Mario Cortella conta porque não dirige

A escolha de não dirigir, segundo Cortella, não é resultado de uma incapacidade ou restrição, mas uma decisão deliberada baseada em sua falta de desejo de fazê-lo. Ele articula esse ponto com clareza, dizendo, "eu não dirijo, eu não tenho carteira de motorista porque eu não quero". Essa afirmação direta ressalta que suas ações são guiadas por escolhas pessoais e não por expectativas sociais.
Publicado em Notícias dia 9/05/2024 por Alan Corrêa

O professor Mario Sergio Cortella, conhecido por suas contribuições na área da filosofia e educação, oferece uma perspectiva única sobre uma escolha pessoal que frequentemente surpreende muitos: ele não dirige. Cortella explora as razões por trás de sua decisão de não aprender a dirigir, uma opção que destaca por sua simplicidade e profundidade, elaborando essa escolha em paralelo a outros aspectos de sua vida, especialmente em relação ao uso de tecnologia e interações sociais.

A escolha de não dirigir, segundo Cortella, não é resultado de uma incapacidade ou restrição, mas uma decisão deliberada baseada em sua falta de desejo de fazê-lo. Ele articula esse ponto com clareza, dizendo, “eu não dirijo, eu não tenho carteira de motorista porque eu não quero”. Essa afirmação direta ressalta que suas ações são guiadas por escolhas pessoais e não por expectativas sociais.

Cortella compara sua decisão de não dirigir com escolhas de estilo de vida como veganismo ou vegetarianismo, onde indivíduos optam por não consumir produtos de origem animal. Essas decisões são frequentemente vistas como anormais ou desafiadoras das normas sociais, mas para Cortella, são simplesmente resultados de decisões pessoais. Ele observa que, semelhante a como algumas pessoas escolhem suas dietas, ele escolhe não participar na atividade comum de dirigir.

A explicação do professor sobre não dirigir também se entrelaça com suas experiências pessoais e interações sociais. Em um relato sobre uma operação de joelho, ele menciona que o médico assumiu que ele estaria ansioso para voltar a dirigir. Cortella destaca a suposição do médico com surpresa, “quando eu saí da cirurgia, o cirurgião disse ‘professor, daqui a quatro meses o senhor poderá dirigir’. Foi nossa, que cirurgia magnífica, nunca eu pude fazê-lo, agora poderei fazê-lo. Efeito maravilhoso”.

Além de não dirigir, Cortella discute sua relação cautelosa com a tecnologia, particularmente redes sociais e comunicação digital. Ele enfatiza a importância da comunicação face a face em seu ambiente de trabalho, citando uma placa em seu escritório que diz, “não temos WiFi, conversa entre vocês”. Essa preferência por interações humanas diretas é parte de sua filosofia mais ampla de manter controle pessoal sobre como a tecnologia afeta sua vida.

Cortella também expressa reservas sobre o impacto constante da tecnologia na atenção e nas relações interpessoais. Ele menciona que não possui WhatsApp, optando por limitar as distrações que podem interromper momentos de importância pessoal ou profissional. Sua abordagem para com a tecnologia reflete um desejo de foco e intencionalidade, “eu não posso ter uma coisa como WhatsApp que de vez em quando fica vibrando no meu bolso e eu vou achar que é uma coisa importante acontecer alguma coisa com o filho, o neto, e quando eu vou ver é o meu sobrinho de algum lugar mandando foto da filha dele que fez cocô no piniquinho pela primeira vez”.

Cortella conclui com reflexões sobre a passagem do tempo e as gerações futuras. Ele co-autorou um livro com Pedro Bial onde discutem o “passado do futuro e o futuro do passado”, explorando como diferentes gerações percebem mudanças e continuidades. Suas observações sugerem uma consciência da dinâmica geracional e um reconhecimento da necessidade de entender e adaptar-se sem se tornar obsessivo por mudanças.

*Com informações da Amazon, LinkedIn, Wikipedia e Epoca.