BYD Dolphin Mini desvaloriza menos que VW Polo e desafia mercado em 2025

O BYD Dolphin Mini mostrou menor desvalorização que o VW Polo no Brasil. Enquanto o Polo perdeu 17% do valor, o elétrico caiu apenas 7,8%, reforçando a consolidação dos carros elétricos.
Publicado por em BYD dia

O mercado automotivo brasileiro vive uma transição inédita, em que os carros elétricos começam a consolidar espaço e desafiar modelos consagrados a combustão. O BYD Dolphin Mini se tornou um dos símbolos desse movimento ao registrar uma desvalorização muito menor que a do Volkswagen Polo, carro mais vendido do país em 2024.

Pontos Principais:

  • BYD Dolphin Mini desvalorizou 7,8% em um ano, contra 17% do VW Polo.
  • O Dolphin Mini 2026 passa a ter cinco lugares e custa R$ 119.990.
  • Polo segue líder em vendas com 140.177 unidades em 2024, atrás da Fiat Strada.
  • Dentro dos elétricos, Dolphin Mini, Dolphin e GWM Ora 03 lideraram os emplacamentos.

Segundo levantamento da Mobiauto, quem comprou o Dolphin Mini em agosto de 2024 pagou R$ 115.800 e hoje encontra o modelo no mercado de usados por aproximadamente R$ 106.715. Isso representa uma queda de apenas 7,8% no valor em doze meses, um desempenho raro entre compactos e subcompactos. No mesmo período, o Polo Track, versão de entrada do hatch da Volkswagen, saiu das concessionárias por R$ 89.990 e agora vale em torno de R$ 74.301, acumulando desvalorização de 17%.

O BYD Dolphin Mini surpreendeu no mercado de usados ao registrar desvalorização de apenas 7,8%, contra 17% do Volkswagen Polo no mesmo período.
O BYD Dolphin Mini surpreendeu no mercado de usados ao registrar desvalorização de apenas 7,8%, contra 17% do Volkswagen Polo no mesmo período.

O contraste não apenas evidencia a força da BYD no mercado nacional, mas também reforça a percepção de que os consumidores começam a enxergar os elétricos como investimentos mais estáveis. Até pouco tempo, a principal crítica aos modelos movidos a bateria era justamente a incerteza quanto ao valor de revenda. A evolução do Dolphin Mini quebra esse paradigma e abre espaço para novas comparações entre tecnologias.

Apesar do bom desempenho no mercado de usados, o Polo continua sendo um pilar da indústria brasileira. Em 2024, o hatch da Volkswagen emplacou 140.177 unidades, atrás apenas da Fiat Strada, que alcançou 144,6 mil vendas. Já o Dolphin Mini, lançado em fevereiro daquele ano, conseguiu se firmar entre os 40 modelos mais vendidos, alcançando a 35ª posição com 21.968 unidades licenciadas. Dentro do segmento elétrico, manteve a liderança absoluta.

O crescimento da BYD não se limita ao Dolphin Mini. O irmão maior, o Dolphin, emplacou mais de 15 mil unidades em 2024, e o GWM Ora 03 fechou o pódio dos elétricos com 6.326 emplacamentos, mostrando que a concorrência chinesa não só chegou como também ameaça se consolidar. No ranking geral, o Ora 03 ficou na 46ª posição, sinal de que a adesão ainda é gradual, mas crescente.

Na linha 2026, o Dolphin Mini passou a ser vendido em configuração única de cinco lugares, com preço sugerido de R$ 119.990 — uma redução de R$ 3 mil em relação ao modelo anterior. O conjunto mecânico permanece inalterado: motor dianteiro de 75 cv e 13,8 mkgf, bateria de 38 kWh e autonomia de 280 km segundo o Inmetro. A novidade está nas opções de acabamento, agora com quatro cores disponíveis, incluindo o Azul Glacial.

O Volkswagen Polo também chegou a 2026 com ajustes de catálogo. De sete versões, restaram apenas três: Track, Sense e Highline. Essa simplificação ocorreu para abrir espaço ao lançamento do SUV Tera, novo produto da marca para o mercado nacional. Ainda que os preços da linha 2026 não tenham sido detalhados, o hatch segue disponível em duas motorizações: o 1.0 aspirado de até 84 cv com câmbio manual de cinco marchas e o 1.0 turbo de 116 cv com câmbio automático de seis velocidades.

O cenário deixa claro que, mesmo com o domínio dos carros a combustão nas vendas totais, os elétricos ganham musculatura no Brasil. A queda controlada no valor do Dolphin Mini é um indicativo de que a lógica da desvalorização rápida dos modelos elétricos começa a perder força. Para os consumidores, essa mudança pode representar mais segurança na hora de migrar para a eletrificação.

Fonte: Estadao.

Alan Corrêa
Alan Corrêa
Jornalista automotivo (MTB: 0075964/SP) e analista de mercado. Especialista em traduzir a engenharia de lançamentos e monitorar a desvalorização de usados. No Carro.Blog.br, assina testes técnicos e guias de compra com foco em durabilidade e custo-benefício.