A primeira unidade do Chevrolet Spark EUV montada no Ceará marca um movimento raro na estratégia industrial da GM no Brasil. O SUV elétrico, que chegou ao mercado há poucos meses, agora ganha montagem local e muda o patamar da operação da marca no Nordeste.

A fábrica de Horizonte inicia a produção em regime de CKD, um passo que reduz custos logísticos e prepara terreno para volumes maiores. A cerimônia de anúncio reuniu a presidência da República, autoridades regionais e executivos da GM, sinal de que a marca aposta no Spark como vitrine de eletrificação nacional. O modelo já vinha se posicionando como o elétrico urbano da Chevrolet e, com montagem local, tende a encurtar prazos e garantir estabilidade no fornecimento.
A Chevrolet ainda revelou que o movimento também abre espaço para o próximo passo, a chegada do Captiva EV, prevista para o mesmo complexo industrial a partir de 2026. A planta, agora chamada de Pace, foi estruturada para operar como unidade multimarcas, com capacidade para 80 mil veículos ao ano. O planejamento mostra que a GM trabalha com escala para disputar um segmento de elétricos que cresce de forma consistente no país.
No cenário competitivo, a produção local reduz a dependência de importações e coloca Spark e, futuramente, Captiva EV em posição mais favorável frente a marcas que ainda operam apenas com modelos trazidos de fora. A estratégia pode melhorar preço final, disponibilidade e ritmo de atualização, fatores decisivos para SUVs elétricos compactos em um mercado que já conta com BYD, GWM e Renault ampliando oferta.
Com esse avanço, a GM indica que eletrificação e nacionalização caminham juntas em um momento crucial. A decisão de dividir o mesmo endereço entre Spark EUV e Captiva EV reforça que o Ceará passa a ser um polo estratégico dentro do portfólio global da marca.