Montadoras Inovam: Carros Elétricos e Armazenamento de Energia

Carros elétricos são caros devido ao custo das baterias. Montadoras como Ford, GM e BMW exploram usar baterias de carros elétricos para armazenar energia renovável excedente, ajudando concessionárias. Renault oferece tecnologia que permite a usuários reduzir contas de luz com seus carros. Estima-se que 30 milhões de veículos elétricos estarão nas estradas dos EUA até o final da década, potencialmente armazenando energia equivalente a várias usinas nucleares.
Publicado em Carros dia 9/06/2024 por Alan Corrêa

Carros elétricos têm um custo maior do que os modelos a gasolina, principalmente devido ao alto custo das baterias. No entanto, novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para transformar esses dispositivos em um ativo econômico. Empresas como Ford, General Motors e BMW estão investigando como as baterias de carros elétricos podem ser usadas para armazenar energia renovável excedente. Isso ajudaria as concessionárias a lidar com as variações na oferta e demanda de energia.

Milhões de carros elétricos podem se tornar um sistema de armazenamento de energia conectado à rede elétrica. A Mobility House, uma empresa com investidores como Mercedes-Benz e Renault, está comprando energia quando a oferta de energia solar e eólica é alta e armazenando-a em veículos elétricos. Quando a demanda e os preços da energia aumentam, a empresa vende a eletricidade armazenada.

Estima-se que até o final da década, 30 milhões de veículos elétricos estarão nas estradas dos EUA, potencialmente armazenando energia equivalente à produção diária de várias usinas nucleares.
Estima-se que até o final da década, 30 milhões de veículos elétricos estarão nas estradas dos EUA, potencialmente armazenando energia equivalente à produção diária de várias usinas nucleares.

A Renault está oferecendo a tecnologia da Mobility House para compradores do carro elétrico R5. Os compradores recebem um carregador doméstico gratuito e podem permitir que a Renault retire energia dos veículos quando conectados. Isso resulta em uma redução nas contas de luz dos proprietários, que podem controlar a quantidade de energia devolvida à rede.

A BMW também está adotando essa abordagem com seus veículos elétricos. A próxima geração de carros elétricos da empresa terá capacidade bidirecional, permitindo que os veículos recebam e devolvam eletricidade à rede. A Ford foi uma das pioneiras nessa tecnologia com a picape F-150 Lightning, que pode fornecer energia para uma casa durante um apagão. Outras montadoras, como General Motors, Hyundai e Volkswagen, também estão desenvolvendo essa tecnologia.

Estima-se que até o final da década, 30 milhões de veículos elétricos estarão nas estradas dos Estados Unidos, comparados aos 3 milhões atuais. Esses veículos têm o potencial de armazenar uma quantidade significativa de energia, equivalente à produção diária de várias usinas nucleares. No entanto, essa integração pode sobrecarregar a rede elétrica, que já enfrenta uma demanda crescente.

Alguns proprietários de carros elétricos podem se preocupar com a possível degradação das baterias devido ao uso frequente para armazenamento de energia. Especialistas afirmam que a degradação seria mínima se apenas uma pequena fração da capacidade das baterias fosse usada. A Renault oferece uma garantia de oito anos ou 160 mil quilômetros para os participantes de seu programa de armazenamento de energia, para mitigar essas preocupações.

Algumas concessionárias e reguladores estaduais dos Estados Unidos ainda preferem operar redes centralizadas, onde a energia flui das usinas para as residências e empresas. Para superar essa resistência, estados como Maryland adotaram leis que exigem que as concessionárias acomodem esquemas de carregamento bidirecional e forneçam incentivos financeiros. O uso de baterias de veículos elétricos como armazenamento de energia representa um investimento valioso que pode ser utilizado de maneira eficaz para melhorar a estabilidade da rede elétrica.

*Infomoney.