A tecnologia de veículos elétricos pesados segue avançando, e um novo marco foi registrado no setor. A Cummins, por meio de sua divisão Accelera, conquistou um recorde mundial ao alcançar a maior distância percorrida por um caminhão elétrico pesado movido a célula de combustível de hidrogênio sem reabastecimento. O feito foi validado pelo Guinness World Records™ e reforça a viabilidade do hidrogênio para transporte de longa distância.
Pontos Principais:
O modelo responsável pelo recorde foi o protótipo H2Rescue, baseado no Kenworth T370, que percorreu 2.906 km em uma única carga de hidrogênio. A jornada ocorreu no último trimestre de 2024, na Califórnia (EUA), sob monitoramento rigoroso para garantir a integridade dos resultados. Um juiz do Guinness acompanhou o processo e confirmou que o tanque de hidrogênio permaneceu lacrado durante todo o trajeto.
O desempenho do veículo demonstrou a capacidade de autonomia dos caminhões movidos a hidrogênio, um tema que vem sendo amplamente discutido na indústria de transportes. O teste também reforçou o potencial da tecnologia para aplicações em cenários emergenciais, considerando a ausência de emissões de carbono e a autonomia prolongada do sistema de células de combustível.
O protótipo H2Rescue utilizou um motor de célula de combustível Accelera by Cummins e um propulsor de tração de 250 kW. Durante a jornada, o caminhão consumiu um total de 168 kg de hidrogênio, rodando em velocidades que variaram entre 80 e 88 km/h.
As condições ambientais foram monitoradas, com temperaturas registradas entre 15°C e 27°C. O teste comprovou que o veículo emitiu 0 kg de CO₂ ao longo de todo o percurso, evidenciando o potencial do hidrogênio para o transporte sustentável.
O H2Rescue é um caminhão de Classe 7, com peso aproximado de 15 toneladas. A expectativa é que a substituição de veículos movidos a combustíveis fósseis por modelos como esse possa reduzir significativamente as emissões de carbono e o consumo de diesel. Segundo projeções, um único caminhão com essa tecnologia pode evitar o consumo de cerca de 6.900 litros de combustível fóssil por ano, reduzindo as emissões de CO₂ em aproximadamente 2,5 toneladas.
O desenvolvimento do H2Rescue contou com uma colaboração estratégica entre a Accelera e órgãos governamentais dos Estados Unidos. O projeto teve apoio da Direção de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Interna (DHS), do Departamento de Energia (DOE) e do Departamento de Defesa (DoD).
A cooperação entre a iniciativa privada e setores governamentais foi destacada como um fator essencial para a viabilização do projeto. Nicholas Josefik, engenheiro industrial do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Engenharia do Exército dos EUA, ressaltou que a conquista do recorde mundial exemplifica como parcerias público-privadas podem acelerar o desenvolvimento de soluções voltadas à segurança energética e à sustentabilidade.
Os resultados obtidos pelo H2Rescue reforçam o papel da célula de combustível de hidrogênio como alternativa viável para o transporte pesado. A autonomia do caminhão e sua eficiência energética apontam para um futuro onde o hidrogênio poderá desempenhar um papel estratégico na redução das emissões de poluentes no setor logístico e industrial.
O recorde alcançado pela Cummins e pela Accelera levanta discussões sobre o futuro da mobilidade elétrica no segmento de transporte de carga. O hidrogênio é visto como uma solução promissora para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões de carbono.
Especialistas avaliam que a tecnologia de células de combustível poderá ganhar mais espaço à medida que a infraestrutura de abastecimento for ampliada. Um dos desafios para a adoção em larga escala é a necessidade de estações de hidrogênio estrategicamente distribuídas ao longo das rotas comerciais.
O setor de transporte pesado está em um momento de transição, com diversas alternativas sendo testadas para aumentar a eficiência energética e reduzir os impactos ambientais. O avanço de tecnologias como a do H2Rescue indica que o hidrogênio pode se consolidar como uma solução viável para operações de longa distância e aplicações específicas em segurança e resposta a emergências.
Fonte: Erdc, Accelerazero, Estradao e iG.