Honda WR-V 2018: Confira os preços atualizados das versões EX e EXL na Fipe

Honda WR-V 2018: Confira os preços atualizados das versões EX e EXL na Fipe
Quem compra um Honda WR-V usado precisa olhar o histórico e o estado real do carro. Uso urbano pesado aparece na suspensão, freios e câmbio, e isso pesa mais que o preço anunciado.
Publicado por em Honda dia | Atualizado em

Pontos Principais:

  • O Honda WR-V usado foi majoritariamente utilizado em trânsito urbano intenso, o que impacta suspensão, freios e pneus.
  • Motor 1.5 e câmbio CVT são confiáveis quando bem mantidos, mas exigem inspeção cuidadosa em carros com histórico urbano pesado.
  • Diferenças entre versões influenciam valor, liquidez e custo de avaliação no mercado atual de usados.
  • WR-V EX 2018: R$ 78 mil (Código Fipe: 014094-5)
  • WR-V EXL 2018: R$ 81 mil (Código Fipe: 014095-3)

Comprar um Honda WR-V usado hoje é, antes de tudo, entender o Brasil em que esse carro viveu. Não é uma decisão que começa no anúncio nem termina no preço. Ela passa por ruas mal conservadas, trânsito pesado, orçamento mais apertado e um mercado em que o usado deixou de ser plano B para virar escolha principal.

A proposta original que define tudo

O Honda WR-V usado ganhou força quando carros novos ficaram caros e o trânsito piorou. Ele promete conforto urbano, mas cobra atenção ao passado. A história começa antes da compra.
O Honda WR-V usado ganhou força quando carros novos ficaram caros e o trânsito piorou. Ele promete conforto urbano, mas cobra atenção ao passado. A história começa antes da compra.

O WR-V surgiu com uma proposta clara, facilitar a rotina urbana de quem cansou de raspar o carro em valetas e lombadas. Ele nunca prometeu aventura, desempenho esportivo ou sofisticação técnica. Prometeu conforto funcional, posição de dirigir elevada e robustez suficiente para enfrentar o dia a dia das cidades. Esse ponto é fundamental porque define como a maioria dos exemplares foi usada e, principalmente, como eles envelhecem.

O caminho mental de quem chega ao WR-V hoje

Quem procura um WR-V hoje geralmente já passou por outras tentativas. Olhou carros novos e recuou ao ver preços e custos. Considerou SUVs compactos mais recentes e percebeu que seguro, IPVA e manutenção pesam mais do que o esperado. Pensou em hatches tradicionais e lembrou que a realidade urbana não é gentil com carros baixos. O WR-V aparece como um meio-termo lógico, mas essa lógica só se sustenta quando o passado do carro é bem compreendido.

O uso urbano intenso e o desgaste invisível

A grande maioria dos WR-V usados rodou muito em cidade. Isso significa trânsito intenso, arranca e para constante, suspensão trabalhando o tempo todo e freios exigidos diariamente. Não é um defeito, é o retrato da proposta. O problema começa quando o desgaste não conversa com a quilometragem, ou quando o histórico é tratado como detalhe irrelevante.

Onde a avaliação realmente começa

O WR-V nasceu para cidade, não para aventura. Rodou em buracos, lombadas e congestionamentos. Esse uso constante molda desgaste invisível e muda tudo na avaliação.
O WR-V nasceu para cidade, não para aventura. Rodou em buracos, lombadas e congestionamentos. Esse uso constante molda desgaste invisível e muda tudo na avaliação.

A leitura correta do carro começa longe do motor. Suspensão vem primeiro. Batidas secas ao passar por irregularidades, rangidos persistentes e pequenas folgas indicam anos de uso pesado. Rodas levemente empenadas e pneus com desgaste irregular contam histórias que anúncios nunca contam. Esses sinais explicam por que dois WR-V do mesmo ano podem oferecer experiências completamente diferentes ao volante.

Motor e câmbio, sinais que não podem ser ignorados

O motor 1.5 costuma ser previsível, e o câmbio CVT confortável. Justamente por isso, trancos e vibrações indicam descuido. Esses sinais raramente surgem por acaso.
O motor 1.5 costuma ser previsível, e o câmbio CVT confortável. Justamente por isso, trancos e vibrações indicam descuido. Esses sinais raramente surgem por acaso.

