A mobilidade urbana no Brasil está passando por uma transformação significativa com a expansão de uma aliança liderada pela 99, em colaboração com empresas como Raízen, Movida e a fabricante chinesa BYD. Desde o início da parceria em 2022, a iniciativa vem promovendo o uso de veículos elétricos, alcançando metas impressionantes e agora, diversificando para incluir motos eletrificadas.
Inicialmente, a aliança tinha como objetivo integrar 10 mil carros elétricos à plataforma da 99 até 2025. No entanto, devido ao desempenho superior das empresas envolvidas, essa meta foi revisada para 20 mil veículos. Este ajuste ambicioso reflete o crescente interesse e adoção de soluções de transporte mais sustentáveis no país.
Além da ampliação das metas para carros elétricos, a iniciativa agora inclui motos eletrificadas para serviços de mototáxi, em parceria com as montadoras nacionais Vammo e Riba. A inclusão dessas motos é um passo estratégico para atender à demanda por alternativas de transporte urbano mais eficientes e ecológicas. A tecnologia avançada agora permite que as motos elétricas ofereçam a autonomia necessária para operações diárias intensivas, proporcionando uma economia significativa para os mototaxistas.
Thiago Hipolito, diretor sênior de inovação da 99, destacou o rápido crescimento do segmento de mototáxi na plataforma. “A 99Moto tem mostrado um crescimento impressionante, sendo líder no mercado com presença em 3,6 mil cidades. O potencial de expansão é enorme,” afirmou Hipolito. Ele acrescentou que a economia proporcionada pelas motos elétricas pode chegar a R$ 600 por mês para os mototaxistas, um fator decisivo para a adoção desta tecnologia.
O sucesso da aliança é evidente também no aumento dos investimentos. Desde o início do projeto, já foram injetados R$ 245 milhões, com previsão de alcançar R$ 250 milhões até 2025, abrangendo também outros projetos de inovação. Este investimento robusto é um indicativo da confiança das empresas na viabilidade e no impacto positivo das soluções de mobilidade elétrica.
O contexto favorável para a adoção de veículos elétricos no Brasil é reforçado pelo aumento das importações de carros elétricos e híbridos da China, consolidando o país como um dos maiores mercados para essas tecnologias. Dados da Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA) mostram que, em abril, as exportações para o Brasil aumentaram 13 vezes em relação ao ano anterior, totalizando 40.163 unidades.
A aliança também está preparada para enfrentar desafios como o aumento do Imposto de Importação de veículos elétricos, que chegará a 35% até 2026. Hipolito ressaltou que a produção local será uma solução eficaz para contornar esse obstáculo, com centros de produção da BYD na Bahia e da GWM em São Paulo.
Desde o início da aliança, os desafios foram significativos, mas os avanços tecnológicos e a queda nos preços dos veículos elétricos impulsionaram a adoção. Modelos como o BYD Dolphin, com mais de 300 km de autonomia e custo acessível, estão liderando essa transformação.
A 99, controlada pela chinesa Didi, continua a investir na expansão da frota elétrica e na infraestrutura de recarga, com a meta de 10 mil estações até 2025. “Para o motorista de aplicativo, o veículo elétrico é mais eficiente em áreas urbanas e elimina a necessidade de longas viagens,” explicou Hipolito.