Mercado de Carros Elétricos na Alemanha Enfrenta Desafios e Alerta o Brasil

Fim dos incentivos na Alemanha causa queda de 18% nas vendas de carros elétricos em junho. A Alemanha investiu mais de 10 milhões de euros em incentivos de 2016 a 2023. No Brasil, as vendas de carros elétricos estão em alta, mas enfrentam novos impostos. Produção local e incentivos adequados são cruciais para o avanço do setor no Brasil.
Publicado em Notícias dia 6/08/2024 por Alan Corrêa

As vendas de carros elétricos na Alemanha enfrentaram uma queda de 18% em junho de 2024, trazendo preocupações para o mercado. Durante o primeiro semestre do ano, o volume de vendas cresceu 5,4%, mas o fim dos incentivos governamentais provocou um impacto significativo. Até 2023, os compradores de veículos elétricos recebiam incentivos de 4.500 euros do governo, além de bônus das fabricantes, totalizando cerca de 7.000 euros em descontos. Com o fim desses subsídios, a demanda caiu, levando a um mercado abaixo das expectativas.

Entre 2016 e 2023, o governo alemão investiu mais de 10 milhões de euros em incentivos para facilitar a compra de 2,1 milhões de carros elétricos. Atualmente, as vendas de veículos elétricos estão 10% abaixo dos modelos a combustão, segundo a Auto Motor Sport. A diversidade de modelos disponíveis não foi suficiente para atrair consumidores, e muitos concessionários evitam aceitar veículos elétricos usados em troca, devido a prejuízos ao vendê-los.

As vendas de carros elétricos na Alemanha caíram 18% em junho de 2024.
As vendas de carros elétricos na Alemanha caíram 18% em junho de 2024.

No Brasil, o cenário é diferente. As vendas de carros elétricos têm crescido, impulsionadas pela rápida entrada de marcas chinesas. De janeiro a julho de 2024, foram vendidos 35,4 mil veículos elétricos, um aumento significativo em relação ao ano anterior. No entanto, a introdução de impostos de importação pode ameaçar esse crescimento. A alíquota inicial de 18% subiu para 25% em julho de 2024 e deve alcançar 35% em 2026.

Os incentivos para a compra de carros elétricos no Brasil ainda são limitados. Algumas regiões oferecem isenção de IPVA ou reduções na alíquota, como no Rio de Janeiro e São Paulo. Contudo, o impacto desses incentivos é reduzido em comparação com as medidas adotadas anteriormente na Alemanha.

A produção local de veículos elétricos no Brasil pode ajudar a mitigar o impacto dos impostos de importação. A expectativa é que a BYD comece a fabricar localmente no complexo de Camaçari em 2024, o que pode reduzir custos e promover o crescimento do mercado interno. Apesar disso, a dependência de componentes importados, como baterias, pode dificultar o avanço em curto prazo.

O exemplo alemão serve como alerta para o Brasil, que precisa considerar o equilíbrio entre incentivos e políticas fiscais para garantir um desenvolvimento sustentável do mercado de carros elétricos. Com o aumento da produção local e a adoção de incentivos adequados, o Brasil pode evitar os desafios enfrentados pela Alemanha e continuar a promover a transição para veículos mais sustentáveis.

Fonte: AutoMotorSport e iG.