O óleo tem um papel muito importante no funcionamento do motor, lubrificando as peças e preservando-as de um desgaste prematuro. Mas, como tudo nessa vida, o motor tem uma vida útil, e uma hora ela acaba.
Com o passar do tempo, as peças ficam com uma folga, especialmente os anéis do pistão e o cilindro, e o óleo entra na combustão junto com o combustível, e começa a ser queimado. Logo, o motor fica sem o seu precioso lubrificante. Como resolver?
Quando o motor do carro é montado, as peças são encaixadas de forma precisa, sem deixar nenhum tipo de folga – a menos que venha com defeito de fábrica – de modo que o funcionamento acontece sem dificuldade.
Para diminuir ao máximo o desgaste provocado pelo atrito, um líquido passa entre as peças para lubrificá-las. Esse líquido é o óleo. Quando se fala na troca do óleo, na verdade não é apenas uma troca, pois com o tempo o óleo vai diminuindo naturalmente por causa do uso.
O grande problema começa quando esse óleo começa a se misturar com o combustível na câmara de combustão, o que acontece de forma inevitável com o desgaste das peças do motor. Tudo que se usa, gasta. Os componentes do motor também sofrem desgaste.
Quando acontece o desgaste mais intenso desses componentes, sobretudo entre os anéis do pistão e os cilindros, uma parte do óleo começa a entrar na combustão, e começa a ser queimado.
Com isso, o nível do óleo diminui de forma mais rápida, e será preciso completar com mais frequência para que o desgaste das peças do motor não se acelere ainda mais. Mas chega a um ponto que o óleo começa a invadir partes que não deveria, por exemplo as velas, prejudicando a ignição.
Se o problema for percebido tardiamente, o mais provável é que a lubrificação entre as bielas e o virabrequim já esteja prejudicada, é quando surge um ruído metálico que popularmente chamam de “motor batendo”. Esse ruído provém das bronzinas (casquilhos) da biela que entram em atrito com os mancais da manivela do virabrequim.
A consequência é óbvia, entra-se num círculo vicioso e mais cedo ou mais tarde algum componente do motor quebra. Enquanto isso, o óleo vai “sumindo” cada vez mais rápido e precisará ser completado com cada vez mais frequência.
O problema começa justamente quando o desgaste das peças fica mais acentuado, e as folgas entre os componentes ficam maiores. A partir daí o óleo vai entrando cada vez mais na câmara de combustão.
Para identificar, no começo, é um pouco difícil. Mas existem dois sinais que podem ajudar. O primeiro é quando a fumaça que sai do escapamento começa a ficar azulada. Isso indica que o óleo está sendo queimado, mas ainda em pequenas proporções.
O segundo sinal é que o motor começa a ficar fraco, perder a força. Isso acontece porque nem tudo que está sendo queimado na câmara de combustão é realmente combustível. Num segundo momento o carro vai “gastar” muito mais combustível, mesmo sem recuperar a força que havia perdido.
À medida que a quantidade de óleo que entra na câmara de combustão aumente, parte desse óleo não poderá ser queimado, e passará para o escapamento, prejudicando o catalisador. É uma bola de neve.
O principal vilão nessa história é a falta de manutenção adequada. Muitas pessoas “esquecem” de fazer as revisões no tempo certo, ou as manutenções necessárias de tempos em tempos.
Com isso, o óleo fica velho e não lubrifica direito. Acontece, então, o desgaste prematuro das peças do motor e o filtro do óleo não consegue mais impedir a entrada de sujeira. Em casos mais graves, o motor pode até fundir.
Os veículos mais recentes contam até com um dispositivo em seu sistema que avisa quando a manutenção precisa ser feita, indicando com uma luz no painel. Algumas marcas até fazem um controle remoto para evitar que problemas mais graves aconteçam com seus clientes. Mas a responsabilidade é sempre do proprietário.
Se o seu carro já chegou no ponto em que está queimando óleo, você não tem muitas opções, na verdade só restam duas coisas a se fazer. A primeira delas é procurar um bom mecânico, especializado em retífica de motor, e mandar retificar o motor inteiro.
Esse serviço é caro, mas deve ser bem feito. Então, não tente economizar fazendo apenas uma parte do motor, faça inteiro ou não faça nada. Esse serviço vai variar em cada região e de acordo com o profissional, mas a média para um motor 1.0 litros é de R$ 4.000.
A segunda opção é mais drástica ainda: troque de carro. Essa opção é indicada para os casos em que o reparo seja igual ou superior aos 50% do valor do carro. Se não houver nenhum apelo sentimental, a melhor opção será passar pra frente no estado em que se encontra.
Isso deve ser feito, claro, com honestidade, mostrando para o comprador os problemas que o carro apresenta. O valor da venda será menor do que o valor real do veículo, mas em compensação você não precisará arcar com os custos do reparo e terá dinheiro para dar entrada num carro mais novo e em melhores condições.
*Com informações de autoglassonline e vrum.