A Justiça de São Paulo determinou a penhora de duas lanchas e uma moto Harley-Davidson do empresário João Appolinário, fundador e presidente da Polishop. A decisão é resultado de um processo em que a Marfim Empreendimentos Imobiliários cobra uma dívida de R$ 351,7 mil referente ao aluguel de uma loja no shopping Tietê Plaza, em São Paulo.
João Appolinário, conhecido também por sua participação no programa “Shark Tank Brasil”, tentou reverter a penhora de seus bens. Ele argumentou que a Polishop estava em vias de entrar em recuperação judicial e que havia obtido uma medida judicial antecipatória que suspendia as ações de cobrança em curso. No entanto, o juiz Anderson Mendes, da 9ª Vara Cível do Foro de Santo Amaro, rejeitou a alegação.
O juiz afirmou que a suspensão das execuções não se estende ao sócio da empresa, que é fiador do contrato. Appolinário foi então obrigado a informar o endereço onde os bens estão guardados para que um perito possa avaliá-los. O empresário ainda pode recorrer da decisão.
A Polishop entrou em recuperação judicial devido a dívidas estimadas em R$ 352 milhões. A empresa justificou que foi afetada pelo fechamento do comércio durante a pandemia de coronavírus e pela alta dos juros subsequente, que tornou o crédito mais caro. Antes de iniciar o processo de recuperação judicial, a Justiça já havia determinado a penhora dos bens de Appolinário.
No pedido de recuperação judicial, os advogados da Polishop solicitaram a exclusão dos outros negócios de Appolinário, como o de venda de franquias e o de garantia estendida dos produtos. A maior parte da dívida, cerca de R$ 349 milhões, é com instituições financeiras e grupos de mídia, e R$ 3 milhões são débitos trabalhistas e com microempreendedores.
Até a pandemia, a Polishop contava com mais de 300 lojas físicas. Em 2023, esse número caiu para 120 unidades, e atualmente a companhia possui apenas 49 lojas abertas. Para reduzir custos, a empresa demitiu cerca de 2 mil funcionários, restando aproximadamente 500 empregados.
O pedido de recuperação judicial foi aceito pela 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo. A Polishop agora tem um prazo de 60 dias para apresentar sua primeira proposta de plano de recuperação, iniciando o período oficial de negociações com os credores. Caso o plano não seja aprovado pelos credores, a empresa pode ser declarada falida.
Entre os principais credores da Polishop estão fintechs, bancos, seguradoras e plataformas de mídia. A crise no varejo pós-pandemia, o aumento da competição com o comércio eletrônico e a pressão sobre a renda do consumidor contribuíram para a situação financeira da empresa. Analistas do setor apontam que a redução no número de lojas físicas é uma tendência devido à concorrência do e-commerce.
A recuperação judicial visa proteger o patrimônio da empresa devedora enquanto negocia condições para a quitação das dívidas e reestruturação das atividades. Se a Polishop cumprir suas obrigações no plano de recuperação, o processo será extinto. Caso contrário, a empresa pode ser declarada falida, conforme estipulado pela legislação vigente.
*Com informações da UOL, Wikipedia, Suno e IstoÉDinheiro.