Novas baterias prometem eliminar riscos de incêndios em veículos elétricos

Empresas e governos estão investindo em soluções inovadoras para combater incêndios em veículos elétricos, como barreiras térmicas e separadores de bateria. Essas tecnologias visam evitar que os incidentes ocorram e se propaguem, com o objetivo de tornar o uso de veículos elétricos mais seguro e confiável.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 21/10/2024

Empresas e governos têm se unido para desenvolver tecnologias que visam combater os riscos de incêndios em veículos elétricos. Um dos maiores avanços é a produção de barreiras térmicas pela Aspen Aerogels, uma empresa americana que pode receber até US$ 670 milhões do Departamento de Energia dos EUA para produzir esses materiais em larga escala. Essa tecnologia promete suprimir incêndios nas baterias e prevenir sua propagação entre as células, garantindo maior segurança no uso de veículos elétricos (VEs).

Pontos Principais:

  • Barreiras térmicas são desenvolvidas para suprimir incêndios em baterias de veículos elétricos.
  • O governo dos EUA pode investir até US$ 670 milhões para apoiar a produção em larga escala desses materiais.
  • Inovações da LG Chem e baterias de estado sólido também prometem melhorar a segurança dos VEs.
  • Produção dessas tecnologias deve começar em 2027, com desafios ainda na fabricação e nos custos.

Os incêndios em veículos elétricos são estatisticamente mais raros do que em carros a combustão, mas quando ocorrem, podem ser difíceis de apagar e ganhar grande visibilidade na mídia. Esse tipo de incidente, chamado de fuga térmica, ocorre quando a bateria superaquece de forma descontrolada, podendo queimar por horas. Para enfrentar esse problema, as barreiras térmicas da Aspen Aerogels prometem suprimir esses incêndios e evitar que se espalhem para outras células da bateria.

Incêndios em carros elétricos são raros, mas quando ocorrem, podem ser graves e difíceis de conter. Tecnologias como as barreiras térmicas prometem mitigar esse risco e aumentar a segurança - Imagem gerada por IA
Incêndios em carros elétricos são raros, mas quando ocorrem, podem ser graves e difíceis de conter. Tecnologias como as barreiras térmicas prometem mitigar esse risco e aumentar a segurança – Imagem gerada por IA

Essas barreiras são extremamente leves, com espessura entre um e quatro milímetros, e não afetam a densidade energética ou o peso da bateria, o que as torna ideais para veículos elétricos. O custo de instalação varia entre US$ 300 e US$ 1.000 por veículo, e grandes montadoras como General Motors, Toyota, Audi e Scania já firmaram contratos de longo prazo para utilizar essa tecnologia.

Outra solução inovadora é o separador de bateria desenvolvido pela LG Chem, que atua como uma espécie de fusível. Quando a temperatura da bateria ultrapassa os 90 ºC, esse separador altera sua estrutura molecular, isolando o cátodo e o ânodo, prevenindo a propagação de incêndios. Em testes realizados com baterias convencionais, os pacotes com essa tecnologia da LG mostraram uma significativa redução nos riscos de incêndio.

Além das barreiras térmicas e separadores, as baterias de estado sólido surgem como uma solução promissora para aumentar a segurança dos veículos elétricos. Essas baterias utilizam materiais sólidos no lugar de líquidos, o que reduz a possibilidade de curto-circuito e incêndio, além de proporcionar maior densidade energética. Apesar dessas vantagens, a produção em massa dessas baterias enfrenta desafios, como a complexidade do processo de fabricação e o alto custo dos materiais.

A produção em larga escala de tecnologias como as barreiras térmicas está prevista para 2027, quando a Aspen Aerogels planeja inaugurar uma nova planta na Geórgia, EUA. Essa fábrica poderá fornecer materiais de segurança para até 2 milhões de veículos elétricos por ano, e espera-se que a produção crie centenas de empregos na região. No entanto, o custo elevado dessas inovações ainda é um desafio para sua adoção em massa.

As montadoras e fabricantes de baterias estão cada vez mais comprometidas em encontrar soluções que tornem os veículos elétricos mais seguros. A LG Chem, por exemplo, introduziu uma camada reforçada de segurança dentro das células da bateria, que impede a propagação de curtos-circuitos e incêndios. Enquanto isso, empresas como a Toyota e a Volkswagen trabalham para lançar veículos equipados com baterias de estado sólido até 2026 ou 2027.

Embora os incêndios em veículos elétricos ainda sejam raros, a crescente popularidade desses automóveis exige que a indústria busque soluções para aumentar a confiança dos consumidores. As novas tecnologias prometem melhorar significativamente a segurança das baterias, mas ainda é necessário democratizar essas inovações e reduzir seus custos para que possam ser amplamente adotadas.

Fonte: UOL e InsideEVS.