Chevrolet pode sair do Brasil se não voltar a lucrar

Mesmo com a GM, representada no Brasil pela marca Chevrolet, sendo líder de vendas no Brasil, e o Onix sendo pelo quarto ano seguido, o carro mais vendido no mercado interno, a GM ameaça deixar o país se não voltar a lucrar.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 21/01/2019

Mesmo com a GM, representada no Brasil pela marca Chevrolet, sendo líder de vendas no Brasil, e o Onix sendo pelo quarto ano seguido, o carro mais vendido no mercado interno, a GM ameaça deixar o país se não voltar a lucrar.

Em comunicado enviado aos funcionários por e-mail e também fixado no quadro de avisos das cinco fábricas do grupo no Brasil, o presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, informou ontem que “investimentos e o futuro” do grupo na região dependem da volta da lucratividade das operações ainda este ano. O aviso foi entendido pelos trabalhadores como uma ameaça de deixar o País.

Citações como “‘Barra deu sinais de que a GM está considerando sair da América do Sul”‘ e “‘não vamos continuar investindo para perder dinheiro”‘ preocuparam funcionários e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que representa os operários da Chevrolet. A informação foi divulgada primeiramente pelo jornal “O Estado de S.Paulo“.

No comunicado, Carlos Zarlenga disse que a GM no Brasil teve um prejuízo agregado significativo no período de 2016 a 2018, que não pode se repetir. “2019 será um ano decisivo para nossa história”, afirmou o executivo.

Carlos Zarlenga, presidente da General Motors Mercosul
Carlos Zarlenga, presidente da General Motors Mercosul

No comunicado, Zarlenga reproduziu matéria publicada na semana passada pelo jornal Detroit News afirmando que, ao divulgar o balanço financeiro de 2018 aos acionistas, a presidente mundial da companhia, Mary Barra, deu sinais de que está considerando sair da América do Sul, onde mantém fábricas no Brasil e na Argentina.

Nova família Chevrolet

Mark Reuss, presidente da General Motors, confirmou que a empresa irá lançar, a partir deste ano, uma nova família global de veículos de alto volume.

Resultantes de investimentos anunciados em 2015, os novos modelos vão otimizar o complexo portfólio atual e contribuir para que a GM expanda seus negócios em mercados considerados estratégicos.

Até 2020, estes novos produtos vão representar um em cada dez automóveis vendidos pela GM no mundo. Até 2023, esta proporção subirá para um em cada cinco veículos comercializados, sendo 75% do volume total da companhia na América do Sul e 20% na China.

“Os novos modelos vão oferecer visual atrativo, elevada eficiência energética e excelente dirigibilidade, além das mais avançadas tecnologias de conectividade e segurança, muitas delas inéditas em seus respectivos segmentos”, antecipa Reuss.

Em sintonia com a estratégia da GM em alinhar sua linha de veículos às novas demandas do consumidor, esta nova família global de veículos será composta por uma série de produtos, incluindo sedãs e SUVs das marcas Chevrolet e Buick, que foram desenvolvidos e validados por um time internacional de especialistas, representantes dos clientes de suas respectivas regiões.

O primeiro modelo a ser revelado é um Chevrolet projetado para atender as peculiaridades do consumidor na China, atualmente o maior mercado em volume para a GM. O evento de apresentação acontece em março naquele país. Nos primeiros 13 meses de produção serão lançados cinco tipos de carrocerias, com oito variações regionais.

A GM está empenhada em oferecer os produtos certos nos mercados certos a fim de maximizar o retorno de seus investimentos. Modelos desta nova família de veículos vão chegar posteriormente a 40 diferentes países, entre eles da América do Sul e México, regiões onde a marca Chevrolet é líder de vendas há anos.