O plano de fusão entre Nissan e Honda não avançou, e agora a montadora japonesa precisa encontrar novos caminhos para garantir sua competitividade no mercado. Em meio a um plano de reestruturação que prevê 9 mil demissões e uma redução de 20% na capacidade global de produção, a Nissan busca investidores estratégicos para fortalecer sua posição.
Pontos Principais:
Uma das possibilidades envolve a Tesla. Um grupo japonês, liderado por Hiro Mizuno, ex-diretor do Fundo de Investimento do Governo do Japão e ex-membro do conselho da Tesla, está tentando atrair Elon Musk para um investimento na Nissan. O plano incluiria a Tesla como principal nome de um consórcio de investidores.
Outra empresa que aparece como possível parceira é a Foxconn, gigante do setor de tecnologia e fabricação de eletrônicos. A empresa taiwanesa já demonstrou interesse na Nissan anteriormente e pode buscar uma participação acionária, além de propor uma parceria estratégica que envolva também a Honda e a Mitsubishi.
A Tesla, que já possui fábricas nos Estados Unidos, poderia se beneficiar da aquisição das instalações da Nissan no país. A montadora japonesa possui duas fábricas nos EUA, em Tennessee e Mississippi, com capacidade total de 1 milhão de veículos por ano. No entanto, em 2024, a produção caiu para 525 mil unidades.
A possível aquisição dessas fábricas pela Tesla poderia ajudar a empresa de Elon Musk a aumentar sua produção doméstica, reduzindo a dependência de importações em um momento em que o presidente Donald Trump sinaliza um aumento de tarifas para veículos fabricados no exterior.
Apesar do interesse demonstrado pelo grupo japonês, Elon Musk publicou no X que “a fábrica da Tesla é o produto” e que a linha de montagem do Cybercab, novo projeto da empresa, não se compara a nada na indústria automotiva. A declaração levanta dúvidas sobre o real interesse da Tesla nos ativos da Nissan.
A Foxconn, maior fabricante de eletrônicos do mundo, também aparece como um possível investidor na Nissan. A empresa já demonstrou interesse anteriormente, principalmente na participação acionária da Renault na montadora japonesa, o que gerou receios de uma aquisição hostil.
Agora, a Foxconn teria apresentado uma nova proposta de parceria, incluindo a Nissan, a Honda e a Mitsubishi. A empresa taiwanesa busca expandir sua presença no setor automotivo, aproveitando sua experiência na fabricação de eletrônicos e veículos elétricos para se posicionar melhor nesse mercado.
Se a parceria avançar, a Nissan pode encontrar na Foxconn um caminho para renovar sua linha de produtos e reduzir custos operacionais. A experiência da empresa no setor de tecnologia poderia ajudar na transição para veículos elétricos e na modernização de processos de produção.
Além da Tesla e da Foxconn, outra possibilidade para a Nissan é o investimento da gestora de private equity KKR. Segundo a Bloomberg, a KKR estaria avaliando um aporte na montadora japonesa, o que poderia garantir recursos para a reestruturação da empresa.
Enquanto busca alternativas, a Nissan enfrenta desafios financeiros. Recentemente, a agência Moody’s rebaixou a classificação de crédito da empresa para o status de junk, apontando riscos na implementação do plano de reestruturação e na renovação da linha de produtos.
Membros do conselho da Nissan também sugeriram que Apple e Tesla seriam investidores ideais para a empresa. Caso uma dessas parcerias se concretize, a Nissan pode encontrar um novo rumo, alterando o equilíbrio de forças no setor automotivo global.