A cidade do Rio de Janeiro deu início a uma nova fase no seu sistema de mobilidade urbana com a inauguração da primeira motofaixa da capital. A faixa exclusiva para motocicletas foi instalada na Autoestrada Engenheiro Fernando Mac Dowell, também conhecida como Lagoa-Barra. Com uma extensão de dois quilômetros, a faixa pretende melhorar o fluxo do trânsito e reduzir a quantidade de acidentes envolvendo motociclistas na região.
A prefeitura do Rio de Janeiro e a CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego) escolheram esse local devido à alta incidência de acidentes com motocicletas. De acordo com dados da CET-Rio, motociclistas e seus passageiros representam 44% das vítimas de acidentes de trânsito no trecho da autoestrada. A expectativa é que, com a faixa dedicada, esses números diminuam e que o trânsito no local se torne mais seguro.
A nova faixa, pintada de azul para facilitar a visualização, permite que motociclistas trafeguem com mais segurança, sem precisar circular entre os carros ou pelo acostamento, ações que são apontadas como grandes causadoras de acidentes. A motofaixa não é obrigatória, mas sua criação tem o intuito de melhorar a convivência entre motociclistas e motoristas de carros, aumentando a atenção no momento de troca de faixas.
Outro aspecto importante do projeto é que a motofaixa será monitorada por câmeras, o que permitirá acompanhar a evolução do fluxo de trânsito e a segurança no local. Esse monitoramento será fundamental para avaliar a efetividade da faixa nos primeiros meses de funcionamento, já que o projeto ainda está em fase experimental.
Segundo a CET-Rio, mais de 600 motocicletas passam pelo trecho Lagoa-Barra a cada hora. Com a motofaixa, espera-se que os motociclistas tenham um espaço exclusivo para circular, principalmente durante os momentos de congestionamento, quando o risco de acidentes aumenta. A faixa será preferencial, ou seja, os motociclistas poderão utilizá-la, mas os carros poderão cruzá-la para mudar de faixa quando necessário.
A escolha da Autoestrada Lagoa-Barra para a instalação da primeira motofaixa foi estratégica. Além da alta taxa de acidentes, a proximidade da sede da CET-Rio, a menos de três quilômetros do local, facilita o monitoramento e a implementação da medida. A autoestrada também passou por reformas recentes para ampliar sua largura e recuperar a pavimentação, permitindo a criação da nova faixa sem prejudicar o fluxo dos demais veículos.
Com o início da operação da motofaixa, a cidade do Rio de Janeiro se junta a outras capitais brasileiras que já adotaram medidas semelhantes para melhorar a segurança dos motociclistas. O sucesso dessa iniciativa no Rio de Janeiro poderá servir de exemplo para a ampliação do projeto para outras áreas da cidade que também registram alta circulação de motos e índices elevados de acidentes.
A experiência será acompanhada de perto pela prefeitura e pela CET-Rio, e ajustes poderão ser feitos conforme os resultados forem observados. Se for comprovada sua eficácia, a motofaixa poderá se tornar uma solução definitiva para reduzir acidentes e melhorar a fluidez do trânsito em áreas de grande movimento na cidade.
Ao final do período experimental, os resultados serão analisados e discutidos para definir a possível expansão do projeto para outras regiões da capital fluminense. Por enquanto, o foco está em garantir que a nova faixa traga os benefícios esperados, tanto para os motociclistas quanto para os motoristas de carros.