Empresas e governos têm se unido para desenvolver tecnologias que visam combater os riscos de incêndios em veículos elétricos. Um dos maiores avanços é a produção de barreiras térmicas pela Aspen Aerogels, uma empresa americana que pode receber até US$ 670 milhões do Departamento de Energia dos EUA para produzir esses materiais em larga escala. Essa tecnologia promete suprimir incêndios nas baterias e prevenir sua propagação entre as células, garantindo maior segurança no uso de veículos elétricos (VEs).
Pontos Principais:
Os incêndios em veículos elétricos são estatisticamente mais raros do que em carros a combustão, mas quando ocorrem, podem ser difíceis de apagar e ganhar grande visibilidade na mídia. Esse tipo de incidente, chamado de fuga térmica, ocorre quando a bateria superaquece de forma descontrolada, podendo queimar por horas. Para enfrentar esse problema, as barreiras térmicas da Aspen Aerogels prometem suprimir esses incêndios e evitar que se espalhem para outras células da bateria.
Essas barreiras são extremamente leves, com espessura entre um e quatro milímetros, e não afetam a densidade energética ou o peso da bateria, o que as torna ideais para veículos elétricos. O custo de instalação varia entre US$ 300 e US$ 1.000 por veículo, e grandes montadoras como General Motors, Toyota, Audi e Scania já firmaram contratos de longo prazo para utilizar essa tecnologia.
Outra solução inovadora é o separador de bateria desenvolvido pela LG Chem, que atua como uma espécie de fusível. Quando a temperatura da bateria ultrapassa os 90 ºC, esse separador altera sua estrutura molecular, isolando o cátodo e o ânodo, prevenindo a propagação de incêndios. Em testes realizados com baterias convencionais, os pacotes com essa tecnologia da LG mostraram uma significativa redução nos riscos de incêndio.
Além das barreiras térmicas e separadores, as baterias de estado sólido surgem como uma solução promissora para aumentar a segurança dos veículos elétricos. Essas baterias utilizam materiais sólidos no lugar de líquidos, o que reduz a possibilidade de curto-circuito e incêndio, além de proporcionar maior densidade energética. Apesar dessas vantagens, a produção em massa dessas baterias enfrenta desafios, como a complexidade do processo de fabricação e o alto custo dos materiais.
A produção em larga escala de tecnologias como as barreiras térmicas está prevista para 2027, quando a Aspen Aerogels planeja inaugurar uma nova planta na Geórgia, EUA. Essa fábrica poderá fornecer materiais de segurança para até 2 milhões de veículos elétricos por ano, e espera-se que a produção crie centenas de empregos na região. No entanto, o custo elevado dessas inovações ainda é um desafio para sua adoção em massa.
As montadoras e fabricantes de baterias estão cada vez mais comprometidas em encontrar soluções que tornem os veículos elétricos mais seguros. A LG Chem, por exemplo, introduziu uma camada reforçada de segurança dentro das células da bateria, que impede a propagação de curtos-circuitos e incêndios. Enquanto isso, empresas como a Toyota e a Volkswagen trabalham para lançar veículos equipados com baterias de estado sólido até 2026 ou 2027.
Embora os incêndios em veículos elétricos ainda sejam raros, a crescente popularidade desses automóveis exige que a indústria busque soluções para aumentar a confiança dos consumidores. As novas tecnologias prometem melhorar significativamente a segurança das baterias, mas ainda é necessário democratizar essas inovações e reduzir seus custos para que possam ser amplamente adotadas.