Na cidade de São Paulo, a Faixa Azul para motos foi implementada há quase três anos, com o objetivo de diminuir acidentes envolvendo motociclistas. Atualmente, o projeto cobre 212 quilômetros em 34 vias da capital, sendo utilizado por cerca de 500 mil motociclistas diariamente. A iniciativa já é considerada referência nacional, mas ainda carece de regulamentação no Código de Trânsito Brasileiro, exigindo autorização da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Mesmo com a Faixa Azul, São Paulo registrou aumento de 30% nas mortes de motociclistas entre janeiro e setembro de 2024, totalizando 355 vítimas no período. Apesar disso, o secretário de Mobilidade e Trânsito da cidade destaca a redução dos acidentes nas vias que possuem a sinalização.
Santo André, no ABC Paulista, começou a testar a iniciativa em maio de 2024. Atualmente, cinco quilômetros de faixas exclusivas foram implantados na Avenida Prestes Maia, resultando em uma redução significativa nos acidentes no local. Após os bons resultados, a cidade planeja expandir o projeto para mais quatro quilômetros em 2025, incluindo a criação de um anel viário dedicado às motos.
O sucesso do projeto em Santo André também foi atribuído a campanhas de conscientização e à instalação de radares para monitorar velocidades. No entanto, o secretário local destacou que o comportamento dos motociclistas ainda é um fator crucial para a efetividade da Faixa Azul.
Em Recife, o projeto foi autorizado em setembro de 2024 e prevê a implantação de uma faixa de 1,6 km na Avenida Recife. Entretanto, a sinalização ainda não foi instalada, pois a cidade continua avaliando os aspectos técnicos.
No Distrito Federal, um grupo de trabalho foi formado para estudar a aplicação do modelo em vias de grande circulação. Já Belo Horizonte demonstrou interesse em adotar a Faixa Azul e solicitou informações à Senatran sobre a regulamentação do projeto.
A experiência paulistana também atraiu atenção de outras cidades brasileiras e internacionais. Municípios como Porto Alegre, Feira de Santana e São Caetano do Sul enviaram representantes para visitas técnicas, enquanto o modelo também foi compartilhado com autoridades do México.
No Rio de Janeiro, uma faixa exclusiva para motos foi implementada em agosto de 2024, mas sem seguir os padrões paulistanos e sem a devida autorização da Senatran.
Com a expansão da Faixa Azul para outras regiões, o debate sobre sua regulamentação e os impactos na segurança viária permanece em pauta.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), implementou a Faixa Azul, um projeto piloto de sinalização viária voltado à segurança e organização do tráfego de motocicletas. A iniciativa abrange trechos específicos das Avenidas 23 de Maio e dos Bandeirantes e busca proporcionar maior fluidez e segurança no trânsito de uma das maiores cidades do país. Este artigo detalha os aspectos técnicos, locais de implantação, funcionalidades e perspectivas futuras do projeto.
A Faixa Azul é uma demarcação no pavimento localizada entre as faixas 1 e 2 das avenidas selecionadas. Seu propósito principal é organizar o trânsito de motocicletas, especialmente em situações de tráfego lento ou congestionado, promovendo o compartilhamento de espaço entre veículos de maneira disciplinada. Apesar de ser uma sinalização projetada para motociclistas, a Faixa Azul não é exclusiva para este tipo de veículo.
A cor azul foi escolhida pela administração para transmitir mensagens específicas relacionadas à segurança e organização no trânsito. Sua implementação busca reduzir conflitos e acidentes nas vias de grande circulação, permitindo que motociclistas utilizem o espaço de forma consciente e segura, respeitando os limites de velocidade e as condições do tráfego.
A utilização da Faixa Azul não é obrigatória. A sinalização serve como orientação, e motociclistas podem optar por seguir o fluxo convencional da via.
O projeto piloto da Faixa Azul abrange dois trechos principais da cidade de São Paulo:
Essas vias foram escolhidas devido ao elevado volume de tráfego de motocicletas. Na Avenida 23 de Maio, estima-se um fluxo diário de até 50 mil motocicletas, representando 78% dos acidentes registrados no local. Já na Avenida dos Bandeirantes, o projeto experimental inclui ajustes específicos em travessias e sinalizações para melhorar a segurança.
A implantação da Faixa Azul exigiu alterações nas vias, incluindo a atualização da sinalização horizontal e vertical. Inicialmente, toda a sinalização anterior foi apagada e substituída pelo novo padrão. Placas de advertência e adesivos específicos também foram adicionados em pontos estratégicos.
Para aumentar a segurança dos pedestres, a CET implementou semáforos em quatro cruzamentos da Avenida dos Bandeirantes e restringiu algumas conversões para facilitar a travessia. Além disso, 26 caixas de espera para motos, conhecidas como Frentes Seguras, foram instaladas para garantir o posicionamento adequado de motocicletas em semáforos.
Motoristas de outros veículos não serão penalizados ao cruzar a Faixa Azul, desde que respeitem as regras gerais de trânsito. A largura das faixas de rolamento para carros e ônibus permanece inalterada, permitindo a circulação de veículos biarticulados e SUVs sem comprometimento da segurança.
A Faixa Azul não altera os limites de velocidade estabelecidos para as vias. Motociclistas devem adequar sua velocidade às condições de tráfego, especialmente em momentos de congestionamento. A recomendação para motos em corredores de trânsito parado é de 30 km/h.
A mudança de faixas continua sendo realizada normalmente, com sinalização que reforça o uso de setas e atenção aos demais usuários da via. A orientação visa a convivência harmônica entre carros, motocicletas, pedestres e ciclistas.
A extensão da Faixa Azul para outras vias da cidade dependerá dos resultados obtidos durante a fase experimental nas Avenidas 23 de Maio e dos Bandeirantes. O projeto será avaliado com base em critérios como fluidez, segurança e redução de acidentes.
A cidade de São Paulo, que conta atualmente com 1,3 milhão de motocicletas em circulação, enfrenta desafios significativos em relação à segurança viária. Dados apontam que mais de um motociclista morre por dia no trânsito da cidade, enquanto a taxa de mortalidade entre motoristas e passageiros é significativamente menor.
A implementação da Faixa Azul está alinhada aos esforços da CET para reduzir esses índices e tornar o trânsito mais seguro para todos.
Fonte: CET, Pref.SP Estadão, Pref.Cuiaba e DiarioDoTransporte.