Faltam apenas dois meses para encerarmos o ano de 2021 – e como passou rápido – e janeiro é o mês de acertar diversas contas. Uma delas é o IPVA, imposto que todos os proprietários de veículo precisam pagar.
Para esses, a notícia não é boa. O IPVA de 2022 deverá ser mais caro do que do ano passado. E o motivo é muito simples, o valor dos veículos subiu bastante neste ano, e o imposto é calculado sobre o valor do bem.
Com a escassez de carros novos no mercado e o consequente aumento de preço dos veículos seminovos, o IPVA 2022 deverá ficar mais caro, podendo chegar até 30% a mais do que o imposto do ano anterior.
Claro que isso vai variar de acordo com cada modelo, uma vez que o IPVA é calculado sobre o valor do veículo. Para dar um exemplo, em setembro de 2020 um Chevrolet Onix que custava em torno de 40 mil reais está custando em setembro de 2021 cerca de 53 mil reais. Isso representa um aumento de 31%.
Janeiro é um mês temido por muitos brasileiros, pois diversas contas batem à porta. São diversos gastos de fim de ano, como ceia de Natal, presentes, viagens, Ano Novo, que se acumulam com IPVA, IPTU, matrícula de escola e outras.
Considerando que ainda estamos em plena crise, é importante fazer um bom planejamento financeiro para não levar nenhum susto quando os boletos e faturas chegarem. Nessa lista você deve acrescentar um IPVA mais caro para 2022.
Quando falamos que o IPVA vai ficar mais caro, isso não significa que o Estado vai aumentar a alíquota. Não haverá alteração na porcentagem do IPVA. O fator que fará com que o imposto fique mais alto é o valor do carro, que subiu significativamente neste ano.
Quase poderíamos dizer que o mercado financeiro tem vida própria. Isso porque vai se atuo-regulando à medida que os fatos sociais acontecem. Por isso, toda crise acarreta consequências para os preços dos produtos.
Devido à necessidade de isolamento, como temos visto, a produção de veículos ficou parada por muito tempo. Isso gerou um desequilíbrio entre a procura por carro e a capacidade de atender aos pedidos.
Quando a procura é grande e a oferta é pequena, é natural que o valor do produto aumente. Quanto mais escasso, mais caro. Isso é um fenômeno que acontece em qualquer mercado e com qualquer produto.
Se tem poucos carros novos para serem ofertados pelas montadoras, as pessoas começam a procurar pelos seminovos. Como essa procura também aumentou, pelo efeito cascata, os preços também subiram. Muitas pessoas compraram um carro zero há dois anos e estão vendendo agora mais caro do que pagaram.
Se a crise já apertou o bolso ao longo dos últimos meses, para muita gente um IPVA 30% mais caro será um grande impacto no orçamento, e logo no começo do ano. O que fazer diante desse cenário?
Algumas coisas podem ser feitas. A primeira e mais importante é você se planejar, cortar alguns gastos que não sejam indispensáveis e fazer um “pé de meia”. Mas isso pode não ser o suficiente.
O IPVA é um imposto que pode ser parcelado ou pago à vista. Considerando que à vista existe um desconto de 3% sobre o valor do imposto, já ajuda a economizar um pouco, embora a diferença não seja muito grande na maioria dos casos. Mas diversas medidas em conjunto podem fazer uma grande diferença.
Usar o 13º salário para essa finalidade também é uma boa opção. Embora você quisesse usar para uma viagem de férias ou presentes de Natal, pagar as contas e não fazer dívidas nas circunstâncias em que estamos pode ser o melhor presente para sua família.
Se isso não for possível, você pode se organizar suas contas e parcelar o IPVA. Dessa forma, não vai começar o ano enforcado e sem uma reserva para emergências. Algumas pessoas funcionam melhor assim.
Mas existe ainda uma outra saída, um pouco mais drástica, que é aproveitar a alta dos preços dos seminovos e vender o carro. Claro que isso não é para todo mundo, mas algumas pessoas quase não têm usado o carro, muitos estão em home office e o veículo está só acumulando pó na garagem.
Devemos lembrar ainda que o IPVA não é o único vilão da história. Com os preços dos combustíveis nas alturas, e subindo sem parar, junto com a alta do dólar, manter um carro não está sendo fácil. Se você não precisa dele, é uma boa hora para pensar em vender e mudar seu hábito de transporte.