BYD, Alibaba e Baidu entram no radar militar dos EUA após nova avaliação do Pentágono

O Pentágono informou congressistas que Alibaba, Baidu e BYD atendem aos critérios para entrar na lista 1260H, que identifica empresas ligadas ao Exército chinês. A inclusão pode alterar de imediato o comportamento de investidores americanos.
Publicado por em Mundo e Negócios dia

A decisão do Pentágono de classificar Alibaba, Baidu e BYD como empresas ligadas ao Exército chinês amplia a disputa tecnológica entre Washington e Pequim em um momento de tensão comercial. A conclusão foi enviada ao Congresso por carta do subsecretário de Defesa, Stephen Feinberg, datada de 7 de outubro.

A carta que reacende a pressão dos EUA sobre empresas chinesas

Pentágono conclui que Alibaba, Baidu e BYD têm ligações com o Exército chinês e recomenda incluir as três na lista 1260H, usada para alertar investidores dos EUA.
Pentágono conclui que Alibaba, Baidu e BYD têm ligações com o Exército chinês e recomenda incluir as três na lista 1260H, usada para alertar investidores dos EUA.

O documento afirma que oito companhias chinesas atendem às exigências legais para serem incluídas na lista 1260H. Além das três gigantes conhecidas globalmente, aparecem Eoptolink Technology, Hua Hong Semiconductor, RoboSense Technology, WuXi AppTec e Zhongji Innolight. A comunicação ocorreu semanas antes da cúpula entre Donald Trump e Xi Jinping, realizada na Coreia do Sul, quando ambos discutiram medidas para aliviar tensões comerciais.

Por que a lista 1260H mexe com mercados e políticas industriais

A lista não gera penalidades automáticas, mas funciona como alerta regulatório para investidores americanos. A versão mais recente, publicada em janeiro, incluía 134 entidades, nenhuma delas Alibaba, Baidu ou BYD. A nova classificação tende a influenciar investimentos, parcerias de tecnologia e fluxos de capital envolvendo as corporações chinesas. A inclusão já provocou quedas expressivas em empresas listadas em versões anteriores.

A reação diplomática de Pequim e o discurso de contestação

O Ministério das Relações Exteriores da China criticou o movimento americano, acusando os EUA de ampliar de maneira excessiva o conceito de segurança nacional para restringir grupos chineses. Para Pequim, o procedimento é discriminatório e tem como objetivo limitar a atuação global dessas empresas. O governo chinês defende que adotará medidas para proteger os direitos corporativos afetados.

O silêncio corporativo e o peso estratégico das empresas envolvidas

As empresas citadas não responderam às consultas recentes sobre o conteúdo da carta. Em posicionamentos anteriores, a Alibaba afirmou que não participa de iniciativas militares chinesas e que sua presença na lista não afetaria operações, já que não fornece produtos diretamente ligados a compras militares dos EUA. Baidu e BYD não comentaram as novas informações. Entre as demais empresas mencionadas, destacam-se Eoptolink e Innolight, fornecedoras de transceptores ópticos usados para conectar chips de inteligência artificial, além da RoboSense, conhecida por seus sensores para condução autônoma e robótica.

O próximo capítulo da disputa tecnológica

O movimento ocorre no mesmo período em que o governo Trump tenta redefinir os termos do comércio bilateral com a China. A cúpula na Coreia do Sul discutiu redução de tarifas e suspensão parcial de controles de exportação. A carta do Pentágono indica que os EUA pretendem ampliar a vigilância sobre empresas chinesas que atuam em setores estratégicos, reforçando que a disputa deixou de ser apenas comercial e entrou no campo permanente da regulação e da segurança nacional.

Fonte: Poder360 e Oglobo.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.