O que Elon Musk, fundador da Tesla, vai ganhar com a vitória de Donald Trump? Descubra os interesses alinhados e possíveis ganhos mútuos com novo mandato presidencial

Elon Musk demonstrou apoio significativo à candidatura de Donald Trump, investindo milhões e engajando-se em eventos de campanha. Com a reeleição de Trump, Musk pode obter vantagens tanto para suas empresas quanto para seus interesses políticos.
Publicado por Alan Corrêa em Negócios dia 6/11/2024

Com a recente eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o empresário Elon Musk desponta como um de seus aliados mais notórios. Musk apoiou a campanha de Trump com significativos investimentos, dedicou seu tempo e presença em eventos de apoio ao republicano e utilizou a rede social X (antigo Twitter) para declarar seu suporte. Esse alinhamento sugere um futuro de colaborações possíveis entre os dois, especialmente em áreas de tecnologia e gestão governamental, além de uma agenda favorável às empresas de Musk, como Tesla e SpaceX. A eleição também traz implicações para a política externa e a economia dos Estados Unidos, com impactos observados internacionalmente, inclusive no Brasil.

Pontos Principais:

  • Elon Musk apoiou Trump com recursos financeiros, promovendo a candidatura e incentivando o voto em estados-chave.
  • Trump cogitou nomear Musk para um cargo relacionado à gestão de recursos governamentais e eficiência administrativa.
  • Empresas de Musk, como Tesla e SpaceX, podem ser beneficiadas com políticas de desregulamentação e incentivo à produção interna.
  • No Brasil, o uso da rede social X por Musk gerou embates com o Supremo Tribunal Federal, mostrando impactos da relação Musk-Trump em outros países.

Ao longo da campanha, Musk fez aportes significativos, incluindo US$ 119 milhões para um Super PAC, apoiando ativamente o candidato republicano. Durante a apuração dos votos, Musk esteve no resort de Trump em Mar-a-Lago, acompanhando o processo ao lado de outros aliados do presidente eleito, incluindo o deputado brasileiro Eduardo Bolsonaro. Além de sua presença, Musk também incentivou o comparecimento eleitoral em estados decisivos, oferecendo um incentivo financeiro aos eleitores.

Elon Musk, fundador da SpaceX e Tesla, apoiou ativamente a reeleição de Donald Trump, investindo milhões e usando sua rede social X para promover o candidato republicano.
Elon Musk, fundador da SpaceX e Tesla, apoiou ativamente a reeleição de Donald Trump, investindo milhões e usando sua rede social X para promover o candidato republicano.

Além da proximidade com Trump, Musk já anunciou o desejo de atuar em uma possível administração do republicano, caso houvesse reeleição. Em declarações públicas, Trump sugeriu a criação de um órgão administrativo que Musk poderia liderar, focado na eficiência governamental e na redução de desperdícios. Este órgão foi informalmente apelidado de “Departamento de Eficiência Governamental”, também chamado de “DOGE” em referência a um meme popular. A parceria entre ambos poderia significar um fortalecimento das políticas de incentivo à produção nacional e desregulamentação para a Tesla e SpaceX, empresas de Musk que atuam em setores estratégicos.

A SpaceX, empresa de Musk com contratos expressivos no setor de defesa, pode expandir ainda mais seus laços com o governo americano. Já dominante no mercado de lançamentos de satélites governamentais, a SpaceX explora a criação de satélites espiões em um momento em que o Pentágono busca investir em tecnologias de vigilância. O fortalecimento dessa relação abre oportunidades para Musk capitalizar ainda mais os contratos com agências governamentais.

Para a Tesla, a presidência de Trump promete uma menor carga regulatória, alinhando-se às expectativas de Musk, que enfrentou investigações de órgãos reguladores nos últimos meses. A empresa está sendo investigada pelo sistema de direção autônoma, e Trump, durante a campanha, mencionou sua intenção de reduzir regulamentações para estimular a inovação. Musk também enfrentou críticas pela abordagem antissindical da Tesla, onde trabalhadores foram supostamente demitidos durante greves. A United Auto Workers, sindicato automotivo dos EUA, chegou a protocolar denúncias de práticas trabalhistas injustas envolvendo Musk e Trump.

A vitória de Trump também gera impactos no Brasil. A plataforma X, de Musk, foi bloqueada no país por descumprimento de uma ordem judicial do STF. Musk contestou a decisão, classificando-a como censura, e suas postagens em tom crítico ao STF geraram um confronto com o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. No entanto, após um período de embate, Musk decidiu acatar as ordens judiciais, reativando as contas suspensas. Esse episódio mostra o reflexo dos posicionamentos políticos de Musk em outros territórios, e a eleição de Trump pode ter novas consequências para as plataformas sociais, incluindo potenciais desafios regulatórios e legislativos.

Com a eleição de Trump, Musk pode se beneficiar de políticas de desregulamentação e incentivos à produção nacional, favorecendo o crescimento de suas empresas, como Tesla e SpaceX.
Com a eleição de Trump, Musk pode se beneficiar de políticas de desregulamentação e incentivos à produção nacional, favorecendo o crescimento de suas empresas, como Tesla e SpaceX.

Com Trump novamente à frente do governo dos EUA, a relação com países como Brasil será monitorada de perto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a vitória de Trump, enfatizando a importância de um relacionamento civilizado e pacífico. A postura de Trump em questões internacionais e comerciais pode refletir em medidas com potencial de impacto direto para o mercado brasileiro e outros países, envolvendo temas como tarifas, clima e segurança cibernética.

Elon Musk, um dos maiores apoiadores individuais do republicano, também terá um papel destacado nos próximos anos, com a possibilidade de uma relação mais estreita com o governo federal dos EUA. Esse alinhamento pode oferecer vantagens significativas a Musk, ao mesmo tempo que impõe desafios e suscita debates sobre a influência de grandes empresários na política.

Fonte: CNN, UOL e G1.