Tesla enfrenta críticas por visitas domiciliares a funcionários em licença médica

A Tesla está no centro de uma polêmica após enviar gerentes para verificar funcionários em licença médica prolongada na Alemanha. A ação, que tem gerado protestos do sindicato local, reflete a tensão crescente em relação às condições de trabalho na fábrica da empresa em Berlim.
Publicado por Alan Corrêa em Notícias dia 29/09/2024

A Tesla tomou uma medida controversa ao enviar gerentes para visitar trabalhadores em licença médica na fábrica de Berlim-Brandenburgo, situada em Grünheide, Alemanha. Segundo o diretor André Thierig, o objetivo é investigar possíveis abusos das leis trabalhistas locais, uma vez que as taxas de licença médica chegaram a 17%, muito acima da média da indústria automotiva alemã. Essa decisão, no entanto, gerou críticas do sindicato IG Metall, que representa parte dos 12 mil trabalhadores da fábrica, acusando a empresa de práticas laborais abusivas.

Pontos Principais:

  • A Tesla enviou gerentes para a casa de trabalhadores afastados por doença na Alemanha.
  • O sindicato local, IG Metall, critica a prática e questiona as condições de trabalho.
  • A fábrica de Berlim-Brandenburgo registrou uma taxa de absenteísmo de 17%.
  • Elon Musk afirmou em rede social que está investigando o problema.

O IG Metall afirmou que as visitas domiciliares feitas pela Tesla são uma prática abusiva e que as condições de trabalho na fábrica estão causando estresse e adoecimento nos funcionários. A empresa estaria pressionando os trabalhadores para voltarem ao trabalho mesmo doentes e sobrecarregando os funcionários saudáveis que permanecem na fábrica. Segundo o sindicato, há uma “cultura de medo” dentro da Tesla.

A decisão da Tesla de enviar gerentes às residências de funcionários afastados por motivos de saúde causou revolta no sindicato alemão, que questiona as práticas da empresa - Imagem gerada por IA.
A decisão da Tesla de enviar gerentes às residências de funcionários afastados por motivos de saúde causou revolta no sindicato alemão, que questiona as práticas da empresa – Imagem gerada por IA.

Por outro lado, Thierig afirmou que a alta taxa de absenteísmo, que aumentou em 5% nas sextas-feiras e durante turnos noturnos, é um indicador de que alguns trabalhadores estão se aproveitando das leis trabalhistas alemãs. Ele também apontou que os funcionários temporários da fábrica, que representam 1.500 trabalhadores, têm uma taxa de ausência de apenas 2%, o que reforçaria sua tese de que a política de licenças médicas precisa ser revisada.

A Tesla não apenas enfrenta problemas com as licenças médicas. A empresa também lidou com uma desaceleração na demanda por seus veículos na Europa, que caiu 16% nos primeiros oito meses de 2024. Além disso, a fábrica foi afetada por protestos contra a expansão da planta e interrupções na cadeia de suprimentos, levando à interrupção da produção diversas vezes nos últimos meses.

Elon Musk, CEO da Tesla, reconheceu o problema nas redes sociais e afirmou estar investigando o absenteísmo elevado na fábrica alemã. Ele classificou a situação como “louca” e mostrou preocupação com o impacto que isso pode ter nas operações da Tesla em toda a Europa, especialmente porque a fábrica de Berlim é a única unidade de produção de carros da empresa no continente.

Fonte: Infomoney e OGlobo.