Recentemente, os incêndios em veículos elétricos têm gerado preocupações, principalmente após desastres naturais como os furacões Helene e Milton, que atingiram o sudeste dos EUA. A água salgada em contato com as baterias de íons de lítio foi responsável por alguns incêndios em veículos elétricos. Novas tecnologias prometem resolver esse problema e aumentar a segurança dos carros elétricos.
Pontos Principais:
As baterias de íons de lítio, amplamente utilizadas em veículos elétricos, oferecem alta densidade energética, o que garante boa autonomia. No entanto, quando essas baterias são danificadas, sobrecarregadas ou expostas a determinadas condições adversas, como água salgada, há riscos de incêndio. Com o aumento da popularidade dos carros elétricos e a demanda por tecnologias mais seguras, a indústria automotiva tem investido em soluções inovadoras.
Uma dessas inovações vem da LG Chem, que desenvolveu um separador de bateria que atua como um “fusível”, prevenindo curtos-circuitos e limitando o risco de incêndios. Esse fusível especial é ativado quando a bateria aquece demais, isolando os componentes que podem causar um incêndio. Testes indicam que, em baterias normais, 84% pegaram fogo ao serem danificadas, enquanto as baterias equipadas com o separador da LG Chem apresentaram uma taxa de incêndio de 0%.
Outra tecnologia promissora são as baterias de estado sólido. Ao contrário das baterias de íons de lítio, que utilizam eletrólitos líquidos, as baterias de estado sólido usam materiais sólidos, o que reduz significativamente o risco de curtos-circuitos. Além de serem mais seguras, essas baterias oferecem maior densidade energética, o que pode aumentar a autonomia dos veículos elétricos. Porém, a produção em larga escala dessas baterias ainda enfrenta desafios, como a complexidade de fabricação e o alto custo.
Embora os incêndios em veículos elétricos sejam menos frequentes do que em carros a combustão, o risco ainda preocupa tanto os consumidores quanto as autoridades responsáveis pela segurança. Além disso, a forma como esses incêndios ocorrem é diferente, exigindo novas abordagens para extinção, uma vez que as baterias, quando danificadas, podem entrar em combustão autossustentável.
Para lidar com esses desafios, grandes fabricantes, como Toyota e Volkswagen, estão investindo no desenvolvimento de baterias de estado sólido. A previsão é que essa tecnologia esteja disponível em veículos de produção em massa até 2026 ou 2027. Porém, além da questão da segurança, há preocupações sobre o desempenho dessas baterias em temperaturas extremas, especialmente em ambientes muito frios.
Outro ponto importante para a indústria é o gerenciamento térmico das baterias. As tecnologias atuais, como o separador desenvolvido pela LG Chem, já oferecem soluções para reduzir os riscos de incêndios, mas a busca por sistemas ainda mais eficazes continua. A expectativa é que, com o avanço dessas inovações, os carros elétricos se tornem cada vez mais confiáveis e seguros, contribuindo para a adoção em massa dessa tecnologia.
A startup americana 24M desenvolveu um novo sistema de segurança para baterias de carros elétricos. Chamado de Impervio, o dispositivo funciona como um separador de baterias, impedindo que detritos gerados em caso de sobrecarga provoquem curto-circuitos e possíveis incêndios. O projeto é apoiado pela Volkswagen e está em fase de testes para garantir sua eficácia e segurança. Incêndios em baterias de veículos elétricos, embora raros, são graves devido à composição química das baterias, que podem queimar por horas ou até dias.
Pontos Principais:
O principal objetivo do Impervio é obstruir a propagação de detritos dentro das células da bateria, mantendo sua saúde estável e reduzindo o risco de curtos-circuitos. Isso é crucial, pois os incêndios em baterias de veículos elétricos, embora menos frequentes que em veículos a combustão, são mais difíceis de controlar. O sistema da 24M age como uma camada de proteção adicional, monitorando a célula e permitindo uma ação de segurança em casos de sobrecarga.
Testes realizados pela empresa demonstraram que, ao submeter duas células de bateria a uma sobrecarga de 100%, a célula equipada com o separador Impervio permaneceu estável, mantendo uma temperatura baixa em comparação à célula comum, que explodiu após 38 minutos de teste. A célula com o novo sistema de proteção não passou dos 30 °C, enquanto a célula tradicional atingiu 145 °C antes de explodir.
A segurança das baterias é um dos principais desafios para a adoção em massa dos veículos elétricos. Diversos incidentes de incêndios com carros elétricos em várias partes do mundo destacaram a necessidade de inovações no setor. A BYD, por exemplo, já desenvolveu a bateria Blade, que resiste a perfurações sem entrar em colapso. A inovação da 24M busca complementar esses avanços, focando na prevenção de curtos-circuitos e propagação de fogo nas células de bateria.
Naoki Ota, presidente e CEO da 24M, destacou que o desenvolvimento de novas tecnologias como o Impervio é essencial para a evolução dos veículos elétricos. Ele mencionou que a inovação não apenas aumenta a segurança, mas também cria novas oportunidades para a indústria de baterias, possibilitando uma transição mais segura para um futuro com energia sustentável.
O sistema ainda passará por mais testes antes de ser aprovado para uso em larga escala, e deve demorar alguns anos para ser implementado em veículos de produção. Apesar de seu potencial, o Impervio não é uma solução definitiva para todos os problemas de segurança das baterias de carros elétricos, mas representa um avanço significativo em termos de inovação.
Fonte: iG, UOL e QuatroRodas.