O Brasil reduziu em 35% o número de localidades não integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) entre 2018 e 2024. O número de áreas isoladas, que dependem de fontes alternativas de energia, caiu de 270 para 175 nesse período, segundo relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Apesar da redução no número de localidades isoladas, os custos para atender a essas áreas aumentaram significativamente. A Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que financia o abastecimento desses locais, cresceu de R$ 5,25 bilhões em 2018 para R$ 11,1 bilhões em 2024. Essa conta é paga por todos os consumidores de energia elétrica no Brasil.
O aumento nos custos é atribuído às iniciativas do governo para descarbonizar o abastecimento nas regiões isoladas. Em 2018, o diesel respondia por 97% da energia gerada nessas áreas. Com políticas para redução de emissões, a participação do diesel caiu para 67% em 2024. Outras fontes, como gás natural, biomassa e biodiesel, agora representam mais de 30% da geração.
A CCC também cobre despesas com frete, geração própria, contratação de energia elétrica e obras de infraestrutura que reduzam o consumo de combustíveis fósseis. Embora o número de pessoas atendidas por esses sistemas tenha diminuído de 3,25 milhões para 2,6 milhões, os esforços para diversificar a matriz energética elevaram os custos.
A EPE planeja integrar mais 33 localidades ao SIN até 2029, sendo 9 delas previstas para 2025. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que os custos da CCC para 2025 serão de R$ 10,35 bilhões, sugerindo uma redução devido às interligações.
A principal fonte de geração de energia nos sistemas isolados continua sendo o diesel, mas projetos com fontes renováveis ganham espaço. A expectativa é que a ampliação dessas iniciativas contribua para a sustentabilidade energética e diminua os custos no longo prazo.
O crescimento da frota de carros elétricos no Brasil reflete uma tendência global de transição para alternativas mais sustentáveis no setor automotivo. Com incentivos fiscais e avanços tecnológicos, esses veículos têm ganhado popularidade, especialmente em grandes centros urbanos. A mudança, contudo, exige adaptações na infraestrutura energética do país, já que a recarga desses veículos aumenta significativamente a demanda por eletricidade.
Estudos apontam que, com a expansão do mercado de carros elétricos, o consumo de energia elétrica no Brasil pode crescer de forma expressiva nos próximos anos. Atualmente, o país conta com uma matriz energética majoritariamente limpa, baseada em hidrelétricas, mas a diversificação e o aumento da capacidade de geração e distribuição serão fundamentais para evitar gargalos no sistema.
Além disso, a infraestrutura de recarga ainda precisa ser ampliada para atender ao aumento da demanda. Postos de carregamento rápidos e soluções para recarga residencial são alguns dos desafios que requerem investimentos tanto do setor público quanto privado. Sem essa estrutura, o crescimento da frota elétrica pode ser limitado, impactando a meta de redução de emissões de carbono.
A popularização dos carros elétricos deve ser acompanhada por políticas que garantam um consumo eficiente e sustentável de energia. Medidas como o incentivo a fontes renováveis e a conscientização sobre o uso responsável da eletricidade serão essenciais para que essa transformação tecnológica seja verdadeiramente benéfica para o meio ambiente e para a sociedade brasileira.
Além das interligações planejadas, as ações do governo brasileiro visam alinhar a geração de energia às metas de descarbonização, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e incentivando alternativas mais limpas.