Com o aumento significativo nos preços da gasolina ao longo de 2024, muitos motoristas consideram alternativas para aumentar o rendimento do combustível e preservar o motor. Entre essas alternativas, o uso de gasolina aditivada e de aditivos manuais em combustíveis comuns tem ganhado destaque. No entanto, é importante entender o real efeito dessas escolhas no motor e no consumo.
Pontos Principais:
A gasolina no Brasil sofreu várias altas de preço ao longo deste ano, atingindo valores históricos. Entre 27 de outubro e 2 de novembro de 2024, o preço médio do litro da gasolina nas capitais chegou a R$ 6,21, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essa alta levou muitos motoristas a buscarem formas de tornar o combustível mais eficiente. Uma dessas estratégias inclui a opção pela gasolina aditivada ou a adição de aditivos ao combustível comum, uma prática que divide opiniões.
Um especialista explica que a gasolina aditivada tem, entre seus componentes, detergentes e dispersantes que ajudam a manter o sistema de alimentação do motor limpo. Esses aditivos agem como uma barreira contra a formação de resíduos que, ao se acumularem, poderiam afetar o funcionamento e a durabilidade do motor.
Embora a gasolina aditivada contribua para a limpeza do sistema do motor, essa escolha não influencia diretamente o consumo de combustível. O benefício principal é a prevenção contra o acúmulo de impurezas, especialmente nas partes mais sensíveis do motor, como a cabeça dos pistões. Essa limpeza ajuda na manutenção, mas não proporciona economia de combustível.
Nos países desenvolvidos, é comum que a gasolina comum já possua alguns aditivos, o que não ocorre de forma generalizada no Brasil. Por essa razão, muitos motoristas brasileiros que optam por gasolina comum ou etanol estão sujeitos a maiores índices de acúmulo de resíduos no motor. Para esses casos, é possível que o uso de aditivos específicos seja uma solução válida.
O uso de aditivos vendidos em postos e lojas de acessórios automotivos pode ajudar a manter o motor limpo, desde que sejam utilizados de forma adequada e estejam alinhados ao tipo de combustível. Para quem usa gasolina ou etanol comum, recomenda-se a adição de um frasco de aditivo a cada 5.000 quilômetros como uma prática de manutenção preventiva.
A escolha entre gasolina aditivada e a adição de aditivos ao combustível comum depende do custo-benefício. Especialistas aconselham que os motoristas verifiquem o custo de cada opção em sua região e comparem com o custo da gasolina aditivada, considerando também a frequência de abastecimento e os trajetos percorridos. O custo do frasco de aditivo pode variar bastante entre estados, sendo importante a análise individual desse investimento para evitar despesas desnecessárias.
Para aqueles que têm dúvidas sobre possíveis danos causados ao motor pelo uso de aditivos manuais, o consenso é que, desde que sejam produtos de qualidade e indicados para o combustível específico, não há risco de danos. É aconselhável escolher aditivos fabricados por empresas especializadas e observar as instruções de uso. Produtos de baixa qualidade ou usados fora das recomendações podem, sim, causar problemas mecânicos.
A sujeira acumulada no motor é composta, principalmente, por resíduos carboníferos gerados pela combustão do combustível. Esses resíduos, se não removidos, podem afetar o desempenho do motor, exigindo mais manutenção e elevando os custos de reparo ao longo do tempo. A limpeza do motor com aditivos ajuda a evitar esse desgaste, embora não represente um ganho direto em desempenho.
Diante das dúvidas sobre o que realmente vale mais a pena, os motoristas precisam considerar a frequência com que utilizam o carro e o custo das opções. Para aqueles que utilizam o veículo intensivamente, a gasolina aditivada pode ser uma alternativa mais prática, enquanto motoristas que dirigem menos podem optar pelo uso de aditivos em intervalos maiores.
A comparação entre gasolina aditivada e aditivos manuais é particularmente relevante para motoristas que buscam eficiência a longo prazo. Contudo, é fundamental compreender que o objetivo de ambos os produtos é manter a limpeza do sistema de alimentação do veículo, não melhorar o rendimento ou reduzir o consumo. Em caso de dúvida, consultar um especialista pode ajudar na escolha mais adequada para o tipo de veículo e combustível utilizado.
Fonte: Bardahl, BrasilEscola, AutoPapo, Vrum, InstaCarro e Terra.