O mercado de veículos eletrificados no Brasil apresentou um crescimento significativo em 2024, alcançando 177.358 unidades emplacadas no segmento de veículos leves. De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), isso representa um aumento de 89% em relação às 93.927 unidades registradas no ano anterior.
Pontos Principais:
Os modelos 100% elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV) foram responsáveis pela maior parte das vendas, representando 71% do total, com 125.624 unidades. Essa evolução reflete a transição gradual do mercado automotivo para tecnologias mais limpas e sustentáveis.
Em dezembro de 2024, o mercado alcançou um recorde mensal com 21.634 unidades vendidas. Os modelos plug-in lideraram o mês, com 14.889 unidades, evidenciando a preferência do consumidor por tecnologias recarregáveis.
A comercialização de veículos eletrificados no Brasil foi dividida em várias categorias em 2024. O desempenho foi registrado da seguinte forma:
Os híbridos convencionais, incluindo HEV e HEV Flex, somaram 51.733 unidades, registrando um crescimento de 24% em comparação a 2023. No entanto, os modelos plug-in continuaram liderando, indicando uma maior aceitação de veículos recarregáveis.
O desenvolvimento da infraestrutura de recarga foi um dos principais fatores que impulsionaram o mercado de veículos eletrificados em 2024. O Brasil terminou o ano com 12.000 pontos de recarga públicos e semi-públicos, segundo a Tupi Mobilidade, associada da ABVE.
Essa expansão ajudou a reduzir barreiras para o uso de veículos elétricos em trajetos mais longos e proporcionou suporte à crescente demanda por veículos plug-in. A presença de mais pontos de recarga é fundamental para a consolidação do mercado de eletromobilidade.
Apesar disso, há desafios técnicos relacionados aos micro-híbridos (MHEV), que utilizam baterias de 12 volts sem tração elétrica. A partir de 2025, a ABVE planeja separar esses dados das demais categorias para aumentar a transparência.
Na região de Piracicaba (SP), o número de veículos eletrificados vendidos mais que quadruplicou nos últimos três anos. De janeiro a novembro de 2024, foram emplacadas 1.368 unidades, segundo a ABVE. Em 2022, o registro foi de 293 unidades, subindo para 736 em 2023.
Os modelos Song Plus GS DM e Dolphin Mini GS EV lideraram as vendas regionais, somando 372 unidades e representando 27,2% do total. A fabricante chinesa BYD detém a maior participação de mercado na região, com 51,4%, seguida pela GWM, que possui fábrica em Iracemápolis (SP) e responde por 19,2%.
Os preços dos veículos eletrificados vêm se aproximando dos modelos a combustão nos últimos anos. Em 2024, o modelo elétrico mais acessível foi o Renault Kwid E-Tech, comercializado por R$ 99.990. O BYD Dolphin Mini, com preço inicial de R$ 115.800, destacou-se como o elétrico mais vendido no Brasil.
O custo médio de um veículo elétrico no país é de aproximadamente R$ 150.000, comparável ao ticket médio de R$ 140.000 dos veículos vendidos em 2023. Embora os carros a combustão mais baratos custem cerca de R$ 70.000, a diferença de preços tem diminuído significativamente.
Além disso, veículos elétricos permitem uma redução de até 75% nos custos de locomoção em comparação com os veículos movidos a gasolina. O uso de energia solar para recarga pode reduzir ainda mais as despesas operacionais.
Para 2025, espera-se a entrada de novas marcas, como a Leapmotor, que deve lançar o compacto T03, com autonomia de 265 km e preço competitivo. A Chevrolet também planeja introduzir o SUV elétrico compacto Spark no mercado brasileiro.
A tributação sobre importação de veículos elétricos, atualmente em 18%, será reajustada para 25% no segundo semestre, podendo impactar os preços. No entanto, fabricantes como BYD e GWM planejam iniciar a montagem nacional de veículos ainda em 2025, o que pode compensar o aumento tributário.