A Ford apresentou na Austrália uma nova versão da Ranger voltada para o trabalho pesado. Batizada de Ranger Super Duty, a novidade amplia as capacidades da picape média com soluções que antes exigiam modificações fora da fábrica. Com foco em resistência, tração e capacidade de reboque, o modelo nasce de uma escuta ativa da montadora junto a empresas e operadores de frotas que apontaram lacunas na oferta de veículos médios para tarefas mais exigentes.
Pontos Principais:
O projeto envolveu visitas e entrevistas com mais de 50 empresas e serviços públicos, cujo objetivo foi mapear necessidades específicas de uso. A proposta da Ford foi desenvolver um modelo que pudesse suprir as demandas operacionais que iam além do que a Ranger tradicional oferecia, mas sem que o consumidor precisasse recorrer a alterações terceirizadas. A versão Super Duty, portanto, representa uma extensão direta das versões convencionais, com mudanças estruturais e visuais.
A nova Ranger Super Duty surge como alternativa aos modelos pesados da linha F, como F-150 e F-250, adaptando soluções para o formato de uma picape média. A carroceria é reforçada, os pneus são de uso misto com 33 polegadas, a suspensão foi ajustada, e a caçamba do tipo flatbed oferece praticidade no transporte de carga. A capacidade de reboque chega a 4.500 kg, o que representa um ganho de 1.400 kg em relação à Ranger convencional.
A estrutura da Super Duty parte de alterações visuais e funcionais que atendem a demandas práticas. O modelo adota capô exclusivo com inscrição em alto-relevo, para-lamas alargados e novos para-choques metálicos que ampliam o ângulo de entrada e saída da picape. A grade frontal é mais aberta para garantir fluxo de ar adequado em condições extremas. Os retrovisores também foram modificados e ganharam formato maior, com ajuste próprio para situações de reboque.
Os para-choques metálicos são fixados diretamente ao chassi e contam com proteção para o radiador e os faróis. A dianteira tem ainda um protetor de cárter que se estende a partir do para-choque, ampliando os ângulos de ataque e o nível de proteção em terrenos acidentados. Os espelhos foram desenvolvidos para manter a visibilidade mesmo com a carga ou reboques que prejudiquem o espelho interno.
O sistema de snorkel foi desenvolvido em parceria com a Safari e integra o visual da picape, elevando a entrada de ar ao nível do teto. Isso permite enfrentar ambientes com poeira intensa ou alagamentos, melhorando o fluxo de ar e reduzindo riscos ao motor. O snorkel é instalado de forma selada, com foco em vedação e durabilidade.
No interior, a Ford optou por manter o layout já conhecido da Ranger, incluindo a central multimídia com tela de 12 polegadas. Há novidades voltadas ao uso profissional, como um suporte para dispositivos que pode ser instalado no painel do lado do passageiro. Esse suporte aguenta até 4 kg e permite o uso de tablets ou computadores embarcados sem comprometer o airbag ou exigir furos no painel.
O nome Super Duty também aparece no porta-luvas superior, em alto-relevo. O sistema elétrico do veículo inclui interruptores auxiliares no teto, que podem ser conectados a sistemas externos, como luzes de trabalho ou ferramentas. Esses detalhes facilitam o uso do modelo por empresas que demandam equipamentos adicionais.
O suporte de dispositivos foi pensado para minimizar vibração e manter os aparelhos visíveis em movimento, permitindo operação segura sem adaptações improvisadas. Esse recurso é especialmente útil para operadores agrícolas, de construção ou serviços públicos que precisam de conectividade e integração de sistemas na cabine.
A estrutura do chassi foi reforçada e adaptada para uma carga máxima de 4.500 kg com reboque com freio. O modelo também pode ser equipado com tanque de combustível de 140 litros, ampliando a autonomia. As rodas são do tipo caminhão leve, com oito parafusos de fixação, e os pneus General Grabber de 33 polegadas são projetados para uso misto, mantendo desempenho em asfalto e fora dele.
A caçamba flatbed permite acesso pelas laterais e é equipada com ganchos para amarração. Essa configuração facilita o carregamento de itens pesados ou irregulares, comuns em uso agrícola, construção civil e transporte florestal. O modelo estará disponível com cabine simples, estendida ou dupla, e poderá ser adaptado a diferentes tipos de carrocerias comerciais.
Segundo a Ford, esse conjunto de soluções evita modificações externas e entrega ao consumidor um produto pronto para uso exigente. A proposta é atender diretamente empresas e frotistas que demandam maior robustez e flexibilidade sem depender de transformações fora da rede autorizada.
A nova Ranger Super Duty incorpora recursos de assistência que geralmente não estão presentes em modelos cabine-chassi. A lista inclui câmera 360°, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, assistente de ré com alerta de tráfego cruzado e controle de ponto cego com cobertura de reboque.
A traseira traz uma barra inteligente que integra os sensores e câmeras, permitindo que as versões de chassi também se beneficiem das tecnologias de segurança. Esse sistema foi projetado para resistir ao uso em ambientes hostis e às adaptações de caçambas diversas.
A tração é integral (4×4) e o câmbio deve ser automático de 10 marchas, já utilizado em outras versões com o motor V6 turbodiesel. Embora os dados técnicos não tenham sido divulgados, a motorização é a mesma das versões convencionais da Ranger, com potência estimada em 250 cv.
O lançamento da Ranger Super Duty será feito inicialmente na Austrália, com foco em vendas diretas a empresas, fazendeiros e serviços públicos. A marca confirmou que o modelo será exportado para outros mercados, o que inclui potencial envio ao Brasil, embora ainda sem confirmação oficial de chegada ou data.
As versões oferecidas abrangem cabine simples, estendida e dupla, com variações de chassi e picape convencional. Essa diversidade permite atender uma ampla gama de aplicações, desde o trabalho rural até serviços de emergência e uso florestal.
Com o lançamento da Super Duty, a Ford passa a ocupar uma faixa de mercado ainda pouco explorada no segmento de picapes médias, oferecendo um veículo intermediário entre utilitários leves e caminhonetes de grande porte. O modelo busca atender uma demanda crescente por soluções completas e resistentes diretamente de fábrica.
Fonte: Ford.