O mercado de carros clássicos: um olhar pessoal sobre um setor em expansão e a importância dos eventos de veículos antigos

O mercado de carros clássicos cresce globalmente, com projeções de 8,7% ao ano até 2028, alcançando US$ 51,3 bilhões. No Brasil, movimenta R$ 32,6 bilhões anuais, impulsionado por restauração e valorização histórica. Veículos clássicos atraem investidores, destacando-se como ativos financeiros e peças culturais.
Publicado por Alan Corrêa em Opinião dia 23/11/2024

Sempre fui fascinado por carros clássicos. Mais do que máquinas, eles são verdadeiras cápsulas do tempo, carregando histórias, design e tecnologia que marcaram eras. Nos últimos anos, tenho observado um aumento significativo no interesse por esses veículos. Não é à toa que o mercado global de carros antigos cresce a uma taxa de 8,7% ao ano e deve atingir incríveis US$ 51,3 bilhões até 2028. É um fenômeno que mistura paixão, investimento e preservação histórica.

Pontos Principais:

  • O mercado global de carros clássicos cresce 8,7% ao ano.
  • No Brasil, movimenta R$ 32,6 bilhões anuais.
  • Técnicas como o “martelinho de ouro” são destaque na restauração.
  • Encontros de carros antigos impulsionam negócios no setor.

Aqui no Brasil, os números também impressionam. Com R$ 32,6 bilhões movimentados anualmente, nosso mercado segue a tendência global, e cada carro clássico por aqui vale, em média, R$ 129 mil. Essa valorização reflete o cuidado que muitos proprietários têm em preservar a originalidade dos veículos, algo que eu, como entusiasta, vejo como fundamental. Afinal, o charme de um clássico está nos detalhes intactos, na pintura original, nos acabamentos fiéis à época.

O mercado de carros clássicos cresce 8,7% ao ano globalmente, alcançando US$ 51,3 bilhões até 2028. No Brasil, movimenta R$ 32,6 bilhões, unindo investimento e preservação histórica.
O mercado de carros clássicos cresce 8,7% ao ano globalmente, alcançando US$ 51,3 bilhões até 2028. No Brasil, movimenta R$ 32,6 bilhões, unindo investimento e preservação histórica.

Uma das técnicas que sempre me chamou atenção é o famoso “martelinho de ouro”. É incrível como, sem alterar a pintura ou trocar peças, esses profissionais conseguem devolver a aparência impecável de um veículo. Fabio Zanluchi, um dos maiores especialistas no Brasil, exemplifica bem como essa habilidade está em alta, tanto por aqui quanto na Europa. Aliás, ele mesmo comenta que a demanda por serviços especializados supera a oferta, um claro sinal de que o setor precisa de mais talentos.

Além da restauração, os carros clássicos estão ganhando um espaço que poucos poderiam imaginar: os fundos de investimento. A ideia de colocar veículos antigos como ativos financeiros me parece inovadora, mas faz todo sentido. Com a valorização constante, alguns desses modelos, como a icônica Ferrari 250 GTO de 1960, já ultrapassaram valores absurdos em leilões – a última foi arrematada por mais de US$ 70 milhões. Não é apenas um carro, é um patrimônio.

O que me encanta é que esses veículos representam mais do que dinheiro. Eles contam histórias, carregam a essência de seus tempos. Cada restauro é uma viagem no tempo, e cada detalhe preservado é uma forma de manter viva a memória de uma era. Porém, é importante lembrar que esses carros não devem ser usados no dia a dia. São peças de coleção, feitas para serem admiradas e protegidas.

Com toda essa valorização, fico pensando no futuro do mercado de clássicos. Será que veremos cada vez mais empresas se especializando nisso? A julgar pelos números e pelo interesse crescente, acredito que sim. E isso é animador, porque preserva o passado e, ao mesmo tempo, cria oportunidades para novas gerações de apaixonados e profissionais.

Seja como hobby, investimento ou peça de museu, os carros clássicos são muito mais do que veículos. Eles nos conectam com o passado de uma forma que poucos objetos conseguem. E, para mim, isso é o que torna esse mercado tão especial e digno de atenção.

Como os encontros de carros antigos aquecem o mercados de carros usados

No Brasil, os carros clássicos têm preço médio de R$ 129 mil. A originalidade, como pintura e acabamentos fiéis, é um dos principais fatores que valorizam esses veículos no mercado.
No Brasil, os carros clássicos têm preço médio de R$ 129 mil. A originalidade, como pintura e acabamentos fiéis, é um dos principais fatores que valorizam esses veículos no mercado.

