Volkswagen anuncia corte de mais de 35 mil empregos na Alemanha até 2030

Volkswagen reduzirá mais de 35 mil empregos na Alemanha até 2030, transferindo parte da produção para o México. O acordo com sindicatos evita fechamentos imediatos de fábricas e inclui cortes de custos para enfrentar desafios como concorrência chinesa, baixa demanda na Europa e transição para veículos elétricos.
Publicado por Alan Corrêa em Negócios dia 20/12/2024

A Volkswagen anunciou um plano de cortes significativo de mais de 35 mil empregos na Alemanha como parte de um acordo entre a empresa e sindicatos, encerrando as negociações mais longas de sua história. O ajuste busca adaptar a montadora a desafios no mercado automotivo, incluindo a concorrência chinesa e a transição para veículos elétricos.

Pontos Principais:

  • A empresa anunciou cortes de mais de 35 mil empregos até 2030 na Alemanha.
  • Os cortes foram acordados após 70 horas de negociações com sindicatos.
  • A medida visa enfrentar a concorrência de rivais chineses e baixa demanda na Europa.
  • Parte da produção será transferida para o México.

As negociações entre a Volkswagen e representantes sindicais ocorreram desde setembro e envolveram discussões sobre cortes de salários e redução de capacidade. Apesar das mudanças, o acordo garantiu que não haverá fechamentos imediatos de fábricas ou demissões operacionais.

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O CEO da Volkswagen, Oliver Blume, destacou que o acordo é um passo importante para a viabilidade da marca. A empresa estima economias de 15 bilhões de euros no médio prazo, sem impacto significativo na orientação para 2024.

No entanto, as mudanças incluem o encerramento da produção na fábrica de Dresden até 2025 e redirecionamento da unidade de Osnabrueck. Essas medidas refletem os desafios enfrentados pela montadora em um cenário de transição para veículos elétricos e menor demanda no mercado europeu.

Sindicatos e trabalhadores da Volkswagen realizaram greves históricas em setembro, protestando contra os cortes. Mais de 100 mil funcionários participaram das paralisações, que foram as maiores já registradas nos 87 anos da empresa.

O acordo também suspendeu um aumento salarial de 5% acordado em novembro. Apesar disso, a chefe do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo, afirmou que o acordo preserva os direitos trabalhistas e garante estabilidade a longo prazo.

As negociações ocorreram em Hanover, em um processo que incluiu pausas limitadas e relatos de trabalhadores tentando aliviar a tensão com jogos de cartas.

A crise na Volkswagen ocorre em um momento de incerteza na economia alemã e na indústria automotiva europeia. Eleições antecipadas no país e debates sobre o crescimento econômico também têm impactado as discussões políticas em torno da indústria.

Fonte: WSJ, ElPais e CNN.