A Renault, fabricante francesa com quase 50 anos de história na Fórmula 1, anunciou nesta segunda-feira (30) que encerrará sua produção de motores para a categoria a partir de 2026. A decisão foi tomada como parte de um processo de reestruturação que visa transformar a fábrica de Viry-Châtillon, ao sul de Paris, em um centro de excelência em engenharia e alta tecnologia. A transição acontecerá ao final da temporada de 2025.
Pontos Principais:
A notícia marca o fim de uma era para a Renault na F1, após décadas de participação e vitórias. Desde 1977, a montadora não apenas desenvolveu motores para sua própria equipe, mas também forneceu para outras, sendo campeã mundial em diversas temporadas. A partir de 2026, a Alpine, divisão esportiva da Renault, que atualmente compete como Alpine F1 Team, poderá utilizar motores Mercedes.
A fábrica em Viry-Châtillon continuará suas atividades relacionadas ao desenvolvimento de motores até o final da temporada de 2025, conforme anunciado pela Alpine. Posteriormente, a unidade será convertida em um centro dedicado à inovação e ao desenvolvimento de novas tecnologias para os futuros veículos da Renault e da Alpine. Essa decisão faz parte da estratégia de longo prazo da empresa para focar em novas soluções tecnológicas, como os projetos da Hypertech Alpine.
Os funcionários da Renault reagiram à decisão com protestos durante o GP da Itália, realizado em Monza. Portando faixas com a mensagem “nos deixe correr”, os trabalhadores exigiram a manutenção da fábrica, ressaltando que a produção de motores Renault é parte de uma história de 50 anos na Fórmula 1. A fábrica foi responsável por desenvolver motores que conquistaram campeonatos nas temporadas de 1992, 1993, 1994, 1996, 1997, 2005, 2006, 2010, 2011, 2012 e 2013.
O anúncio foi feito após meses de especulação sobre o futuro da Renault na Fórmula 1, com rumores de uma possível parceria entre Alpine e Mercedes para o fornecimento de motores a partir de 2026. A Alpine assumiu a participação da Renault na F1 em 2021, mas continuará utilizando os motores desenvolvidos pela própria fábrica até o final de 2025, antes de se tornar uma equipe cliente de motores Mercedes.
Essa reestruturação representa uma mudança significativa para a montadora, que, ao longo de sua trajetória, acumulou 178 vitórias em GPs, incluindo nove sob o nome TAG Heuer. A decisão também é vista como parte de um movimento mais amplo da Renault para concentrar esforços em tecnologias inovadoras e no desenvolvimento de novos projetos automotivos.