Um dos carros mais vendidos e populares da história da indústria automotiva brasileira, o Volkswagen Gol vem sendo produzido ininterruptamente em território brasileiro desde 1980.
Já podemos considerar que o modelo compacto da montadora alemã se tornou um ícone no Brasil, já que sua trajetória é cheia de triunfos e rica em histórias que continuam sendo escritas. Em homenagem a este grande brasileiro, vamos retratar a história deste veículo que marcou época e que tem seu nome juntamente a outros grandes veículos que já foram comercializados por aqui.
O Gol surgiu a partir de uma missão um tanto quanto difícil: suceder o líder de vendas mundial da Volkswagen, o Fusca no Brasil. Na Europa, o veículo que foi escolhido para essa missão foi o Golf, mas o mesmo não se adequava para as estradas brasileiras a época, fazendo com que uma plataforma mais resistente fosse requerida.
Com isso, no ano de 1975, um projeto denominado de BX que teve como base o primeiro Polo começou a ser desenvolvido para substituir o Fusca no Brasil. A Volkswagen resistia ao projeto pois os últimos veículos feitos para o Brasil (SP-2 e o TL) não venderam bem, mas esta pressão acabou sendo cedida pela matriz.
O nome Gol é uma clara referência ao momento em que a Volkswagen vivia: Os últimos modelos sempre adotavam o nome de algum esporte (Polo, Golf, Derby) e, já que o brasileiro é apaixonado por futebol, nada mais justo que batizar um veículo popular com o momento de ápice de uma partida de futebol.
5 anos após o começo do projeto, em 1980, o primeiro Gol com motor 1.3 que foi apelidado de “Gol batedeira” por causa de seu motor muito barulhento. Existiam duas versões disponíveis: Básica e L, mas as vendas não foram tão boas assim. Um ano depois foi instalado um novo motor 1.6 no Gol, fazendo assim com que a Brasília fosse retirada do mercado um ano depois, desta forma, fazendo as versões se chamarem S (básica) e LS (L).
Em 1982 uma edição especial do Copa do Mundo foi aderida com rodas de liga leve, forração especial e faróis de neblina. Em 1984 foi lançada a versão BX com o mesmo motor 1.6 a ar, motor este que passaria a ser refrigerado por água nas versões S e LS apenas no ano seguinte, assim como o motor utilizado no Passat, Voyage e Parati, surgindo também a versão GT do Gol com motor 1.8 e 99 cv. Este design durou até o fim de 1986, sendo este o último ano em que o Gol oferecia motor refrigerado a ar.
Em 1987 ocorreu a primeira reestilização com o capô mais baixo, novos faróis, novas lanternas traseiras, além das novas nomenclaturas para as versões (CL, GL além da C, versão de entrada).
Em 1991, ocorre a segunda reestilização da primeira geração. A grade dianteira, os faróis e as lanternas dianteiras (agora com refletivo lateral âmbar em cada uma) ficam mais estreitos, para atender também ao padrão norte-americano, já que o modelo derivado do Gol, o Voyage, ainda era exportado para lá com o nome Fox. Tanto que no Fox o refletivo âmbar dava lugar à luz de posição lateral cor de âmbar. Na traseira as mudanças são bem discretas: os vincos em baixo-relevo existentes na tampa do porta-malas do Gol passam a ser bem mais suaves e os emblemas que ali estão ganham nova grafia. Dessa vez os para-choques e as lanternas traseiras do Gol não mudam. O Gol GTi ganha novas cores, ao invés de ser oferecido apenas na cor azul como ocorria de 1988 a 1990. Mesmo com a reestilização da linha Gol, a VW insiste em oferecer o Gol GTS com as lanternas tricolores.
Logo em 1992 os motores recebem catalisadores no escapamento e, um ano depois, passaram a oferecer o modelo com motor 1.0. Esta geração durou até 1994.
Em 1994 o plástico dos para-choques de toda linha Gol passa a ser na cor cinza. Foi lançada a última série especial da primeira geração, o Gol Copa, em alusão à Copa dos EUA, e comercializado apenas na cor azul claro metálico (1994). Este foi o último ano de fabricação da primeira geração do Gol motor 1600, exceto para o Gol 1000 que continuaria a ser fabricado até 1996, convivendo com o Gol da segunda geração.
Em 1994, foi lançada a segunda geração do Gol, que ficou conhecida como “Gol bolinha” por conta de sua carroceria completamente renovada e arredondada, por isso o tal apelido que esta geração carinhosamente recebeu. As versões disponíveis ainda eram a CL 1.6, CL 1.8, GL 1.8 e a esportiva GTI 2.0, além das versões 1000i e 1000i Plus com motor 1.0. No ano de 1997, o motor passou a possuir injeção eletrônica e a nomenclatura das versões foi alterada, como por exemplo CLi passou a ser CL 1.6 MI.
Já em 1999, a terceira geração do Gol veio a público, sendo esta com mudanças estéticas claríssimas devido a nova plataforma. Sua dianteira, traseira e interior foram completamente alterados, mas sendo a estrutura praticamente a mesma da geração anterior. Opções de 2 ou 4 portas começaram a ser oferecidas, além da abolição das nomenclaturas, sendo agora vendidos pacotes de opcionais (Básico, Luxo, Conforto e Estilo) vendidos tanto na motorização 1.0, 1.0 turbo, 1.6, 1.8 e até mesmo na 2.0 do GTI. Em 2002 o Gol ganha novos para-choques e grades e, em 2003, o Gol se tornou o primeiro veículo a ser bicombustível do Brasil com o motor 1.6 TotalFlex, além de oferecer a versão 1.0 TotalFlex posteriormente.
Chegando em 2005, a quarta geração do Gol começa a ser comercializada com alterações na dianteira, traseira e um novo painel, além da repaginada no interior que passou a ser mais simples devido a chegada do Polo ao Brasil. Foi oferecido nas versões City, Plus e Power, sendo que em 2010 surgiria uma nova versão de entrada chamada Ecomotion. Esta geração marcou o período em que o Gol começou a perder seu reinado em sua categoria para veículos como o Fiat Palio, que eram mais modernos e bem equipados.
Para recuperar as vendas, o Gol de quinta geração foi lançado em 2008 com um design mais arredondado e inovador, sendo disponível nas versões flex 1.0 e 1.6 de 5 portas, porém posteriormente começaram a ser oferecidos os modelos de três ou cinco portas, nas versões 1.0, Ecomotion 1.0 e Titan 1.0. Para oferecer como diferencial, em 2009, foi integrada ao Gol a transmissão automatizada I-Motion para concorrer com a Dualogic do Pálio.
Finalmente em 2012 chegou ao mercado a sexta geração do Gol, que está presente até os dias atuais. Assim como a geração 3, este modelo também foi um facelift que recebeu uma numeração acima de geração. Sendo oferecido nas versões Highline, Rallye, Track e Seleção (especial da copa do mundo de 2014) com motores 1.0 e 1.6 além dos câmbios manual e I-Motion, o Gol perdeu muito fôlego nas vendas, sendo necessário realizar um segundo facelift em 2016, que novamente não conseguiu embalar nas vendas. Hoje, o Gol é oferecido nas versões Trendline e Track com motor 1.0 e Comfortline 1.6 que, posteriormente, recebeu um câmbio automático de 6 velocidades.
O fato é que o Gol hoje já não consegue mais ter o mesmo fôlego de vendas que os rivais mais novos como Onix, HB20 e até mesmo o Up!, mas com toda certeza as memórias do Gol que ficarão na memória dos brasileiros são as dos tempos gloriosos de domínio absoluto de vendas.