Vitória de Trump em novembro pode afetar carros elétricos chineses? Entenda polêmica com carros fabricados no México e receio da Europa

As vendas de veículos elétricos nos Estados Unidos estão projetadas para alcançar 1,5 milhão de unidades em 2024, um aumento substancial em comparação com as 159.139 unidades vendidas em 2016. Investimentos significativos foram feitos na produção de veículos elétricos no país, incentivados pela Lei de Redução da Inflação do presidente Joe Biden. Empresas como a Hyundai estão investindo bilhões de dólares em fábricas de veículos elétricos em estados como a Geórgia.
Publicado em Notícias dia 6/06/2024 por Alan Corrêa

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, declarou que, se for eleito novamente, pretende parar a venda de carros elétricos feitos no México por fabricantes chineses. Esta afirmação foi feita durante sua campanha para a reeleição. Trump já havia expressado opiniões contra os veículos elétricos anteriormente, mas desta vez suas críticas foram direcionadas especificamente para os carros elétricos chineses produzidos no México.

Durante seu mandato anterior, Trump adotou políticas que favoreceram a indústria de petróleo e gás. Ele afirmou que, se for eleito, pretende reverter as políticas ambientais da administração Biden, incluindo as metas de emissões de escapamento e os créditos fiscais para veículos elétricos. No entanto, a indústria de veículos elétricos nos Estados Unidos cresceu significativamente nos últimos anos, com as vendas projetadas para alcançar 1,5 milhão de unidades em 2024, em comparação com 159.139 unidades em 2016.

Investimentos significativos foram feitos na produção de veículos elétricos nos Estados Unidos, incentivados pela Lei de Redução da Inflação do presidente Joe Biden. Empresas como a Hyundai estão investindo bilhões de dólares em fábricas de veículos elétricos em estados como a Geórgia. Esses investimentos criaram empregos e impulsionaram a economia em várias regiões do país.

Donald Trump anunciou durante sua campanha de reeleição que pretende interromper a venda de carros elétricos produzidos no México por fabricantes chineses, caso seja eleito novamente presidente dos Estados Unidos.
Donald Trump anunciou durante sua campanha de reeleição que pretende interromper a venda de carros elétricos produzidos no México por fabricantes chineses, caso seja eleito novamente presidente dos Estados Unidos.

Apesar das declarações de Trump, muitos especialistas acreditam que o mercado de veículos elétricos já atingiu um ponto de crescimento que não pode ser facilmente revertido. Empresas como a Ford têm planos de longo prazo que não são facilmente alterados por ciclos eleitorais. Willian Clay Ford Jr., presidente executivo da Ford Motor, declarou que a empresa está comprometida com seus planos de produção de veículos elétricos, independentemente das mudanças políticas.

O investimento em infraestrutura para veículos elétricos, como redes de carregamento, também está avançando. Estados tradicionalmente republicanos como Texas e Flórida estão vendo um aumento nas vendas de veículos elétricos, ficando atrás apenas da Califórnia em termos de registros de EVs. Esse crescimento mostra que os veículos elétricos estão ganhando popularidade entre consumidores de diferentes orientações políticas.

Mesmo que Trump seja reeleito e reduza os créditos fiscais para veículos elétricos, muitos analistas acreditam que o mercado continuará a crescer, embora em um ritmo potencialmente mais lento. A aceitação dos veículos elétricos entre os consumidores sugere que a transição para essa tecnologia já está em andamento.

A campanha de Trump pode ter impacto nas políticas futuras, mas a indústria de veículos elétricos parece estar bem posicionada para continuar seu crescimento. O apoio contínuo ao desenvolvimento de veículos elétricos e à infraestrutura de carregamento será crucial para o futuro da mobilidade sustentável nos Estados Unidos.

Europa parece não querer vitória de Trump

  • O presidente Joe Biden está na França para o aniversário dos 80 anos do Dia D.
  • Há preocupação na Europa com a possibilidade de Donald Trump voltar ao poder.
  • Lideranças europeias temem que Putin se sinta encorajado a agir livremente se Trump vencer.
  • Muitos americanos desconhecem o Projeto 2025, uma agenda preparada por apoiadores de Trump.

O presidente Joe Biden está na França para o aniversário dos 80 anos do Dia D, a invasão militar que iniciou a liberação da Europa da ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. As comemorações são especialmente significativas este ano, devido ao crescente temor na Europa sobre a possibilidade de Donald Trump ser reeleito presidente dos Estados Unidos em novembro.

Líderes europeus manifestam preocupação com as promessas de Trump de permitir que Vladimir Putin aja sem restrições com países que não aumentarem seus gastos militares para a Otan. Esse temor é compartilhado amplamente por líderes de países do Leste Europeu, que veem a possibilidade de Putin redesenhar o mapa da Europa se Trump voltar ao poder.

Uma pesquisa recente do site Navigator Research mostra que 76% dos americanos desconhecem o Projeto 2025, uma agenda radical preparada pelos apoiadores de Trump para ser implementada se ele vencer a eleição. Em contraste, cidadãos de países como Bulgária, Estônia, Alemanha e Polônia acompanham de perto a campanha eleitoral americana, conscientes de que o próximo presidente dos EUA será decidido por um pequeno número de eleitores em estados-pêndulo.

Benjamin Haddad, membro da Assembleia Nacional da França, lembrou em março que a Europa ainda não está preparada para enfrentar uma expansão imperial russa sem a ajuda americana. Haddad alertou contra a complacência e destacou a importância da estabilidade na política americana para a segurança europeia.

A preocupação europeia é alimentada pelo fato de que muitos eleitores americanos irão às urnas em novembro sem considerar o impacto de suas decisões no destino da Europa. Este é um dilema significativo para o continente que promove a democracia, agenda ambiental e reformas na Justiça internacional.

Além disso, o continente europeu tem uma história de receber presos políticos da ditadura militar brasileira e de ser vocal nas denúncias contra abusos de direitos humanos em diversas partes do mundo. A incerteza sobre o futuro das relações transatlânticas aumenta a ansiedade sobre a próxima eleição americana.

A situação exige atenção cuidadosa dos eleitores americanos, pois suas decisões podem ter impactos significativos não apenas nos Estados Unidos, mas também na segurança e estabilidade da Europa. A visita de Biden à França para o aniversário do Dia D sublinha a importância histórica da cooperação transatlântica e a necessidade de mantê-la no futuro.

*Com informações do UOL e Gizmodo.