A Fiat decidiu dar uma repaginada na Toro 2026, e não foi só uma mexida de grade ou farol para inglês ver. A picape que já é figurinha carimbada nas ruas brasileiras ganhou um pacote de mudanças que tenta colocá-la em sintonia com um consumidor que, ao mesmo tempo que pede robustez, também exige um ar mais sofisticado e tecnológico.
Logo de cara, a frente virou cartão de visita. O DRL, que sempre foi a marca registrada da Toro, agora aparece com efeito de pixels segmentados, meio futurista, meio game de última geração. A grade trapezoidal e as linhas geométricas passam a sensação de solidez, como se a picape estivesse mais pronta para encarar qualquer terreno.

Na traseira, as lanternas full LED repetem o mesmo estilo de pixels, fechando o ciclo estético. O para-choque mais horizontal dá aquela impressão de largura maior, de presença forte, como quem ocupa espaço sem pedir licença. A caçamba continua com a abertura dividida em duas portas, uma das soluções mais práticas do segmento e que virou assinatura do modelo.

O interior talvez seja onde a Toro mais mostra que está olhando para 2026 e não para 2016. Painel digital de 7” redesenhado, freio eletrônico de estacionamento com auto hold, câmbio com visual atualizado e novas entradas USB (tipo A e C) para não deixar ninguém brigando por carregador. A ideia é clara: transformar a picape em uma extensão tecnológica do cotidiano.

A Fiat dividiu o lineup em seis versões, cada uma com sua própria pegada estética. A Endurance continua sendo a porta de entrada, mas agora com rodas de 17” e acabamento que mistura preto e cinza. A Freedom adiciona multimídia maior, paddle shift e ar digital dual zone. A Volcano começa a flertar com luxo com couro, bancos elétricos e cromados.
Quem quiser exclusividade encontra a Ultra, com pegada mais esportiva e acabamentos escurecidos, bancos com detalhes vermelhos e até capota rígida. Já a Ranch mantém a vibe “premium rural”, com cromados por todos os lados, bancos em marrom e emblemas exclusivos. No meio do caminho, a Volcano Diesel mistura o pacote sofisticado com a força bruta do motor a óleo.

Falando em motores, a Fiat não mexeu na fórmula que dá certo: duas opções bem distintas. O Turbo 270 Flex segue atendendo a galera urbana, com 176 cv e torque de 270 Nm, suficiente para dar agilidade no asfalto e alguma força fora dele. Mas é o Multijet 2.2 Turbodiesel que rouba a cena, agora entregando 200 cv e 450 Nm, números que fazem diferença na estrada e na hora de puxar carga.
O motor a diesel também é o trunfo de marketing da Toro: nenhuma concorrente direta oferece essa opção na mesma faixa de preço. Em um mercado onde flex domina, ser a exceção vira vantagem competitiva, ainda mais para quem não abre mão de autonomia e economia.

Além do hardware, a Toro 2026 estreia um novo capítulo na conexão com o motorista. O Fiat Connect////Me ganhou pacotes mais parrudos, com direito a Wi-Fi embarcado, serviços de emergência, atualizações remotas e até integração com smartwatch. É a picape virando um gadget de quatro rodas, com assinatura mensal para quem quiser explorar tudo.
O preço, claro, subiu junto com as promessas. A Endurance parte de R$ 159.490 e a Ranch Diesel fecha a lista em R$ 228.490. Entre esses extremos, o consumidor escolhe se prefere o visual cromado, o acabamento escurecido, a central multimídia gigante ou o motor diesel parrudo.

O curioso é que, mesmo com a inflação de valores, a Toro ainda se vende como um meio-termo interessante. Não é tão espartana quanto uma picape média de trabalho pesado, mas também não é só um SUV disfarçado. É justamente essa dualidade que a Fiat vende desde o lançamento, e que agora ganha roupagem atualizada.
Se vai dar certo em mais uma década de liderança, só o tempo vai dizer. Mas olhando o pacote completo — design, motores, conectividade e versões — dá para entender porque a Toro continua sendo a picape que incomoda tanto concorrentes quanto críticos. É uma mistura calculada de utilidade e estilo que conversa bem com o consumidor brasileiro.
Fonte: Stellantis.