A nova geração da Toyota Hilux representa uma virada tecnológica e estratégica para a marca japonesa. A picape, agora revelada na Tailândia, surge com múltiplas opções de motorização, incluindo diesel, gasolina, híbrida, elétrica e até uma futura versão a hidrogênio. A proposta é combinar tradição e inovação em um modelo que há décadas simboliza robustez e confiabilidade, tanto em mercados emergentes quanto desenvolvidos.
O visual foi completamente redesenhado para acompanhar a evolução mecânica. Linhas mais finas, faróis afilados e uma nova grade dianteira reforçam a identidade moderna, enquanto o interior foi totalmente refeito, aproximando-se do nível de acabamento de SUVs de luxo. O resultado é uma picape que busca ser tão eficiente na cidade quanto no campo, mantendo o DNA off-road da Hilux original.

Com tecnologia embarcada e novas opções de propulsão, a Hilux deixa de ser apenas uma caminhonete voltada ao trabalho e passa a representar uma plataforma global para a transição energética da Toyota. O modelo também reforça o papel da montadora na corrida por alternativas sustentáveis ao diesel tradicional, mantendo a competitividade frente a rivais como Ford Ranger, Chevrolet S10 e Mitsubishi L200.

A Hilux elétrica é o destaque dessa geração. Equipada com motor de 196 cv e bateria de 59,2 kWh, oferece autonomia de cerca de 240 km no ciclo WLTP. Essa configuração é voltada principalmente para uso urbano e regional, onde a demanda por soluções de baixo impacto ambiental cresce rapidamente.
Além da versão elétrica, a Toyota também confirmou variantes híbridas leves com o motor turbodiesel 2.8 e uma configuração a gasolina de 2,7 litros. A diversidade de opções reflete a estratégia global da marca em atender mercados com diferentes níveis de infraestrutura para eletrificação.
A fabricante ainda anunciou uma versão movida a hidrogênio prevista para 2028. Embora poucos detalhes tenham sido divulgados, a promessa é de um desempenho comparável ao do motor diesel, com emissão zero de poluentes e tempo de reabastecimento reduzido.
Essas soluções colocam a Hilux entre as picapes mais completas do mercado, combinando robustez mecânica, tecnologia e sustentabilidade.

A nova geração também impressiona pelo design. A dianteira ganhou um para-choque exclusivo nas versões elétricas, além de uma grade bloqueada e entradas de ar redesenhadas. As proporções da carroceria foram mantidas, mas o conjunto óptico e os acabamentos externos receberam uma dose generosa de modernidade.
O interior foi reformulado para proporcionar mais conforto e conectividade. Agora, a central multimídia pode ter até 12,3 polegadas, com compatibilidade total para sistemas de espelhamento e comandos por voz.

Entre as novidades do habitáculo, o volante do Land Cruiser foi incorporado à Hilux, assim como o painel de instrumentos digital que varia de 7 a 12,3 polegadas, dependendo da versão. O sistema de climatização mantém comandos físicos, o que facilita o uso durante a condução fora de estrada.
Essas melhorias aproximam a Hilux de utilitários de luxo, elevando o padrão da categoria sem comprometer a resistência típica do modelo.

No Brasil, a Hilux mantém o posto de picape média mais vendida, com versões cabine simples e dupla. Atualmente, parte de R$ 253 mil e chega a R$ 353 mil, dependendo da configuração. Apesar de ainda não haver data oficial para a chegada da nova geração, espera-se que o modelo desembarque entre o fim de 2025 e o início de 2026.
A chegada das versões híbridas e elétricas no país dependerá da adaptação da infraestrutura de recarga e da política de incentivos à eletrificação. A Toyota, que já produz híbridos no Brasil, deve seguir sua estratégia de introduzir gradualmente modelos com novas tecnologias.
Enquanto isso, a Hilux atual segue relevante, mantendo altos índices de vendas e uma reputação de durabilidade que é praticamente uma marca registrada do modelo.

A nova Hilux simboliza um passo decisivo da Toyota rumo à neutralidade de carbono. A combinação de motores elétricos, híbridos e a promessa da célula de hidrogênio indica um futuro em que a picape continuará desempenhando seu papel histórico, mas com menor impacto ambiental.
A marca japonesa aposta em soluções variadas para atender diferentes realidades globais, reconhecendo que a transição energética não é uniforme. Países como a Tailândia, onde o modelo foi lançado, funcionam como laboratório para testar novas tecnologias antes da adoção em larga escala.
Para o consumidor, a Hilux tende a se tornar mais versátil, eficiente e tecnológica, mantendo o equilíbrio entre trabalho e lazer. O desafio será equilibrar custo, autonomia e infraestrutura, especialmente nos mercados emergentes.
A expectativa é que, nos próximos anos, a Hilux se consolide como referência não apenas em resistência, mas também em inovação e sustentabilidade, inaugurando uma nova fase para as picapes médias da Toyota.