O motor 1.5 i-VTEC construiu fama por ser previsível e silencioso. Justamente por isso, qualquer comportamento fora do padrão chama atenção. Vibração excessiva, aspereza a frio ou resposta lenta não fazem parte da personalidade normal desse conjunto. Não é motivo para pânico imediato, mas é motivo para investigar com seriedade.

O câmbio CVT segue a mesma lógica. Ele entrega conforto no trânsito urbano, que é onde o WR-V mais vive. Mas conforto depende de cuidado. Trancos, hesitação em retomadas ou ruídos metálicos não combinam com esse conjunto. Em um mercado onde muitos exemplares já acumularam quilometragem relevante, esse ponto separa carros bem cuidados de potenciais problemas futuros.

Freios e o retrato da rotina diária

Os freios também falam muito. O WR-V é mais alto e pesado que um hatch comum e passa boa parte da vida desacelerando em tráfego urbano. Volante vibrando ao frear ou pedal pulsando indicam discos castigados. Não é falha de projeto, é reflexo direto da rotina que esse carro enfrentou.

EX ou EXL, por que isso pesa mais hoje

As versões ganharam peso maior na decisão atual. A EX costuma aparecer como opção mais acessível, enquanto a EXL é mais disputada por oferecer mais conforto e segurança. Isso impacta não só o preço, mas o nível de atenção na avaliação. Quanto mais tecnologia embarcada, maior a necessidade de verificar eletrônica, sensores e sistemas de segurança funcionando corretamente.

Preço, mercado e custos que surgem depois

Suspensão fala mais que o painel. Batidas secas, rangidos e pneus irregulares revelam anos de uso pesado. Dois WR-V iguais podem contar histórias bem diferentes.
Suspensão fala mais que o painel. Batidas secas, rangidos e pneus irregulares revelam anos de uso pesado. Dois WR-V iguais podem contar histórias bem diferentes.

No mercado atual, os valores se concentram em torno de R$ 77 mil a R$ 80 mil, dependendo da versão e do estado geral. Esse patamar coloca o WR-V em uma posição interessante frente a carros novos mais simples. O IPVA acompanha esse valor, o seguro varia bastante conforme perfil e região, e a manutenção segue o padrão conhecido da Honda. Onde o custo costuma surpreender é quando suspensão e pneus exigem troca imediata, algo comum em carros que rodaram anos em piso ruim.

Comparações que confundem a decisão

Comparações equivocadas ainda acontecem. Elétricos seguem outra lógica de uso e custo. Picapes atendem trabalho e carga. O WR-V atende mobilidade urbana confortável. Quando essa diferença é ignorada, o arrependimento vem mesmo que o carro esteja em bom estado.

Sinais de alerta que pedem recuo

Existem sinais claros de alerta. Histórico confuso, desgaste incompatível com a quilometragem, barulhos tratados como normais e vendedores excessivamente defensivos raramente terminam em bons negócios. Um WR-V bem cuidado não precisa de discurso, ele se explica sozinho no teste e na inspeção.

O que realmente define uma boa compra

Comprar um WR-V usado hoje não é sobre encontrar o menor preço, é sobre ler o contexto certo. Entender o momento do mercado, a proposta do carro e a história daquele exemplar específico muda completamente o resultado da compra. Quando expectativa e realidade se alinham, ele entrega exatamente o que promete. Quando não, vira um problema silencioso.

Checklist essencial antes de comprar um Honda WR-V usado

  • Avalie se o carro foi usado majoritariamente em cidade, observando sinais de desgaste em suspensão, rodas e pneus.
  • Dirija em ruas irregulares e lombadas para identificar batidas secas, rangidos ou folgas na suspensão.
  • Verifique desgaste irregular dos pneus e possíveis empenos de roda, comuns em uso urbano intenso.
  • Observe o funcionamento do motor 1.5 em partida a frio, marcha lenta e acelerações leves.
  • Teste o câmbio CVT em retomadas e desacelerações, buscando trancos, hesitação ou ruídos anormais.
  • Cheque freios em baixa e média velocidade, atento a vibrações no volante ou pulsação no pedal.
  • Confirme se a quilometragem condiz com o estado geral do carro, especialmente interior e comandos.
  • Analise histórico de manutenção e revisões, priorizando carros com registros consistentes.
  • Na versão EXL, teste todos os itens eletrônicos, sensores, multimídia e sistemas de segurança.
  • Considere custos futuros com suspensão, pneus e freios ao negociar o preço final.
Alan Corrêa
Alan Correa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.