OMC: China afirma que não usa subsídios proibidos para veículos elétricos

A China nega usar subsídios proibidos pela OMC para veículos elétricos, afirmando que seu sucesso decorre da inovação e competitividade. Joe Biden acusa a China de inundar o mercado dos EUA com carros subsidiados e planeja aumentar tarifas de importação para 100% para proteger a indústria americana. A China exportou 13 mil veículos elétricos para os EUA no último ano e pede respeito às regras de comércio internacional.
Publicado em Notícias dia 6/06/2024 por Alan Corrêa

A China negou nesta quinta-feira (6) que use subsídios proibidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para a produção de veículos elétricos. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que o sucesso dos veículos elétricos chineses é resultado da inovação tecnológica e da competitividade de mercado, e não de subsídios governamentais. A declaração foi uma resposta às afirmações do presidente dos EUA, Joe Biden, de que a China estaria inundando o mercado norte-americano com veículos elétricos subsidiados.

Joe Biden, em entrevista à revista Time, expressou preocupação com os veículos elétricos chineses de baixo custo que entram no mercado dos EUA. Ele mencionou planos para aumentar as tarifas de importação desses veículos para mais de 100% como uma medida para proteger a indústria automotiva americana. Biden ressaltou que as tarifas não aumentariam os preços para os consumidores, mas ajudariam a equilibrar a competição no mercado.

Carro BYD Dolphin (Reprodução/ BYD)
Carro BYD Dolphin (Reprodução/ BYD)

A China, por sua vez, exportou apenas 13 mil veículos elétricos para os EUA no ano passado, questionando a alegação de Biden de que estaria inundando o mercado. O porta-voz chinês destacou que os produtos de nova energia da China são populares no mercado internacional devido às vantagens comparativas e às leis de mercado. Ele enfatizou que a política de subsídios da China respeita as regras da OMC e os princípios de justiça, transparência e não discriminação.

Além disso, o porta-voz chinês afirmou que os subsídios industriais têm origem nos EUA e na Europa e são amplamente adotados globalmente. Ele mencionou que as políticas de subsídios dos EUA, como a Lei de CHIPS e Ciência e a Lei de Redução da Inflação, envolvem centenas de bilhões de dólares em subsídios diretos e indiretos. Segundo ele, essas práticas discriminatórias violam as regras da OMC e desestabilizam as cadeias industriais e de suprimentos globais.

Joe Biden, ao diferenciar sua política comercial da de Donald Trump, afirmou que não está implementando tarifas generalizadas, mas sim medidas específicas para proteger a indústria americana. Ele destacou que a política de tarifas é parte de um esforço para proteger empregos nos EUA e conter a eficiência da China na transição energética. Biden também mencionou incentivos para a produção e consumo de veículos elétricos nos EUA, incluindo financiamento para a instalação de estações de carregamento.

A China pediu que os EUA respeitem os princípios de mercado e as regras de comércio internacional, criando condições equitativas para as empresas de todos os países. O porta-voz chinês reiterou que a China defenderá firmemente seus direitos e interesses legais no comércio internacional. A tensão comercial entre os dois países continua a ser um tema central nas políticas comerciais e de energia.

A entrevista de Joe Biden à revista Time abordou também outros temas de política externa, como China, Taiwan, Ucrânia e Israel. Biden busca fortalecer laços com aliados internacionais e formar uma coalizão para enfrentar a China no campo da energia limpa. As medidas comerciais fazem parte de uma estratégia para proteger a indústria americana e promover a transição para tecnologias de energia limpa.

*Infomoney e Forum.