Será que o Hidrogênio é a Resposta Definitiva para a Mobilidade Limpa?

Os carros a hidrogênio têm ganhado grande destaque no cenário que visa mitigar o aquecimento global e seguir com as ideias de ESG, mas será que isso é possível de ser aplicado no Brasil?
Publicado em Notícias dia 5/10/2024 por Maria Eduarda Peres

Nos últimos tempos, a questão da sustentabilidade tem se tornado central nos debates sobre o futuro da mobilidade. O surgimento dos carros movidos a hidrogênio apresenta uma oportunidade significativa para repensarmos o modo como nos deslocamos. A busca por alternativas que reduzam a dependência de combustíveis fósseis já não é apenas uma preocupação ambiental, mas uma necessidade para garantir um futuro menos poluído e mitigar o aquecimento global. Carros a hidrogênio, por emitirem apenas vapor de água, representam um avanço significativo na redução de gases de efeito estufa, sendo um dos principais exemplos de como a inovação tecnológica pode ser aliada da preservação do meio ambiente.

Pontos Principais:

  • Carros movidos a hidrogênio emitem apenas vapor de água, sem CO2.
  • Tempos de reabastecimento rápidos e autonomia superior a 600 km.
  • A infraestrutura limitada é um desafio para a adoção em massa.
  • Brasil tem potencial para liderar a produção de hidrogênio verde.

Os carros movidos a hidrogênio representam uma mudança crucial no cenário da mobilidade sustentável. Embora existam desafios a serem superados, como a criação de uma infraestrutura adequada e a produção de hidrogênio a partir de fontes limpas, o potencial dessa tecnologia é promissor. Com a adoção global dessa solução, será possível não apenas reduzir a pegada de carbono do transporte, mas também garantir uma alternativa viável e competitiva aos combustíveis fósseis, contribuindo significativamente para a preservação ambiental e a mitigação das mudanças climáticas. O Brasil, com seus recursos naturais abundantes, pode se tornar um protagonista nesse movimento global, desde que haja investimentos estratégicos e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável da mobilidade.

Ao utilizarem células de combustível, os carros a hidrogênio não emitem CO2, contribuindo significativamente para a redução dos gases de efeito estufa.
Ao utilizarem células de combustível, os carros a hidrogênio não emitem CO2, contribuindo significativamente para a redução dos gases de efeito estufa.

Esses modelos funcionam por meio de células de combustível, que convertem o hidrogênio em eletricidade através de uma reação química. Esse processo é limpo, diferentemente dos carros a combustão, que liberam CO2 durante a queima, contribuindo para o aquecimento global. Marcas como Toyota e Hyundai já estão à frente dessa tecnologia, desenvolvendo veículos que aliam alta performance e sustentabilidade, como o modelo Toyota Mirai. Os carros a hidrogênio podem ser reabastecidos em poucos minutos e oferecem uma autonomia que ultrapassa 600 quilômetros, características que os tornam competitivos em comparação com os carros elétricos movidos a baterias. A proposta dessas marcas é clara: oferecer uma alternativa viável ao transporte tradicional, sem sacrificar o desempenho ou a praticidade.

A Toyota é pioneira no desenvolvimento de veículos a hidrogênio, como o modelo Mirai, que combina alta performance com baixíssimo impacto ambiental.
A Toyota é pioneira no desenvolvimento de veículos a hidrogênio, como o modelo Mirai, que combina alta performance com baixíssimo impacto ambiental.

Entretanto, no Brasil, essa realidade pode estar um pouco distante, já que a infraestrutura nacional ainda é precária para possibilitar a adoção em massa desses veículos. O governo, em parceria com a iniciativa privada, deve tomar a frente na construção dessa infraestrutura, garantindo a expansão dos postos de abastecimento em áreas urbanas e rurais.

Com autonomia superior a 600 km e reabastecimento rápido, os carros a hidrogênio se tornam uma solução competitiva frente aos veículos elétricos a bateria.
Com autonomia superior a 600 km e reabastecimento rápido, os carros a hidrogênio se tornam uma solução competitiva frente aos veículos elétricos a bateria.

