garantir autonomia, gerar empregos e estimular a inovação no setor automotivo nacional, buscando parcerias estratégicas.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 2/08/2024

O Brasil está adotando uma nova abordagem para desenvolver sua indústria automotiva. O foco é criar carros híbridos que utilizem energia elétrica e combustíveis líquidos, preferencialmente biocombustíveis, para garantir maior autonomia e eficiência. Esta estratégia faz parte da política Nova Indústria Brasil, lançada em janeiro, que busca atrair investimentos estrangeiros diretos com transferência de tecnologia e geração de empregos.

Durante um seminário em Brasília, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a necessidade de fortalecer as cadeias produtivas do país, principalmente em setores relacionados à energia renovável. Ele afirmou que o Brasil não está interessado apenas em importar carros elétricos, mas em produzir localmente veículos híbridos e elétricos, aproveitando a experiência do país com o etanol.

O Brasil está apostando na criação de carros híbridos nacionais, utilizando energia elétrica e biocombustíveis, como parte da política Nova Indústria Brasil, para fomentar a inovação e o desenvolvimento econômico.
O Brasil está apostando na criação de carros híbridos nacionais, utilizando energia elétrica e biocombustíveis, como parte da política Nova Indústria Brasil, para fomentar a inovação e o desenvolvimento econômico.

Mercadante enfatizou que os carros híbridos podem ter o dobro de autonomia dos elétricos e contribuem mais para a descarbonização. Ele também mencionou o papel do BNDES na NIB e no Plano Mais Produção, financiando projetos estratégicos em setores como fármacos, automotivo, naval, aviação e agroindústria.

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, reforçou que o plano NIB busca atrair investimentos estrangeiros produtivos, com mecanismos de proteção e incentivo à indústria local. Ele alertou que nem todo investimento estrangeiro é positivo, podendo aumentar a dependência externa e reduzir a capacidade produtiva nacional.

Para evitar esses problemas, o investimento deve ter um papel estratégico, promovendo o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e a inclusão social. Uallace destacou que a política industrial é um instrumento importante para reduzir desigualdades e tornar a indústria protagonista no crescimento econômico do país.

O Brasil também está buscando aprender com a estratégia da China, que exige transferência de tecnologia em investimentos externos. Com parcerias estratégicas, especialmente com a China, o país espera fortalecer sua indústria, criar empregos e promover o desenvolvimento econômico sustentável.

A estratégia do governo, liderada pelo presidente Lula e pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, visa fazer da indústria um motor de crescimento econômico e geração de renda no Brasil, com foco em inovação e sustentabilidade. A política industrial é vista como fundamental para alcançar esses objetivos e reduzir as desigualdades sociais no país.

Fonte: EBC.