Em 2024, o Grupo Volkswagen enfrentou desafios significativos em seus principais mercados globais, resultando em uma redução nas vendas mundiais. A montadora entregou aproximadamente 4,8 milhões de veículos, o que representou uma queda de 1,4% em comparação com 2023. Esse desempenho reflete as dificuldades enfrentadas por fatores econômicos, políticos e de mercado, além da intensa competição em setores estratégicos.
Pontos Principais:
O desempenho da Volkswagen variou entre as regiões. Enquanto a empresa observou crescimento em mercados como a América do Norte e a América do Sul, os mercados da China e da Europa apresentaram retração. A estratégia global da empresa tem se concentrado em ajustar sua capacidade produtiva e gerenciar o impacto de suas operações em um contexto de transformação do mercado automotivo.
O mercado chinês continuou sendo o maior consumidor dos veículos Volkswagen em 2024, respondendo por 2,2 milhões de unidades, equivalente a 46% do total global. No entanto, esse volume representou uma queda de 8,3% em relação ao ano anterior. Essa retração é atribuída à crescente preferência dos consumidores chineses por montadoras locais, especialmente na categoria de veículos elétricos.
Para enfrentar esses desafios, a Volkswagen anunciou medidas de reestruturação em sua base operacional na Alemanha. Entre os ajustes estão cortes de mais de 35.000 postos de trabalho até 2030, com a colaboração do sindicato IG Metall. A montadora confirmou que não fechará fábricas nem realizará demissões forçadas, buscando alternativas que preservem sua competitividade no longo prazo.
A concorrência no mercado chinês também pressionou a Volkswagen a reavaliar suas ofertas tecnológicas. As fabricantes locais têm investido em veículos mais acessíveis e avançados em termos de mobilidade elétrica, segmento onde a Volkswagen registrou uma queda global de 2,8%, com 383.100 unidades vendidas em 2024.
Em contrapartida, a Volkswagen registrou avanços em outros mercados estratégicos. Na América do Norte, as vendas cresceram 18,4%, totalizando 592.300 unidades entregues. Essa expansão é atribuída à recuperação econômica da região e à crescente demanda por SUVs, categoria que representou 47% das vendas globais da marca.
Na América do Sul, o crescimento foi ainda mais expressivo, com aumento de 21,1% em relação ao ano anterior. A Volkswagen vendeu 479.400 veículos na região, com destaque para o Brasil. O compacto Polo foi o carro de passeio mais vendido do mercado brasileiro em 2024, com 140.155 unidades emplacadas, enquanto o T-Cross liderou o segmento de SUVs compactos, com 83.975 unidades entregues.
Esses números reforçam a relevância da América Latina para a estratégia global da montadora, que tem investido em modelos adaptados às preferências locais e estratégias de preços competitivas.
No mercado europeu, a Volkswagen manteve a liderança de vendas, com 1,25 milhão de unidades entregues em 2024. Apesar de sua posição de destaque, houve uma leve queda de 1,7% em relação a 2023. A montadora enfrenta desafios relacionados ao ambiente regulatório, transição para a mobilidade elétrica e questões econômicas que impactaram o setor automotivo na região.
Globalmente, o modelo Tiguan foi o veículo mais vendido da marca, seguido pelo T-Roc. O desempenho da categoria de SUVs foi fundamental para atenuar as perdas em segmentos específicos. No entanto, a montadora continua a enfrentar a necessidade de se adaptar às novas condições do mercado automotivo e à crescente concorrência no setor de veículos elétricos.
Nas próximas semanas, serão divulgados os números consolidados do Grupo Volkswagen, que incluem as vendas de outras marcas sob seu controle. As expectativas indicam que o grupo deve se posicionar como o segundo maior vendedor global de veículos, atrás apenas da Toyota.
Fonte: G1, Oantagonista e Motor1.