Atualmente, boa parte do hidrogênio utilizado globalmente é produzido a partir de fontes não renováveis, como o gás natural. O Brasil, com seu enorme potencial para geração de energia renovável, pode liderar a produção de hidrogênio verde, utilizando energia solar e eólica para produzir hidrogênio de forma limpa.

A adoção de carros a hidrogênio no Brasil depende do desenvolvimento de uma infraestrutura adequada para o abastecimento desses veículos.
A adoção de carros a hidrogênio no Brasil depende do desenvolvimento de uma infraestrutura adequada para o abastecimento desses veículos.

Com o desenvolvimento de uma rede de produção sustentável, os carros a hidrogênio poderão se tornar uma opção economicamente viável para grande parte da população, impulsionando um mercado mais competitivo e, consequentemente, gerando benefícios para os consumidores. O Brasil tem a oportunidade de se tornar um líder na transição para uma mobilidade mais limpa e eficiente.

A transição para veículos movidos a hidrogênio não é apenas uma solução tecnológica, mas também uma mudança necessária para garantir um futuro mais sustentável. Em um momento em que a preocupação com as emissões de carbono e a degradação ambiental cresce, as montadoras têm buscado novas alternativas para se adaptar a uma economia de baixo carbono. Os carros a hidrogênio, por exemplo, são vistos como uma das principais alternativas ao transporte movido a combustíveis fósseis, pois conseguem combinar o melhor dos dois mundos: alta eficiência energética e baixos impactos ambientais. No entanto, para que essa tecnologia realmente alcance seu potencial, é crucial investir em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura.

Uma das grandes vantagens dos veículos a hidrogênio é o tempo de reabastecimento, que é significativamente menor que o dos carros elétricos movidos a baterias. Enquanto um carro elétrico pode levar horas para carregar completamente, um veículo a hidrogênio pode ser reabastecido em menos de 5 minutos. Além disso, esses carros oferecem uma autonomia superior, com capacidade para percorrer mais de 600 quilômetros com um único tanque de hidrogênio, o que os torna altamente competitivos em relação aos modelos elétricos tradicionais. Essas características são especialmente atrativas para consumidores que precisam de agilidade e confiabilidade em suas rotinas diárias, sem comprometer o desempenho ambiental.

Entretanto, o desenvolvimento da infraestrutura necessária para suportar a adoção em massa desses veículos ainda é um desafio significativo. Nos países mais desenvolvidos, como Japão e Alemanha, já existem projetos avançados de instalação de postos de abastecimento de hidrogênio, mas essa realidade está longe de se concretizar em muitos outros mercados. No Brasil, por exemplo, a implementação de uma rede de abastecimento de hidrogênio ainda é incipiente, o que limita a viabilidade comercial desses veículos no curto prazo. Para que essa tecnologia se torne acessível à população em geral, será necessário um esforço conjunto entre governo, setor privado e investidores para criar uma infraestrutura robusta.

Além da questão da infraestrutura, também é importante discutir a fonte de produção do hidrogênio. Atualmente, grande parte do hidrogênio utilizado no mundo é derivado de combustíveis fósseis, como o gás natural, o que anula em parte os benefícios ambientais dessa tecnologia. Por isso, é essencial que os investimentos se concentrem na produção de hidrogênio verde, que é obtido a partir de fontes renováveis como a energia solar e eólica. O Brasil, com seu vasto potencial em energias renováveis, tem uma vantagem competitiva nesse sentido e pode se tornar um líder global na produção de hidrogênio verde, impulsionando ainda mais a adoção dessa tecnologia no país.

Com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento de novas soluções, os custos de produção de veículos a hidrogênio também tendem a diminuir ao longo do tempo, o que facilitará a sua popularização. Assim como aconteceu com os carros elétricos, que inicialmente eram caros e de difícil acesso, os veículos a hidrogênio podem seguir uma trajetória semelhante, com a queda gradual dos custos de produção e aumento da oferta. A medida em que mais montadoras entram nesse mercado, a competitividade aumenta, gerando um ciclo positivo de inovação, redução de custos e adoção em larga escala.

Fonte : MAPFRE e Quatro rodas.