A Volkswagen iniciou uma reestruturação em sua linha de compactos no Brasil, e o Polo será diretamente impactado por essa mudança. O hatch, que atualmente é um dos modelos mais vendidos da marca no país, passará por uma redução significativa de versões a partir da linha 2026. Essa movimentação tem como principal motivador o lançamento do novo SUV compacto Tera, previsto para chegar ao mercado nacional entre maio e junho.
Pontos Principais:
Conforme relatos de concessionários e informações obtidas junto a fontes do setor, o Polo deixará de oferecer as versões intermediárias, ficando apenas com quatro opções de acabamento. A fabricante já comunicou oficialmente a mudança, e essa nova estratégia busca evitar a sobreposição de preços e públicos entre o hatch e o utilitário esportivo, que terá motorização semelhante em suas versões de entrada.
Essa reorganização também afeta diretamente a disponibilidade de determinadas configurações mecânicas e impacta a oferta do motor 1.0 MPI no portfólio da marca. Com isso, o consumidor verá uma simplificação na gama, o que reflete uma tentativa de racionalizar a linha de produtos e adaptar a estrutura às exigências de mercado e à chegada de novos modelos.
O Volkswagen Polo 2026 será oferecido apenas em quatro versões: Track, Robust, Sense e Highline. Essa mudança representa uma redução em relação à linha 2025, que contava com sete variantes no total, incluindo as opções MPI, TSI e Comfortline, além da já extinta GTS.
A exclusão das versões intermediárias é resultado da baixa procura por esses modelos e do reposicionamento do hatch no portfólio da marca. A versão Robust continuará existindo, mas voltada exclusivamente para vendas diretas, especialmente a frotistas, sendo oferecida como um pacote específico derivado da configuração Track.
A versão Highline permanecerá como a opção mais completa da linha, mantendo-se como a única com acabamento superior. Sua manutenção na linha se justifica por representar uma alternativa mais equipada e com motorização turbo, ainda que haja uma diferença considerável de preço em relação ao Polo Sense.
Com o enxugamento da linha, o Polo passa a contar com apenas duas opções de motorização. A versão de entrada Track, junto com a Robust, utilizará o motor 1.0 MPI aspirado flex, capaz de entregar 84 cv de potência e torque de 10,3 kgfm, acoplado ao câmbio manual de cinco marchas.
Já as versões Sense e Highline utilizarão o motor 1.0 turbo flex de 116 cv e 16,8 kgfm de torque, combinado ao câmbio automático de seis marchas. Essa simplificação nas configurações mecânicas elimina a oferta anterior de câmbio manual nas versões turbo, que existia nas variantes TSI e Comfortline.
A decisão afeta também a presença do motor MPI no mercado. Com a retirada do Polo MPI do portfólio, essa motorização fica restrita à versão Track, até que o SUV Tera seja lançado oficialmente. O Tera também utilizará esse motor em sua configuração de entrada, o que indica uma continuidade da aplicação da unidade 1.0 aspirada no segmento de entrada da marca.
O lançamento do Volkswagen Tera está agendado para ocorrer entre maio e junho de 2025. O modelo ocupará uma faixa de mercado semelhante à das versões intermediárias do Polo, motivo pelo qual essas variantes foram excluídas. O novo SUV utilizará o mesmo motor 1.0 aspirado com câmbio manual na versão de entrada, e deve ter preço inicial estimado na casa dos R$ 100 mil.
Com o Tera posicionado nesse patamar de preço, o objetivo da Volkswagen é consolidar o Polo como um modelo mais acessível em sua configuração de entrada, enquanto o Tera assume o papel de intermediário entre o hatch e os SUVs maiores da marca. A expectativa é que a versão topo de linha do Tera custe aproximadamente R$ 140 mil, ultrapassando ligeiramente o valor cobrado pelo Polo Highline.
Essa movimentação também ajuda a evitar a competição interna entre modelos da própria marca, permitindo um alinhamento mais claro entre os públicos-alvo de cada veículo. O Polo se concentra no consumidor que busca um carro compacto com boa relação entre custo e entrega, enquanto o Tera mira nos que desejam um SUV compacto com visual e posição de dirigir elevada.
A estratégia de simplificação da gama do Polo não é novidade. Antes mesmo da chegada do Tera, a Volkswagen já havia retirado do catálogo a versão GTS, que trazia o motor 1.4 turbo de 150 cv e os faróis IQ.Light. Essa decisão foi tomada para abrir espaço na linha esportiva da marca para o Nivus GTS, que ocupará o papel de modelo com apelo mais dinâmico.
A reestruturação também é acompanhada por movimentações industriais. Com a maior demanda por versões de entrada como o Track, a marca passou a fabricar esse modelo em mais de uma planta, buscando atender ao volume de vendas nas vendas diretas e também ao público PCD.
Apesar de todos os ajustes, o Polo ainda mantém sua relevância no mercado nacional, sendo um dos hatches mais emplacados no Brasil. A nova configuração da linha, com menos versões e foco nas motorizações 1.0 MPI e 1.0 TSI, visa manter essa posição ao mesmo tempo em que a marca amplia sua oferta de SUVs com o Tera.
Fonte: Volkswagen, Terra, Autoo e QuatroRodas.