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Petrobras mantém preço dos combustíveis e adota novas estratégias no mercado

A Petrobras anunciou que manterá os preços atuais dos combustíveis, apesar das recentes quedas no valor do petróleo. A presidente Magda Chambriard afirmou que a estatal está confortável com o patamar atual, mantendo a nova política de precificação adotada em 2023. As oscilações do mercado internacional e as estratégias do governo Lula também são temas discutidos.
Publicado em Notícias dia 6/09/2024 por Alan Corrêa

A Petrobras, sob a liderança de Magda Chambriard, decidiu manter os preços dos combustíveis estáveis, mesmo diante da recente queda do petróleo no mercado internacional. Desde agosto de 2024, o preço do barril de petróleo tipo Brent registrou uma queda significativa, passando de US$ 81,43 para US$ 72,89. Essa volatilidade no mercado, no entanto, não será motivo para novos ajustes nos preços dos combustíveis no Brasil, segundo a estatal.

A presidente Magda Chambriard declarou que a Petrobras está confortável com os valores atuais e que a população não percebe uma redução porque há outras variáveis envolvidas, como as margens de distribuição e revenda. Essa decisão está alinhada com a política de precificação adotada pela empresa em 2023, que deixou de seguir o regime de paridade internacional, uma mudança significativa em relação ao governo anterior.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva implementou essa nova política como parte de suas promessas de campanha, buscando “abrasileirar” o preço dos combustíveis. A política anterior, adotada durante a gestão de Michel Temer, vinculava os preços internos aos valores internacionais, o que gerou uma série de críticas devido ao alto custo repassado ao consumidor final.

Agora, a Petrobras considera uma série de outros fatores em sua precificação, como o custo alternativo dos concorrentes, incluindo etanol e diesel importado, além do custo marginal de produção. Isso significa que os preços praticados pela estatal não estão mais diretamente atrelados às flutuações do mercado internacional, o que oferece mais estabilidade aos consumidores brasileiros, mas também limita as possibilidades de redução rápida.

Mesmo diante das quedas no mercado internacional, a expectativa de uma redução imediata nos preços não se confirmou. De acordo com a análise da Warren Investimentos, há margem para uma redução de 11% no preço nas refinarias, o que poderia refletir uma queda de 4% nas bombas. No entanto, Magda Chambriard reiterou que, por enquanto, a estatal não realizará novos ajustes.

Outro fator relevante é a produção do Diesel R, um combustível mais sustentável, lançado pela Petrobras em 2022. Apesar de a expectativa inicial de incentivos fiscais para o produto ter sido frustrada, a estatal seguirá investindo em sua produção. O Diesel R é uma alternativa promissora, com uma redução de pelo menos 60% nas emissões de carbono em comparação ao diesel mineral.

A Petrobras também ajustou o preço do querosene de aviação (QAV) em setembro de 2024, com uma redução de 8,8%. No entanto, não há previsão de novos cortes nos preços desse combustível. A estratégia da estatal é focar em manter um equilíbrio entre suas operações e os custos do mercado internacional, sem abrir mão da sustentabilidade.

Essa postura, de manter os preços estáveis, está sendo vista por muitos como uma forma de recuperação financeira da Petrobras, que sofreu perdas consideráveis ao longo do período de defasagem de preços. Ainda assim, o mercado segue especulando sobre possíveis mudanças no futuro, dependendo da estabilização dos preços do petróleo e da evolução da demanda interna.

A nova política de precificação e a decisão de manter os preços dos combustíveis sem novos ajustes demonstram o comprometimento da Petrobras com a estratégia estabelecida pelo governo Lula. Ao mesmo tempo, essa abordagem também reflete a cautela da estatal em relação às pressões internacionais, especialmente diante das tensões geopolíticas que afetam o preço do petróleo.

Fonte: OGlobo e Infomoney.