Toyota aposta em biocombustíveis no G20 como solução para descarbonização da mobilidade

A Toyota destacou no G20 a importância dos biocombustíveis, aliando-os a motores a combustão e eletrificação para descarbonizar a mobilidade. A fabricante apresentou o potencial de tecnologias flex e híbrida flex, além de protótipos de novos veículos movidos a biometano e híbridos plug-in flex.
Publicado em Toyota dia 2/10/2024 por Alan Corrêa

Durante o encontro das 20 maiores economias mundiais em Foz do Iguaçu, a Toyota aproveitou o palco do G20 para apresentar uma alternativa que, segundo a fabricante, é realista e imediata para o desafio da descarbonização: os biocombustíveis. Em um contexto global de pressões crescentes para a adoção de energias limpas e soluções sustentáveis, a empresa destacou a combinação dos biocombustíveis, como o etanol, com tecnologias híbridas e motores a combustão como um caminho viável para mitigar as mudanças climáticas.

Pontos principais:

  • Biocombustíveis como solução integrada para a descarbonização.
  • Veículos flex e híbridos flex como opções sustentáveis no Brasil.
  • Apresentação de protótipos movidos a biometano e tecnologia híbrida plug-in flex.
  • Parcerias da Toyota para discutir o futuro dos biocombustíveis no G20.

Em contraste com o discurso global predominantemente voltado para a eletrificação completa, a Toyota argumenta que os biocombustíveis oferecem uma solução prática, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. A experiência do país com carros flex, que utilizam etanol e gasolina, foi apontada como um modelo que pode ser replicado em outras economias emergentes. Com uma frota de 30 veículos híbridos flex transportando as delegações internacionais no evento, a Toyota mostrou que essas tecnologias já são uma realidade consolidada no Brasil.

A Toyota utilizou o G20 para destacar os biocombustíveis como uma solução viável para descarbonizar a mobilidade global. A empresa ressaltou a experiência brasileira com etanol e motores flex.
A Toyota utilizou o G20 para destacar os biocombustíveis como uma solução viável para descarbonizar a mobilidade global. A empresa ressaltou a experiência brasileira com etanol e motores flex.

A estratégia da Toyota se apoia na ideia de que a eletrificação, por si só, não será suficiente para reduzir as emissões globais de carbono no curto prazo. A empresa defende que o etanol, já amplamente utilizado no Brasil, apresenta uma das menores pegadas de carbono entre os combustíveis, além de ser uma opção economicamente viável em diversos mercados. A fabricante sugere que, combinados com motores elétricos, os biocombustíveis podem preencher a lacuna até que a infraestrutura necessária para a eletrificação total esteja disponível em escala global.

O novo Corolla, tanto na versão sedã quanto SUV, utilizará o sistema híbrido plug-in flex para maior eficiência. A eletrificação, combinada com combustíveis sustentáveis, será essencial para reduzir o impacto ambiental.
O novo Corolla, tanto na versão sedã quanto SUV, utilizará o sistema híbrido plug-in flex para maior eficiência. A eletrificação, combinada com combustíveis sustentáveis, será essencial para reduzir o impacto ambiental.

No evento, a Toyota também revelou dois protótipos que reforçam essa abordagem. O primeiro é um veículo híbrido plug-in flex, que combina um motor a combustão com um motor elétrico, permitindo que a bateria seja recarregada em uma fonte externa. O segundo é uma picape movida a biometano, um combustível derivado do biogás gerado a partir de resíduos orgânicos, como a cana-de-açúcar. O biometano, além de ser renovável, pode ser produzido em áreas rurais, o que a empresa vê como uma oportunidade de criar um ciclo de economia circular.

Rafael Chang, CEO da Toyota para a América Latina e Caribe, destacou que o pioneirismo da empresa no desenvolvimento de tecnologias híbridas flex não só promove a redução de emissões, mas também oferece uma alternativa economicamente acessível para países que ainda dependem de motores a combustão. Chang enfatizou que uma solução integrada, que combine eletrificação e biocombustíveis, é essencial para enfrentar a crise climática de maneira eficaz.

A fabricante japonesa apresentou um veículo híbrido plug-in flex, que combina motor elétrico com combustão. A tecnologia visa preencher a lacuna enquanto a infraestrutura elétrica se expande.
A fabricante japonesa apresentou um veículo híbrido plug-in flex, que combina motor elétrico com combustão. A tecnologia visa preencher a lacuna enquanto a infraestrutura elétrica se expande.

A Toyota também aproveitou o encontro para fortalecer parcerias estratégicas. Em colaboração com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a empresa promoveu discussões sobre o papel dos biocombustíveis na transição para uma mobilidade mais sustentável. Essas conversas visam não apenas fortalecer a adoção do etanol no Brasil, mas também posicioná-lo como uma solução viável para outros países interessados em reduzir sua dependência de combustíveis fósseis.

Além de promover os biocombustíveis como uma solução de curto prazo, a Toyota demonstrou seu comprometimento com o futuro da mobilidade sustentável. A empresa anunciou um investimento de R$ 11 bilhões para expandir sua capacidade produtiva no Brasil e desenvolver novos modelos híbridos flex, com o primeiro lançamento previsto para 2025. A intenção é tornar essa tecnologia ainda mais acessível para o consumidor brasileiro e, eventualmente, para outros mercados.

A empresa anunciou investimentos de R$ 11 bilhões para expandir a produção de novos veículos híbridos flex. O primeiro modelo, um compacto, será lançado em 2025, visando a acessibilidade.
A empresa anunciou investimentos de R$ 11 bilhões para expandir a produção de novos veículos híbridos flex. O primeiro modelo, um compacto, será lançado em 2025, visando a acessibilidade.

Com mais de 23 milhões de veículos eletrificados vendidos globalmente, a Toyota já evitou a emissão de 176 milhões de toneladas de CO2, segundo dados da própria empresa. No Brasil, a introdução do Prius, o primeiro híbrido produzido em série no mundo, marcou o início da jornada da Toyota rumo à eletrificação, que se fortaleceu com o lançamento dos modelos híbridos flex em 2019.

Ao posicionar os biocombustíveis como parte integrante de sua estratégia de descarbonização, a Toyota se diferencia de concorrentes que apostam exclusivamente na eletrificação total. A fabricante japonesa acredita que, ao combinar o uso de combustíveis renováveis com as tecnologias já disponíveis, pode acelerar o caminho para a neutralidade de carbono, enquanto oferece soluções acessíveis para os desafios ambientais globais.

Fonte: Toyota.