Para um melhor entendimento da sua última versão, antes de falar especificamente do Evolution X do proprietário do carro.blog.br e seu mais novo “setup” de preparação.
Para isso, vamos voltar algumas décadas na linha do tempo e nos situarmos de como a marca decidiu entrar de fato no mundo das competições, em específico de rallye e também nos familiarizarmos com as antepassadas gerações do carro que carregam o tão consagrado sobrenome “Evolution”, que tornou carros sedãs quatro portas um dos maiores sonhos de consumo na cabeça de qualquer entusiasta. Para isso:
1973 é uma data histórica para os gearheads, a Mitsubishi decidiu entrar no “mundo” das competições, escolhendo como principal categoria o rallye. Sendo tomada essa decisão no mesmo ano de lançamento do Lancer, carro até então de proposta simples, econômica e totalmente voltada para a família, com menos de 100cv, após leves upgrades, nasceu o Lancer GSR, que alcançou relativamente bons resultados nas competições da época.
Após uma tentativa frustrada de entrar para a série B, devido ao cancelamento dos campeonatos por mortes recorrentes na década dos anos 80 nessa liga, a Mitsubishi decidiu aproveitar a receita do protótipo desenvolvido, cujo qual era equipado com motor 2.0 turbo e tração integral. Para isso, equiparam o Galant, chamado VR4. Com o passar do tempo, com o estreitamento dos circuitos, pelo aumento na dificuldade, as marcas decidiram adotar carros menores. A Subaru deixou de lado o Legacy e adotou o Impreza, a Toyota parou de usar o Célica e passou a usar o Corolla e a Mitsubishi por sua vez, substituiu o Galant pelo Lancer.
A história do Evolution surge em outubro de 1992 onde foi apresentado o modelo 1993 do Evo I. Com aproximadamente 2 anos de distância uma entre as outras, até o Evo III ocorreram apenas mudanças estéticas e mecânicas, com a mesma plataforma. Seguindo essa ideia, em uma nova plataforma, apareceram os modelos IV, V e VI do Evolution, com mudanças apenas estéticas e mecânicas entre si. De cara nova, o Evo VII foi considerado o pior da versão esportiva do lancer, por ser maior, mais pesado e perder desempenho, o que foi compensado no Evo VIII e o IX por sua vez, sendo considerado o mais refinado já feito, vendendo todas as unidades fabricadas em apenas 3 dias no Japão.
O Lancer Evolution X foi considerado a melhor versão do carro pelo fato de a Mitsubishi ter conseguido trabalhar mais livremente no carro sem a preocupação de seguir a regulamentação da WRC, sendo o modelo mais equipado tecnologicamente por exemplo. Após 3 anos de sua apresentação, a geração X chegou no Brasil em 2010, sendo a versão de maior duração de vendas no país.
3 tipos tocaram o solo brasileiro tirando as versões de importação independente. A versão Jhon Easton (aproximadamente 100 unidades), Carbon edition (aproximadamente 40 unidades) e a mais conhecida, a GSR, sendo a última, escolhida para tornar-se projeto do Alan Correa, também dono do Techdoido.
O monstrinho com originalmente 295HP e 37,3 kgfm no seu 2.0 turbo, tração nas 4 rodas e câmbio dupla embreagem de 6 velocidades recebeu upgrades com estimativa de 400HP e aproximadamente 50kgfm.
Para alcançar esse resultado, o carro recebeu stage 2 completo feito nos detalhes na Romero serviços automotivos, em Caieiras, São Paulo. Oficina com mais de 30 anos no mercado, passada de pai para filho, atualmente na administração do Rafael Romero que além de serviços mecânicos em geral, decidiu abranger o mercado da preparação.
Antes de qualquer “maldade”, o carro recebeu uma revisão completa na parte de injeção eletrônica, suspensão ( par de braço axial, 2 terminais de direção e 2 bandejas de suspensão com bucha reforçada) e, claramente no “chão” do carro, com par de pneus Yokohama na dianteira e pastilhas de cerâmica nas quatro rodas.
Após a revisão completa listada anteriormente, foi feito a instalação do intake no Evolution com filtro K&N. Com um maior fluxo de ar para dentro do motor, logo, o sistema de exaustão também foi melhorado com a instalação do tão amado downpipe. Além de receber escapamento dimensionado com apenas 1 abafador.
Com o terreno preparado, o carro recebeu reprogramação de ECU estágio 2 e também, reprogramação de câmbio. O aparelho utilizado para realizar essas tarefas é importado da Itália, assim como o sistema de engenharia desenvolvedor dos dois mapas, sendo desenvolvido, traduzido e enviado para descarregar no carro e assim, sair para testes na rua.
“O que já era bom ficou melhor”, comentou Rafael Romero.
Mas nada disso vale se o carro não proporciona diversão ao dono, mas com relação a isso, o sorriso no rosto ao dirigir essa máquina e a felicidade na fala do Alan ao descrever a mudança ocorrida no carro não esconde a extrema satisfação com o investimento. Muito mais entrega de torque e potência, além de uma maior economia de combustível testada na prática, de 3 quilômetros com 1 litro, o Lancer passou a fazer 5. Não é a opção mais econômica do mercado, mas com certeza uma das mais divertidas. Com o carro montado e muita responsabilidade, agora é só acelerar e aproveitar tudo aquilo que o projeto tem a oferecer!
*Com informações do Wikipedia, GuiaDeUsados e Flatout.