Condições de trabalho na fábrica da BYD em Camaçari são alvo de investigação do MPT

O Ministério Público do Trabalho abriu investigação sobre as condições de trabalho na fábrica da BYD em Camaçari (BA). A apuração envolve denúncias de condições insalubres e agressões físicas contra funcionários terceirizados.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 29/11/2024

O Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou uma investigação para apurar denúncias de trabalho degradante na fábrica da BYD em Camaçari, Bahia. O caso veio à tona após uma denúncia anônima registrada em setembro de 2024 e uma visita do MPT ao local em novembro, que contou também com a participação da Polícia Federal. Na inspeção, foram encontradas condições consideradas precárias para saúde e segurança dos trabalhadores.

Pontos Principais:

  • Ministério Público do Trabalho investiga denúncias de trabalho degradante.
  • Empresas terceirizadas são citadas por condições inadequadas.
  • Denúncias incluem agressões físicas a trabalhadores estrangeiros.
  • BYD afirma ter afastado responsáveis e promete melhorias.

As denúncias incluem a atuação de três empresas terceirizadas contratadas para as obras da fábrica: Jinjiang Group, AE Corp e Open Steel. Essas empresas, todas de origem chinesa, são acusadas de não fornecerem condições adequadas aos trabalhadores, que incluem cerca de 500 funcionários estrangeiros. Entre os problemas relatados estão agressões físicas, más condições sanitárias e ausência de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Fábrica da BYD em Camaçari enfrenta denúncias de trabalho degradante envolvendo empresas terceirizadas e falhas em saúde e segurança ocupacional.
Fábrica da BYD em Camaçari enfrenta denúncias de trabalho degradante envolvendo empresas terceirizadas e falhas em saúde e segurança ocupacional.

Uma matéria da Agência Pública trouxe imagens que mostram trabalhadores chineses sendo agredidos dentro do complexo industrial. Após a repercussão, a BYD confirmou que houve casos de violência e declarou que os responsáveis pelos atos foram afastados e proibidos de retornar às instalações.

O MPT também exigiu que a BYD e as empresas terceirizadas apresentem documentos que detalhem os contratos de trabalho, vistos dos funcionários estrangeiros e planos de segurança no trabalho. A notificação, enviada no dia 28 de novembro, estipula um prazo de dez dias úteis para a entrega das informações.

Embora a BYD tenha anunciado que acompanha de perto as melhorias e reforçou a fiscalização nas obras, a montadora ainda não confirmou se continuará ou não as relações com as empresas terceirizadas envolvidas. A Jinjiang Group, a AE Corp e a Open Steel, responsáveis por serviços como terraplanagem e montagem de estruturas, não possuem representação direta no Brasil.

O caso levanta questionamentos sobre o ambiente de trabalho em projetos de grande porte e a responsabilidade das empresas contratantes em fiscalizar suas parceiras. Com um investimento de R$ 5,5 bilhões, a fábrica da BYD em Camaçari é considerada um marco estratégico para a montadora e tem potencial para gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos.

O governo da Bahia foi procurado pela reportagem, mas até o momento não se pronunciou sobre o caso.

Fonte: AutoEsporte.