Um estudo do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) revelou que o preço das baterias de carros elétricos sofreu uma queda significativa nos últimos 15 anos. Entre 2008 e 2023, o custo caiu 90%, passando de US$ 1.415 por quilowatt-hora (kWh) em 2008 para US$ 139 por kWh em 2023. Essa queda tem sido fundamental para aumentar a competitividade dos veículos elétricos no mercado automotivo global.
A redução no preço das baterias é atribuída a vários fatores. Avanços na tecnologia de baterias e no processo de fabricação, além do aumento no volume de produção, foram determinantes para essa mudança. A evolução na química das baterias também desempenhou um papel importante ao otimizar o uso de materiais e reduzir o peso e o tamanho dos componentes.
De acordo com a pesquisa, os custos ainda devem cair mais nos próximos anos. As previsões indicam que, até 2027, os veículos elétricos poderão ser mais baratos de produzir do que os modelos de combustão interna, como os carros a gasolina ou diesel. Essa paridade de preços pode mudar o cenário do mercado automotivo, tornando os veículos elétricos mais acessíveis a uma fatia maior da população.
Um exemplo prático do impacto da queda nos preços das baterias pode ser observado no Tesla Model Y. Em 2008, uma bateria de 81 kWh custava cerca de US$ 114.615, enquanto em 2023 esse valor caiu para US$ 11.259. Esse tipo de redução ilustra como o custo das baterias está se tornando cada vez mais viável para fabricantes e consumidores.
Outros veículos elétricos no mercado brasileiro, como o Renault Kwid E-Tech e o Chery iCar, também passaram por reajustes de preço. O Kwid, que inicialmente foi lançado por R$ 146.990, já está sendo comercializado por menos de R$ 100 mil. O Chery iCar, que antes custava cerca de R$ 150 mil, agora é vendido por R$ 119.990. Esses ajustes demonstram que os veículos elétricos estão se tornando mais acessíveis e competitivos no Brasil.
A pesquisa da BlombergNEF também reforça os dados do DOE. Segundo a instituição, entre 2022 e 2023, o preço das baterias de íons de lítio caiu 14%, mostrando que o processo de barateamento continua em ritmo acelerado. A perspectiva de queda contínua dos preços deve impulsionar ainda mais a adoção de veículos elétricos nos próximos anos.
A tendência de eletrificação dos veículos também está sendo acompanhada de investimentos expressivos por parte de grandes montadoras. Marcas como Ferrari, Tesla e Volvo já anunciaram planos de aumentar sua capacidade de produção de carros elétricos e ampliar suas linhas de produtos com foco na mobilidade sustentável.
A questão da acessibilidade dos veículos elétricos é central para o futuro do transporte global. Com os preços das baterias cada vez menores, é possível que os carros elétricos se tornem uma opção viável não apenas para consumidores de alto poder aquisitivo, mas também para o mercado de massa. A previsão é que a combinação de produção em larga escala e tecnologias cada vez mais eficientes permita que esses veículos cheguem a mais pessoas em um curto período.
Embora o custo inicial de um veículo elétrico ainda seja maior que o de um carro a combustão, a tendência é que essa diferença desapareça em breve, especialmente com o avanço na tecnologia das baterias. Outro ponto importante a se considerar é que os veículos elétricos têm custos de manutenção mais baixos e oferecem maior eficiência energética, o que também contribui para reduzir o custo total de propriedade.
A transição para os veículos elétricos ainda enfrenta alguns desafios, como a ampliação da infraestrutura de carregamento e a necessidade de investimentos em energias renováveis para abastecer essa nova frota de veículos. No entanto, a queda no preço das baterias é um passo fundamental para superar esses obstáculos e promover a eletrificação em larga escala.
Se as previsões se confirmarem, nos próximos anos veremos uma mudança drástica no mercado automotivo global, com os veículos elétricos assumindo uma posição de destaque frente aos carros movidos a combustíveis fósseis. Essa transição será impulsionada pela redução dos custos de produção e pelas vantagens ambientais associadas aos veículos elétricos.
A questão agora é como as montadoras e os governos vão se adaptar a essa nova realidade. Investimentos em infraestrutura, incentivos fiscais e políticas de estímulo à produção e consumo de veículos elétricos serão cruciais para acelerar essa transição.