A disputa entre os veículos de entrada do mercado automotivo sempre foi muito quente, ainda mais nos últimos anos com o significativo aumento nos preços dos veículos e o lançamento dos novos veículos mais em conta.
Levando em conta estes lançamentos, trouxemos frente-a-frente o Fiat Mobi contra o Renault Kwid, ambos com motor 1.0, prometendo economia de combustível, tecnologias e desempenho suficiente para sua categoria. Qual dos dois compactos levará a melhor em nosso comparativo?
Começando pelo Fiat Mobi, seu design realmente possui um gosto duvidoso, tendo clientes que não gostam nem um pouco de seu estilo enquanto alguns se agradam com o mesmo.
O fato é que o Mobi possui uma plataforma derivada do clássico Uno, já que o mesmo já não tem mais o mesmo folego para competir com outros modelos e seu preço se tornou inacessível para a proposta do carro. Suas linhas desproporcionais acabam incomodando um pouco, mas nada que afete completamente o carro, que possui uma tampa de vidro no porta-malas, para assim diminuir o peso do veículo e causar uma sensação mais harmoniosa ao se olhar.
O Renault Kwid por sua vez já conta com um design mais atual e harmonioso com a proposta que o veículo busca apresentar. Detalhes mais sofisticados e com um estilo “SUV” com posição um pouco mais alta de dirigir agrada.
A plataforma do Kwid é feita de forma própria e sem ser compartilhada por outro modelo da Renault no Brasil, visto que o modelo é um projeto da marca na Índia e recentemente chegou ao Brasil, porém com algumas mudanças na parte mecânica e estética.
A comparação entre interiores é uma verdadeira relação de perde-ganha, como já estamos acostumados a ver em veículos de categorias concorrentes.
O Mobi por sua vez conta com um interior muito parecido com o da nova geração do Uno, porém com plástico mais rígido e mais simplificado. Os bancos não são muito confortáveis por conta do tecido áspero, mas a regulagem de altura do banco do motorista e do volante jogam a favor do modelo da Fiat. Espaço interno também não é um dos fortes do Mobi, sendo apertado e possuindo um porta-malas pequeno demais (215 litros).
Em contrapartida, acessórios como Sensor de ré, tela digital no painel visível que mostra velocidade, temperatura de motor entre outras funcionalidades, comandos no volante e um modo de direção chamado “city” que amacia a direção são pontos positivos para o Mobi.
Já o Kwid sai em vantagem quando o assunto é espaço interno. Mesmo não sendo um espaço bom, possuir o 3º encosto de cabeça no banco de trás e um maior espaço ainda assim ajudam a ser melhor que o do Mobi, ainda por cima com um porta malas muito maior (375 litros), além da suspensão mais elevada, que agrada o motorista.
Já na contramão destas vantagens, o Kwid não conta com volante multifuncional, ajuste de altura para o banco do motorista e volante e quadro de instrumentos pequeno e escuro. Enquanto isso, o Kwid possui central multimídia com tela sensível ao toque e câmera de ré.
O motor é um aspecto muito bom do Mobi, levando em consideração que seu motor de 3 cilindros rende cerca de 72 cv na gasolina e 77 cv no etanol, uma potência maior do que o seu rival Kwid. O engate das marchas é duro, o que pode fazer da condução do veículo um pouco mais sofrível. Seu consumo está na casa dos 16 km/l na estrada e 13,95 km/l na cidade (trajeto leve e exigente) com autonomia de cerca de 766 km, atendendo bem a proposta de economia.
O Kwid perde nos aspectos de motorização , com seu motor rendendo 66 cv na gasolina e 70 cv no etanol, e ligeiramente menos econômico que seu rival, fazendo cerca de 15,5 km/l na estrada e 13,25 km/l na cidade (trajeto leve e exigente). Embora não tenha regulagem de altura para o banco do motorista (agradando as pessoas de estatura mais baixa), o menor peso do Renault (786 kg do Kwid contra 945 kg do Mobi) e os melhores engates das marchas fazem com que seja mais leve de ser guiado, embora mais fraco.
O preço dos veículos de entrada são bastante atrativos, o Kwid tem preço inicial aproximado de R$ 32,790, o Mobi começa próximo aos R$ 32 mil.
Na versão de topo, o Mobi chega custando cerca de 47 mil reais, enquanto o Kwid vem por uma quantia significativamente menor, com preço de 40 mil reais em sua versão de topo.
O fato é que tanto o Mobi quanto o Kwid cumprem bem suas funções, mas sempre deixando algo a desejar em todos os aspectos (exceto na economia de combustível). O difícil realmente é conseguir o Mobi, com seu visual parecendo um Uno renovado e possuindo números parecidos com o Kwid, justificar os sete mil reais a mais cobrados no veículo, visto que mesmo nos menores detalhes o veículo da Renault leva vantagem.