Os encontros de carros antigos não são apenas eventos de celebração e nostalgia; eles desempenham um papel importante na movimentação do mercado de carros usados. Segundo a Federação Internacional de Veículos Antigos (FIVA), esses eventos crescem anualmente, reunindo entusiastas e fomentando negócios relacionados à manutenção, restauração e comercialização de veículos. No Brasil, são mais de 300 encontros registrados por ano, abrangendo desde pequenos clubes até grandes exposições nacionais.

Um estudo de 2021 da FIVA aponta que 47% do valor movimentado pelo mercado de carros antigos está relacionado a serviços como restauração e manutenção. Esses encontros funcionam como vitrines, conectando proprietários a profissionais especializados e fornecedores. Além disso, cerca de 35% dos negócios envolvendo carros clássicos começam nesses eventos, seja por meio de vendas diretas ou pelo estabelecimento de contatos.

Os encontros também têm impacto no mercado de carros usados como um todo. Veículos antigos despertam interesse por suas histórias e design, o que, segundo pesquisa da Credence Research, aumenta a procura por modelos mais acessíveis com estética retrô ou potencial de valorização. Esse movimento estimula a comercialização de carros usados em faixas de preço intermediárias, fortalecendo o segmento.

Outro aspecto relevante é a conexão cultural promovida por esses eventos. Encontros de carros clássicos criam um ambiente onde marcas e modelos históricos são valorizados, gerando interesse em peças e acessórios originais. Isso também beneficia o mercado de carros usados, já que muitos compradores procuram modelos compatíveis para personalizações ou restaurações, ampliando o ciclo de consumo.

No final, os encontros de carros antigos mostram que paixão e negócios podem caminhar juntos. Além de movimentar o setor de clássicos, eles impactam o mercado de usados, criando novas oportunidades econômicas. Com a crescente popularidade desses eventos, espera-se que os benefícios se expandam ainda mais nos próximos anos.

Qual a diferença entre carro velho, antigo e clássico?

Carro velho: desgastado, sem manutenção ou valor histórico. Carro antigo: modelo com mais de 30 anos, conservado, raro e valorizado pelo design ou importância cultural.
Carro velho: desgastado, sem manutenção ou valor histórico. Carro antigo: modelo com mais de 30 anos, conservado, raro e valorizado pelo design ou importância cultural.

Ao observar veículos nas ruas ou em encontros automotivos, é comum se perguntar: qual a diferença entre um carro velho, um antigo e um clássico? Embora possam parecer categorias semelhantes, cada termo possui características bem definidas e reconhecidas por especialistas e entusiastas do mundo automotivo.

Um carro velho, no uso mais comum, refere-se a veículos que já perderam grande parte de sua funcionalidade ou valor de mercado devido ao desgaste natural e falta de manutenção. São automóveis que ainda estão em circulação, mas apresentam problemas estruturais, visuais ou mecânicos, e raramente possuem apelo histórico. Esses carros geralmente não são colecionáveis e, na maioria das vezes, são substituídos por modelos mais modernos.

Já os carros antigos são aqueles com pelo menos 30 anos de fabricação, de acordo com a definição da Federação Internacional de Veículos Antigos (FIVA). O diferencial aqui é a idade e o cuidado dedicado à sua preservação. Esses veículos podem não ter sido considerados especiais em sua época, mas sua longevidade e o apelo nostálgico os tornam objetos de interesse para colecionadores e entusiastas.

O conceito de carro clássico é um pouco mais específico e subjetivo. Para ser considerado clássico, um automóvel precisa não apenas ser antigo, mas também possuir relevância histórica, cultural ou tecnológica. Exemplos como o Volkswagen Fusca, a Ferrari 250 GTO e o Ford Mustang são frequentemente citados como clássicos por terem influenciado gerações e marcado a história da indústria automotiva. Sua autenticidade, originalidade e estado de conservação são critérios fundamentais.

Além dessas diferenças, existe também o fator emocional. Enquanto carros velhos podem ser descartados sem grande impacto, os antigos e clássicos frequentemente carregam histórias de família, conquistas pessoais ou marcos históricos, o que aumenta seu valor sentimental e monetário. Muitos desses veículos são restaurados ou mantidos como peças de coleção, preservando suas características originais.

Compreender essas distinções ajuda a valorizar o mercado automotivo como um todo. Carros velhos podem ser reciclados, carros antigos representam o início da preservação automotiva, e os clássicos eternizam momentos da história. Cada categoria tem seu lugar no tempo e na sociedade, conectando o passado ao presente de formas únicas.

A técnica "martelinho de ouro" destaca-se na restauração de clássicos. Ela repara danos sem alterar pintura ou peças, preservando autenticidade, essencial para colecionadores e investidores.
A técnica “martelinho de ouro” destaca-se na restauração de clássicos. Ela repara danos sem alterar pintura ou peças, preservando autenticidade, essencial para colecionadores e investidores.

Fonte: AutoEsporte, Wikipedia, JornalDoCarro, AutoGlass, G1, Tupi e OGlobo.